Por trás das telas, muitos usuários da internet se sentem à vontade para expressar suas opiniões com veemência. Porém, em diversas situações, as publicações não são baseadas em fatos reais, mas, sim, em histórias parcialmente distorcidas ou, em alguns casos, inventadas. A facilidade de compartilhamento contribui para espalhar a falsa notícia até que ela tome proporções virais, difamando organizações públicas ou privadas e afetando a credibilidade da empresa.
E quanto ao seu negócio? Ele está preparado para lidar com fake news e proteger a reputação da empresa? É sobre esse tema que vamos falar neste artigo. Continue a leitura e descubra como uma organização pode se precaver com relação a problemas relacionados à divulgação de notícias falsas.
O perigo das fake news
Embora o termo fake news tenha recebido mais destaque ultimamente, há muito tempo a divulgação de notícias falsas prejudica empresas e pessoas.
Um dos casos mais conhecidos no noticiário brasileiro foi o da Escola Base, que sofreu com acusações infundadas de assédio aos alunos. Os sócios tiveram suas vidas e a empresa destruídas. Muito tempo depois, provou-se que as acusações eram falsas, mas o estrago já estava feito.
A grande questão é que hoje existem meios para disseminar fake news com muito mais facilidade. Sem checar a veracidade dos fatos, os usuários da internet se dispõem a compartilhar publicações que consideram chocantes, causando enormes transtornos e minando a credibilidade de organizações.
A repercussão é tão grande que, segundo investigações realizadas por várias agências, até as últimas eleições presidenciais nos Estados Unidos sofreram interferência de fake news. Hackers, supostamente russos, teriam propagado mentiras em redes sociais. Elas direcionaram a opinião pública contra a candidata Hillary Clinton e favoreceram a eleição de Donald Trump.
Como as fake news ameaçam as empresas
Basicamente, existem duas formas de uma empresa ter sua credibilidade afetada pelas fake news.
A primeira é uma maneira passiva, na qual a organização é difamada nas redes sociais, tem sua imagem impactada negativamente por mentiras e sofre prejuízos decorrentes da viralização de informações falsas.
A segunda forma é ativa. Isso significa que a empresa precisa tomar muito cuidado para não se tornar uma propagadora de fake news. Nem sempre isso acontece propositalmente. Uma organização pode divulgar informações não confirmadas e dados que não condizem com a realidade.
Pode até ser que essa divulgação decorra de uma empolgação para divulgar alguma novidade, por exemplo, para fazer networking e atrair olhares. Um possível cenário: a empresa encontra resultados de uma pesquisa ou uma matéria jornalística que favorece seu negócio. Sem checar devidamente as fontes, usa seus canais para propagar notícias falsas.
Em ambos os casos, formas ativa e passiva, a credibilidade da empresa é prejudicada. Da mesma maneira que a internet e as redes sociais facilitam a comunicação e o relacionamento com os consumidores, ela torna esses erros conhecidos do grande público, que apontará essas falhas.
Uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Comunicação Social (Aberje) mostrou os principais impactos das fake news sobre as organizações:
- danos à reputação da marca (91%);
- danos à imagem da empresa como um todo (77%);
- prejuízos financeiros (40%);
- perda de credibilidade (40%).
Ainda falando sobre as eleições de Donald Trump, houve um fato que prejudicou a PepsiCo. Meios de comunicação divulgaram que o CEO da companhia teria dito aos simpatizantes desse candidato que “comprassem os produtos da marca em outro lugar”. No entanto, essa declaração era falsa.
Como resultado, muitos seguidores de Trump boicotaram a marca. No dia da notícia, a venda dos produtos foi reduzida em 35%. O preço das ações caiu em mais de 6 dólares e esse prejuízo só foi contido depois que a empresa se posicionou oficialmente e negou a declaração.
5 ações para proteger a credibilidade da empresa
Diante desse cenário, as empresas precisam desenvolver uma estratégia de responsabilidade digital, que, entre outras coisas, englobe maneiras lidar com as fake news e evitar essas armadilhas. Selecionamos algumas ações indispensáveis nessa nova era das comunicações que, se implementadas, contribuem para vencer esse desafio.
1. Faça da checagem uma prioridade
A equipe de comunicação precisa ser conscientizada e preparada para checar qualquer informação antes de divulgá-la. Ela deve ser treinada para usar ferramentas de conferência de imagens e verificação de notícias, além de adotar processos completamente transparentes.
2. Monitore as menções à marca
Da mesma forma, a equipe deve receber orientação sobre como proceder para monitorar as menções ao nome da sua marca nas redes. Hoje, a tecnologia já facilita essa observação por meio de ferramentas inteligentes que identificam palavras-chave e cruzam informações.
Esse monitoramento permite que notícias falsas sejam identificadas logo no início, os responsáveis pela produção acionados, a informação falsa retirada das redes e as providências legais instantaneamente tomadas.
3. Analise trends com cuidado
Os assuntos preferidos de quem divulga fake news são justamente os mais comentados no momento — as conhecidas trends ou trend topics. Por isso, sempre que surge uma notícia referente a esses temas, é importante redobrar o cuidado e a checagem antes de compartilhá-la.
4. Estabeleça uma política clara de comunicação
O terreno para as fake news se torna ainda mais fértil quando o público não encontra a informação verdadeira. Por isso, quando a empresa comunica a versão completa de fatos, — sejam positivos, sejam negativos, — com clareza e transparência, as notícias falsas tendem a causar um impacto menor.
Também é preciso se posicionar diretamente quando a empresa é alvo de fake news. Além de solicitar a retirada imediata da notícia falsa, a organização deve usar diversos canais — Facebook, Twitter, site ou blog, entre outros — com o propósito de publicar a versão oficial dos fatos.
5. Conheça os players do mercado
Assim como o mundo dos negócios, os meios de comunicação também têm players muito conhecidos no mercado. Existem sites e canais que se mantêm no ar exclusivamente para divulgar fake news, e os profissionais que trabalham nessa área precisam conhecê-los.
Outras medidas importantes são: checar a “fonte da fonte”, ler a matéria completa para descobrir se a manchete não dá uma visão equivocada dos fatos, evitar meios reconhecidos como sensacionalistas e checar os responsáveis pela informação. Diante de um site ou blog desconhecido, verifique se existem informações de contato e os nomes dos profissionais envolvidos na produção. Pesquise a reputação desse canal.
Com esses cuidados, é possível evitar que a credibilidade da empresa seja afetada por fake news. Esse é um assunto muito importante. Então que tal compartilhar este artigo nas suas redes sociais e convidar seus amigos a participarem de um movimento para checagem de informações? Contribua para que só a verdade seja propagada! #FactCheckIt