
Vazamento de informações, invasões, fraudes digitais, perda de dados por desastres naturais, espionagem industrial — muito se fala sobre os riscos de TI e suas consequências dentro das organizações. Há, inclusive, uma área das rotinas administrativas voltada para a gestão de cada tipo de problema, chamada análise de riscos em TI.
Afinal de contas, além dos riscos já citados, existem alguns muito comuns que não costumam ser mencionados nas conversas sobre o tema. Porém, o fato de não serem tão conhecidos não reduz os prejuízos que eles podem causar a uma companhia.
Para te ajudar a lidar com eles, preparamos o post a seguir. Nele, você verá o impacto que a análise de riscos de TI pode trazer e como ela melhora a confiabilidade do negócio. Para saber quais são esses riscos e como evitá-los, continue a leitura.
Riscos de TI — esquecidos, mas perigosos
A análise de riscos em TI deve considerar todo tipo de problema. Portanto, a empresa precisa fazer uma avaliação completa da infraestrutura e tomar cuidado para não deixar nada passar. Para ter um levantamento mais completo, confira abaixo as situações que trazem risco ao setor de TI e suas consequências para as empresas.
Flutuações de câmbio
Ao fazerem a cotação de equipamentos ou ferramentas, muitas empresas se encantam com as funcionalidades, o preço e a qualidade de soluções desenvolvidas em outros países, cujo contrato estipula o pagamento em moedas diferentes.
Algumas delas realmente parecem muito tentadoras e têm um preço inicial melhor que as ofertas de empresas nacionais, mas é muito importante avaliar essas possibilidades com atenção, devido à flutuação natural do câmbio.
Apesar de algumas dessas mudanças serem favoráveis, o histórico econômico recente do país mostra que a maior probabilidade é de que o inverso aconteça: as parcelas de um financiamento ou a assinatura de um serviço podem se tornar completamente inviáveis.
Nessas circunstâncias, devido a fatores econômicos sobre os quais você não tem nenhum controle, a empresa pode ver uma parcela enorme de seu orçamento destinada ao cumprimento desse compromisso financeiro. Essa é uma boa razão para investir em tecnologia brasileira.
Falta de disponibilidade
No papel, a solução parecia perfeita. A demonstração também foi impecável. Porém, depois da implementação, a empresa pode se deparar com uma realidade cruel: a indisponibilidade de recursos ou da própria ferramenta.
Hoje, não se pode negar que uma boa parte das empresas depende da tecnologia para operar. Ela viabiliza uma série de processos ou fornece informações necessárias a muitos outros, mesmo que as tarefas sejam realizadas por pessoas.
A falta de disponibilidade de um sistema ou de informações necessárias a uma operação no momento exato pode impedir a realização de transações comerciais fundamentais. Se, nos clientes, internos isso gera frustração, imagine para o público externo.
A tentativa frustrada de realizar uma transação pode levar à perda permanente de um ou mais clientes. Se a situação se repete com frequência, não é difícil imaginar o quanto a indisponibilidade pode reduzir a performance do negócio, comprometer a imagem da empresa diante do público e, até mesmo, inviabilizar sua sobrevivência no mercado.
Falta de priorização de projetos
Os projetos de TI exigem gestão ágil. É muito comum essa equipe trabalhar com prazos mínimos, alterações frequentes no escopo e atendimentos urgentes, que exigem ações imediatas para normalizar operações.
Essa situação leva a um problema: a dificuldade para priorizar tarefas e projetos. Isso impede não só uma performance satisfatória da equipe, mas, principalmente, a capacidade de gerar diferenciais competitivos para a organização.
Um time que passa a maior parte do tempo apagando incêndios ou que não atua com um cronograma organizado de desenvolvimento dificilmente apresentará novas soluções.
Dessa forma, ele fica impossibilitado de elaborar ferramentas para tornar a empresa mais produtiva e colocá-la em posição vantajosa no mercado, seja em relação a seus clientes ou a sua própria eficiência.
Problemas com requisitos de hardware
As ferramentas costumam exigir requisitos mínimos de hardware para sua instalação e funcionamento. Porém, como a tecnologia avança muito rápido, a obsolescência dos equipamentos também está cada vez mais acelerada.
Esse descompasso tecnológico pode levar as empresas a ficar defasadas em relação aos concorrentes e perder competitividade. No entanto, a atualização permanente da infraestrutura de TI custa caro e é inviável para muitas organizações.
Felizmente, hoje, é possível recorrer à cloud computing e aderir a serviços como a IaaS (Infrastructure as a Service), que transfere a infraestrutura de hardware para a nuvem.
Confidencialidade
A maior parte das empresas trabalha com informações sigilosas sobre consumidores, fornecedores, funcionários e as próprias operações. Um vazamento que exponha aspectos estratégicos ou dados sobre os clientes pode gerar uma série de problemas.
Além dos prejuízos financeiros, falhas relacionadas à confidencialidade podem criar a possibilidade de fraudes digitais e acarretar danos à imagem da empresa e perda de clientes e oportunidades de negócios.
É preciso assegurar que qualquer solução — seja o simples armazenamento, ferramentas ou aplicações em nuvem — disponha, de fato, de todos os recursos necessários para evitar que os dados fiquem vulneráveis à ação de criminosos.
Bugs e erros de softwares
É muito fácil obter um software, já que grande parte deles está disponível na nuvem (SaaS) e basta o pagamento, login e senha para acessá-los. Isso leva a um problema muito sério: o shadow IT.
Trata-se da aquisição ou uso de ferramentas tecnológicas pelos departamentos de uma empresa sem o conhecimento ou a participação do TI no processo de análise e escolha desses softwares.
Escolhidas por usuários sem conhecimento técnico, muitas dessas aplicações têm uma qualidade extremamente baixa. As implicações vão além do mau funcionamento: elas podem comprometer a segurança dos dados corporativos.
Gestão de riscos de TI — a solução
Para evitar esses problemas, a alternativa é a implementação de uma política de gestão de riscos. Ela é fundamental para estabelecer níveis de acesso aos conteúdos da empresa e gerar protocolos para inserção, exclusão e alteração de informações, assim como o registro eletrônico dessas atividades. Confira, a seguir, os pontos necessários para estruturar a sua política de gestão de riscos de TI!
Realizar a análise dos riscos
O primeiro passo é identificar o tipo de risco a que o negócio está sujeito e os seus impactos em potencial. Assim, é possível classificar os problemas e montar uma política de proteção que priorize aquilo que traz mais prejuízos. Ou seja, haverá um melhor direcionamento para as ações.
Riscos como ataques de ransomware conseguem interromper todas as operações internas. Um vazamento de dados, por outro lado, pode prejudicar a imagem da companhia entre os seus clientes. Ambos causam um grande impacto, ao passo que a perda de integridade de um arquivo administrativo influencia muito menos os lucros da empresa.
Elaborar um plano de contingência
O plano de contingência é utilizado para o negócio lidar com os seus riscos no menor prazo possível. Ele lista medidas que os times tomam para solucionar problemas, reduzindo ao máximo o tempo necessário para retomar as atividades da companhia. Além disso, auxilia os gestores a orientar as suas equipes para que a imagem entre o negócio e os seus clientes seja mantida.
Esse documento deve ser traçado considerando todos os riscos que a empresa enfrenta e a sua classificação. Todos os profissionais precisam conhecer as medidas e, ao mesmo tempo, estar preparados para agir de acordo com elas de forma precisa. Desse modo, as chances de a empresa ter um erro e um grande prejuízo serão baixas.
Analisar a viabilidade das operações listadas no plano
Além do treinamento e do registro das medidas, também é importante avaliar a efetividade de cada medida do plano de gestão de riscos. Isso precisa ser feito com testes como os de invasão de infraestrutura, que simulam um ataque e avaliam como a equipe lidaria com uma situação real.
Portanto, sempre faça avaliações para identificar a viabilidade de cada medida. Colete dados sobre os resultados e verifique se eles atingiram os objetivos. Assim, se algo de errado for encontrado, otimizações poderão ser aplicadas para impedir que uma situação real cause um grande prejuízo.
Comunicar e treinar os funcionários
Também é fundamental atuar na conscientização dos usuários. Sabemos que são as ações humanas as principais responsáveis por vulnerabilidades de sistemas. Por isso, é importante orientar os funcionários quanto às condutas recomendadas e, em alguns casos, restringir ou proibir o acesso a sites e páginas específicas.
Entre as medidas que podem ser adotadas e divulgadas, podemos apontar:
- não acessar sites desconhecidos;
- evitar clicar diretamente em links de e-mails;
- utilizar senhas complexas;
- compartilhar arquivos apenas por meios seguros;
- jamais compartilhar senhas;
- não utilizar pen drives e mídias pessoais no ambiente corporativo;
- entrar em contato com o time de TI sempre que algo suspeito acontecer;
- adotar uma VPN para o uso da internet em locais públicos;
- evitar conectar-se a redes WiFi desconhecidas;
- só trabalhar com dados corporativos em aparelhos que tenham sido validados pelo time de TI.
Tais medidas tornam mais difícil para a empresa ser vítima de um ataque. Elas são importantes, pois muitas das técnicas utilizadas dependem da interação com o usuário.
Ataques como os de engenharia social buscam fazer a vítima encarar um conteúdo como legítimo e interagir com ele. Ou seja, mesmo que a empresa tenha uma política robusta e abrangente, ações dos usuários podem impedir que a sua efetividade esteja dentro do esperado pela empresa.
Atualizar a estrutura física
Essa medida auxilia a empresa a reduzir os seus riscos a médio e longo prazo. Ela também amplia a capacidade do negócio de inovar mais. Afinal, o acesso a novidades minimiza riscos.
Portanto, sempre verifique as tendências de TI que possam ajudar a empresa a se manter moderna e eficaz. No caso dos softwares, crie uma rotina para encontrar, validar e implementar atualizações rapidamente. Já no caso dos hardwares, é importante que eles sejam escolhidos avaliando o tipo de demanda que a empresa tem e o custo-benefício.
Ferramentas de segurança de dados — um bom investimento
Também cabe à gestão de risco adotar as soluções mais apropriadas para proteger a empresa de ataques virtuais externos. Isso envolve a escolha de antivírus, firewalls, anti-malwares, anti-spam e outros recursos do gênero.
Esses recursos ampliam a capacidade do time de mitigar e eliminar riscos. O firewall, por exemplo, pode bloquear tentativas de invasão. Já o antivírus consegue detectar e bloquear rapidamente a ação de malwares, reduzindo o seu impacto.
Trabalhe lado a lado com as outras equipes
A equipe de TI precisa se reunir com as lideranças dos diferentes departamentos para estabelecer processos e critérios para a aquisição de sistemas. Eles não podem ser simplesmente instalados por conta própria, oferecendo risco aos dados da organização.
Esse trabalho é crucial para o sucesso das estratégias de segurança de dados da empresa. Uma gestão de riscos em TI precisa manter um canal ativo de comunicação com todas as outras áreas. Isso tornará as medidas adotadas mais eficientes e auxiliará os profissionais a adotar práticas robustas.
Atualize as suas práticas e mantenha-se informado
Por fim, a gestão de riscos em TI tem uma missão permanente: identificar vulnerabilidades e adotar estratégias para blindar a infraestrutura e sistemas da companhia. Além disso, deve-se obter dados para avaliar o sucesso dessas ações e aperfeiçoá-las continuamente.
As ameaças que podem atingir uma empresa mudam conforme a sua infraestrutura é renovada ou os objetivos da companhia evoluem. Por isso, é importante que as empresas façam análises e renovem sempre as suas políticas de gestão de risco em TI. Desse modo, os processos são otimizados, e o negócio pode manter a sua infraestrutura confiável.
Gestão de riscos em TI — mais resultados para o negócio
Ter uma infraestrutura confiável é um dos primeiros passos para integrar a tecnologia ao dia a dia de todo o negócio. Por isso, é fundamental que a empresa garanta a confiabilidade dos seus equipamentos e da sua infraestrutura. Quando isso é feito, o negócio tem mais meios para reduzir falhas e ampliar o acesso a novidades tecnológicas para mais setores.
Nesse sentido, a gestão de riscos em TI é uma peça fundamental. Por meio dela, a tecnologia será otimizada e contará com mais mecanismos para a sua proteção. Desse modo, a transformação digital ocorrerá de uma maneira mais ampla, maximizando a competitividade da empresa.
E então, já conhecia esses riscos de TI e utiliza alguma política para evitá-los em sua empresa? Quer saber mais sobre o shadow IT e seus perigos para o negócio? Continue no blog e saiba mais sobre o assunto!