Apesar de ser uma transformação positiva para a indústria, o uso de grandes volumes de dados para os negócios trouxe desafios de segurança, que levam a sérias questões sobre privacidade, tanto para a empresa, quanto para seus usuários. Pensando nisso, surgiu uma nova regulamentação, para assegurar os direitos de clientes e resguardar o uso de informações particulares pelos empreendimentos: a GDPR.
Neste artigo, vamos conversar um pouco mais sobre o que é GDPR e, principalmente, qual a sua influência na forma como você trata o seu banco de dados. Acompanhe!
O que é GDPR?
GDPR é a sigla para General Data Protection Regulation, ou Regulação Geral para Proteção de dados. O projeto, encabeçado pela União Europeia, visa criar diretrizes rígidas, a fim de obrigar empresas a tratarem dados confidenciais de clientes com responsabilidade e transparência.
A regulação vale para todas as empresas que coletam ou utilizam dados pessoais de habitantes dos países participantes do bloco, ou seja, uma grande faixa da população mundial. Essa é uma conquista tão grande para a privacidade das pessoas que até gigantes, como Google e Facebook, mudaram alguns processos e protocolos dentro de suas operações para se adequar às novas normas.
Quais são as principais diretrizes da GDPR?
O propósito da GDPR é obrigar empresas a tratarem dados confidenciais com a importância que eles merecem, forçando, em suas diretrizes, boas práticas de segurança. Veja quais são as principais:
- todo site, produto digital ou serviço que colha informações do usuário deve permitir que este escolha quais dados serão coletados e como serão tratados naquele ambiente;
- deve haver transparência completa na comunicação ao usuário sobre quais dados estão sendo coletados e para qual finalidade;
- deve existir um mecanismo claro e prático, para que o usuário exclua as informações armazenadas no seu banco, se assim desejar, ou impeça que mais informações sejam coletadas a partir daquele ponto;
- é de direito do usuário acessar, copiar ou migrar os dados armazenados nos seus servidores;
- caso haja comprometimento de dados que levem à violação de segurança ou privacidade, é obrigatório que a empresa notifique o evento às autoridades dentro de um período de 72 horas.
Com a criação da GDPR, a União Europeia pode aplicar multas variáveis para que não segue essas diretrizes dentro de sua jurisdição. São autuações que vão desde advertências até multas pesadas, dependendo do caso.
Como a GDPR afeta as empresas brasileiras?
Mesmo que essa seja uma resolução da UE voltada para seus habitantes, é possível imaginar o impacto desse tipo de decisão em todo mundo, dada a natureza global da internet. Basta um visitante desses países acessar o seu site para que você tenha implicação dentro das diretrizes recomendadas. Claro, esse tipo de caso dificilmente cairia em uma punição, mas é uma mostra de como toda a nossa rede é interconectada e que nunca é demais se precaver.
Na prática, a GDPR está influenciando empresas de todo o mundo, inclusive no Brasil, não pela perspectiva de punição, mas pela declaração clara a favor do direito à privacidade, o que vem sendo muito necessário. Afinal, os constantes comprometimentos e vazamentos de informações de clientes demonstram a necessidade de criar uma linha lógica única para todas as empresas que trabalham com coleta e armazenamento de dados.
Essa iniciativa é um passo importante, que ressoa e deve ser tratada com naturalidade pelos negócios brasileiros — principalmente se eles almejam alçar voos internacionais. O interessante também é que a GDPR não consiste apenas em uma limitação para proteger o usuário. Ela pode ser usada como forma de estruturar melhor os bancos de dados corporativos e se resguardar, criando mecanismos que tornem o sistema mais seguro.
Ainda, é importante saber comprometimento desse tipo de informação não é prejudicial apenas para o usuário. Isso porque, nesse contexto, a empresa perde credibilidade, demora para se recuperar e pode até sair do mercado, caso não desenvolva estratégias rápidas para responder a esse tipo de situação. Ou seja, seguir as diretrizes da GDPR é criar um sistema mais seguro dentro da sua empresa. Independente de punições, é uma transformação que torna o negócio mais confiável, eficiente e protegido.
Como você pode se preparar?
Passaremos a algumas dicas que vão trazer grande parte dessa preocupação para dentro da sua rotina de TI. Afinal, preparar-se para seguir a GDPR é uma oportunidade de encontrar falhas de segurança, processos de utilização de dados ineficientes e corrigir problemas, a fim de aprimorar a sua infraestrutura. Veja o que você pode fazer!
Aplique o conceito de privacidade por design
A privacidade por design é um conceito tão importante, que está dentro das próprias diretrizes da GDPR. A ideia é que a proteção de dados seja uma prioridade desde o planejamento do sistema, a fim de que sua implementação gire em torno da segurança da informação.
Se o sistema da empresa já está estabelecido, pense nisso quando for investir em expansões, ferramentas e novos serviços que vão escalar a infraestrutura. A sua preocupação com os dados dos clientes pode ser um dos pilares do sucesso da empresa.
Invista em equipamentos adequados
Computadores empresariais geralmente são feitos pensando na privacidade, com mais mecanismos de segurança e ferramentas incluídas, as quais levam a um monitoramento simplificado do sistema. Esse tipo de investimento, portanto, leva a uma rede mais segura como um todo. Além da transparência com a qual você trata seus clientes, a GDPR incentiva empresas do mundo todo a darem mais atenção a sua estrutura de segurança.
Invista também na nuvem
Uma situação interessante que você pode usar a seu favor é o fato de as grandes provedoras de nuvem também terem sido forçadas a se adequar às novas diretrizes da GDPR. Isso significa que, ao contratar um serviço de cloud computing, sua empresa agora está mais protegida e você pode usar essa estrutura como ferramenta para levar a mesma segurança aos seus clientes.
Com um sistema bem desenhado, bem monitorado e transparente, você não apenas segue regras. Saber o que é GDPR é o primeiro passo para incluir essas políticas na sua infraestrutura e contribuir para que todos ganhem nesse processo — sua equipe, sua empresa e, principalmente, todos nós como usuários da internet.
E aí ficou alguma dúvida sobre a GDPR? Quais medidas você já tomou para se adequar à regulação? Conte aqui nos comentários!