Dentre todas as atribuições de uma equipe de TI, a proteção dos dados da empresa é a que vem ganhando maior destaque nos últimos anos. Afinal, quanto mais valiosos eles se tornam como ativos, mais importante passa a ser a cibersegurança.
Se você busca um conteúdo com informações para aprimorar esse trabalho e dar confiabilidade aos ambientes virtuais do seu negócio, preparamos este artigo para tratar exatamente desse assunto.
Confira qual é a definição adequada de cibersegurança e o que ela acrescenta para seu empreendimento alcançar uma gestão tecnológica segura. Vamos lá?
O que é cibersegurança?
O conceito de cibersegurança é a estratégia que envolve um conjunto de processos, práticas, metodologias e tecnologias aplicadas ao meio eletrônico em prol de garantir a segurança tanto de meios quanto de dados que estão no ciberespaço.
Ou seja, mais que o que está armazenando, ela também abrange a proteção de sistemas, aplicativos, softwares, redes e infraestruturas que viabilizam ou suportam os ambientes virtuais em que essas informações estão guardados ou pelas quais transitam, para que nenhum dano seja sofrido por esse ativo da empresa.
Seu funcionamento parte da implementação de diversas camadas de recursos, atuando juntos para antecipar, evitar, detectar, responder e reparar qualquer ataque, violação ou vulnerabilidade de TI.
Quais são os tipos de cibersegurança?
Como mostramos, a cibersegurança não se limita aos dados. Ela atinge todos os elementos da computação que permitem a operacionalização e o uso de soluções ligadas a essas informações. Assim, podemos dizer que há vários tipos de cibersegurança, cada um sendo aplicado com um foco. Entenda melhor!
Segurança de aplicativos
Quando se foca em aplicativos, a cibersegurança atua na implementação de recursos de defesa em softwares, sistemas e serviços que processam informações eletronicamente, evitando acessos ou modificações indevidas. Isso requer manter continuamente a atualização de barreiras, bem como o desenvolvimento e a inclusão de novos mecanismos.
Segurança de dados
Nesse tipo de cibersegurança, as estratégias são voltadas para os sistemas de armazenamento. Ou seja, buscam tanto estabelecer quanto manter meios para a confidencialidade, integridade e disponibilidade das informações arquivadas no ambiente virtual.
Segurança de rede
Ainda que as redes envolvam outras soluções que contam com seus próprios meios de defesa, ter uma área da cibersegurança voltada para ela como um todo é fundamental atualmente. Principalmente, considerando que cada vez mais equipamentos são conectados e novos programas embarcados. Na prática, esse tipo de proteção requer hardwares e softwares específicos para evitar acessos indevidos ou interrupções.
Segurança de dispositivos móveis
Quando se trata de hardwares, a cibersegurança historicamente apresenta soluções para proteger dados armazenados neles. Entretanto, com o uso remoto de servidores e nuvens, manter tais equipamentos afastados de malwares ou outros riscos se tornou mais importante. Por isso, novas camadas são adicionadas criando barreiras de acesso aos dispositivos, sistemas ou ao tráfego em redes públicas.
Segurança de terminais
Os terminais são os dispositivos — computadores, tablets etc. — que permitem o acesso aos servidores. Neles, a cibersegurança atua nas etapas de criação, configuração e atualização das plataformas que fazem a ponte entre ambos, incluindo recursos de proteção nessas soluções.
Segurança da nuvem
A Cloud Computing vai além do armazenamento. Ela é explorada enquanto um serviço para fornecer sistemas (SaaS), plataformas (PaaS), infraestruturas (IaaS), hardwares (HaaS), redes (NaaS) e comunicação (CaaS). Não à toa existe o conceito de Everything as a Service (XaaS).
Assim, nuvens públicas, privadas ou híbridas guardam bancos de dados, informações, documentos e softwares com seus próprios arquivos. Por isso, desde os equipamentos que possibilitam seu funcionamento, passando pelas conexões, até os meios de acesso precisam ser protegidos.
Segurança operacional
A segurança operacional está diretamente relacionada ao componente humano. Nesse sentido, é uma boa prática para evitar falhas que tanto geram a perda de dados ao executar tarefas quanto dão oportunidade para hackers acessarem informações sensíveis ou restritas.
Recuperação de desastres
A recuperação de desastres é um tipo de cibersegurança que se volta para a resolução de situações, principalmente incidentes fora do controle da empresa, que causam perda de informações ou pausas nas operações. Seu objetivo é restaurar sistemas à capacidade apresentada antes do evento, minimizando danos.
Quais são os principais exemplos de ameaças?
Na prática, ações de cibersegurança devem ser aplicadas diariamente por pessoas e empreendimentos, já que as ameaças são diversas. Nesse sentido, os principais exemplos incluem:
- ransomware — bloqueia o acesso a dados ou máquinas, a fim de exigir um resgate para liberá-lo;
- phishing — cibercriminosos enganam suas vítimas para obter informações, senhas e documentos se passando por empresas ou instituições públicas;
- malware — são programas mal-intencionados como vírus, cavalos de troia e spywares que espionam, roubam ou prejudicam o funcionamento dos equipamentos;
- worm — utilizando vulnerabilidades, eles corrompem arquivos e facilitam acessos indevidos;
- botnet — trata-se de uma rede de dispositivos controlados remotamente sem o consentimento dos proprietários e usados em outros cibercrimes.
- ataques de DDoS — com o objetivo de derrubar sites, plataformas ou serviços online, uma ação que os sobrecarrega é executada.
Qual a diferença entre segurança da informação e cibersegurança?
Ao analisar ações de proteção de dados, é importante que quem está na posição de gestor de TI saiba diferenciar alguns conceitos, principalmente segurança da informação e cibersegurança. Afinal, apesar de se misturarem, não são sinônimos.
Quando falamos em segurança da informação, abrimos um leque enorme de riscos, possibilidades e oportunidades que podem até atrapalhar o trabalho de um profissional que quer abraçar tudo ao mesmo tempo.
Assim, trata-se do conjunto de ferramentas e práticas para defender ativos essenciais da empresa de ameaças internas e externas. Isso envolve muitos aspectos de gestão, operação, produção e entrega na rotina corporativa.
No entanto, queremos afunilar a discussão para algo em que a TI apresenta um resultado mais rápido e eficiente em todo esse escopo: a cibersegurança. Afinal, esse é um núcleo de monitoramento cada vez mais vital para o sucesso de negócios.
Como visto, ela se volta às atividades e meios dentro da segurança da informação que lidam especificamente com dados armazenados e/ou transitando no espaço digital. Tais processos vêm crescendo nas organizações atualmente.
Qual a importância da cibersegurança?
“Mas por que é relevante colocar essa lupa sobre as práticas específicas da cibersegurança dentro de uma discussão maior e mais complexa?” O cenário que presenciamos hoje — com o avanço da cloud computing e a entrega da infraestrutura como serviço — aponta para uma mudança considerável no peso que a TI tem em proteger dados.
Muitas empresas estão se transformando digitalmente e, nesse processo, digitalizando completamente as suas atividades produtivas, administrativas e gerenciais. Com os ganhos de flexibilidade e performance que os sistemas remotos permitem, esse é um movimento natural e inevitável para o futuro.
É aí que entra a cibersegurança. Se todos os dados do negócio estão em ambientes virtuais e transitando entre eles diariamente, ela se torna o centro de qualquer estratégia de segurança da informação.
As atitudes que você toma hoje dentro desse escopo vão garantir mais tranquilidade e confiabilidade para o empreendimento — uma vantagem no aumento da produtividade interna e na percepção da marca pelo público.
Quais os conceitos ligados à cibersegurança?
Definida a importância da cibersegurança, você deve estar se perguntando como fazer para melhorá-la na sua TI. Esse é um trabalho de pesquisa, planejamento e estratégia, que começa por conhecer os conceitos mais relevantes. Veja quais são e por que eles importam!
Gestão de riscos
Iniciamos com o conceito que rege os outros. Gestão de riscos é diferente de práticas de segurança, e muitos gestores de TI não sabem fazer essa diferenciação. Mas vamos explicar o que você precisa saber.
O importante aqui é entender que não existe proteção absoluta ou solução definitiva. Um sistema seguro é aquele que diminui as chances de impactos negativos ocorrerem até um nível considerado aceitável para a performance da empresa.
Ou seja, ser um bom gestor de riscos é conhecer as ameaças possíveis, as tendências de ataques e se preparar para elas. Mais que isso, envolve priorizar esforços e alocar recursos nos perigos mais evidentes, sem perder a visão dos pequenos problemas.
Assim, gerir riscos é gerir segurança. Como qualquer função administrativa, exige conhecimento e análise de dados, além de unir planejamento com execução contínua de estratégias para mitigá-los.
Senhas e credenciais de acesso
Entendendo essa base, vamos passar para os conceitos práticos e concretos da cibersegurança. E aí fazemos uma pergunta: em um prédio com muros altos, cerca elétrica e câmeras, qual é o ponto mais vulnerável para a invasão da propriedade?
A resposta é sempre a portaria. Em sistemas tecnológicos isso também acontece. Não adianta de nada ferramentas e práticas de proteção se o banco de dados pode ser acessado com uma senha “admin”.
Hoje, nem opções fortes são suficientes, por um motivo que falaremos mais abaixo. Diante disso, o melhor curso de ação nesse sentido é implementar a verificação em duas etapas, quando o usuário precisa ainda usar um outro e-mail ou dispositivo para confirmar que ele mesmo está acessando.
Criptografia
Se a cibersegurança tem muito a ver com o trânsito de informações, você precisa proteger não só as pontas com senhas fortes, mas também o caminho. A criptografia é a resposta para isso. Pois, trata-se de uma tecnologia que embaralha dados que só poderão ser desembaralhados quando chegarem ao seu destino verificado.
Portanto, é uma garantia quase que total para a troca de dados em relação às ameaças intermediárias. O criminoso até consegue ter acesso à informação, mas nunca será capaz de ler o seu conteúdo.
Redes wi-fi
Porém, a criptografia é mais comum no trânsito remoto de dados. Você sabe o risco que eles correm dentro do próprio negócio? Nesse cenário, o wi-fi precisa ser um ponto de atenção para a TI. Esse é um recurso muito útil para a produtividade em um escritório, mas uma brecha constante para possíveis ataques.
Com um sinal forte, a WLAN pode ser acessada até de ambientes fora da empresa. Nesse caso, o mais importante é ter visão de utilização, ou seja, saber sempre quem está dentro da rede, por que e fazendo o quê.
Ferramentas de monitoramento e proteção
Esse é um bom gancho para falarmos de como softwares e ferramentas são aliados fundamentais na cibersegurança. Antivírus, firewall, sistemas de gestão, históricos de modificação, logs de dados salvos, tudo o que for possível incluir em prol de sua segurança será um escudo a mais para dar a tranquilidade que os colaboradores precisam sem pôr em risco a sua confiabilidade.
Engenharia social
Deixamos por último um conceito que pode tornar todos os outros inúteis quando não é bem trabalhado. Do que adianta senhas fortes, softwares potentes, criptografia, se o próprio usuário entrega as suas credenciais de acesso nas mãos do criminoso?
Isso é a engenharia social, e as armadilhas de phishing são as formas mais comuns de aplicá-la. O hacker cria uma página que copia exatamente o site da empresa ou de um serviço que ela utiliza. Ele conta com a desatenção de colaboradores para capturar logins e senhas.
É uma ação simples para eles, efetiva e muito difícil de identificar dentro da TI. Por isso, um dos pilares da segurança da informação não está nos dados, mas sim nas pessoas. É importante repassar o conhecimento para os usuários do sistema. Afinal, treinamento, estratégia e comunicação são as suas maiores armas contra ameaças cibernéticas.
Como garantir a cibersegurança das empresas?
Se sua próxima pergunta é como colocar todos esses conceitos em prática para garantir a cibersegurança na sua empresa, você já entendeu o papel dela no ambiente de negócios atual. Entre as ações que seu time precisa adotar, as mais importantes são:
- instalar firewalls, anti-malwares, anti-vírus e anti-spywares em todos os equipamentos;
- ter mecanismos de controle de acesso como autenticação em 2 fatores ou tokens;
- exigir a criação de senhas fortes e sua troca periódica para todos os usuários;
- fazer backups regularmente;
- criptografar as comunicações e os dados armazenados;
- elaborar um plano de recuperação de desastres;
- estabelecer uma política de segurança interna;
- utilizar VPNs e outros recursos de proteção de redes de tráfego;
- adotar assinaturas com certificados digitais para conferir a autenticidade da identidade;
- monitorar softwares, hardwares etc.;
- treinar a equipe para perceber, evitar e reagir situações de riscos virtuais;
- manter os sistemas atualizados;
- atualizar os dispositivos do parque tecnológico;
- optar por fornecedores reconhecidos e com certificações de qualidade;
- registrar todos os eventos e atualizações ocorridos;
- nunca usar soluções que não sejam originais.
Quais são as tendências em cibersegurança?
Por fim, um dos pontos primordiais para garantir a cibersegurança em sua empresa é a constante atualização dos processos, práticas, recursos e tecnologias envolvidos. Afinal, os cibercriminosos sempre encontram novas vulnerabilidades e meios para atacar. Nesse contexto, ficar a par das tendências nesse campo vai deixar você em vantagem. Por isso, preparamos uma lista com as principais. Confira!
Crescimento exponencial do ambiente digital
Atualmente, a maior parte das empresas está passando pela transformação digital. Ou seja, ainda não contam com 100% de suas operações sendo realizadas da forma mais digitalizada possível. Entretanto, esse ponto deve ser alcançado.
Mais que isso, o ambiente virtual vai continuar a crescer de forma exponencial com o surgimento de outras inovações, exigindo que a cibersegurança acompanhe esse processo a fim de se manter útil.
Descentralização
Outra tendência é que a cibersegurança não seja mais tratada como uma única estratégia. Afinal, ela já envolve diversas ações e recursos sendo aplicados por diferentes responsáveis em variados meios ou situações. Assim, a descentralização deve criar uma cadeia de corresponsabilidade entre fornecedores, empresas e usuários.
Ampliação da demanda por profissionais de cibersegurança
O mercado já sofre com a falta de profissionais na área de tecnologia. Com a expansão na utilização de inovações no dia a dia, isso tende a aumentar. Em consequência, o volume de dados também se eleva, exigindo mais da cibersegurança, o que depende de ampliar o quadro de colaboradores especializados.
A cibersegurança envolve um emaranhado de conceitos que incluem tipos, exemplos de ameaças, boas práticas e tendências, criando o complexo conjunto de elementos que a compõem. Diante disso, seu time precisa dominar todos eles para garantir que a proteção digital realmente funcione em seu negócio.