Entre as muitas especificações técnicas às quais precisamos prestar atenção em um smartphone, nos últimos anos mais uma foi adicionada a lista: a abertura da câmera. Porém, você sabe para que serve a abertura da câmera fotográfica?
Embora muitos não deem atenção para esse detalhe, trata-se de uma das especificações técnicas mais relevantes na hora de escolher um smartphone. Não são apenas os megapixels da câmera que têm importância, mas sim o conjunto como um todo. Uma abertura maior ou menor influencia diretamente na qualidade das suas fotos.
A abertura da lente de uma câmera fotográfica faz toda a diferença na hora de capturar fotos em ambientes mais escuros. Fotografia, por definição, é a “escrita com a luz”. Em outras palavras, fotos dependem muito da condição de luminosidade do local no momento em que o disparo é efetuado.
A abertura de uma câmera fotográfica é o elemento responsável por definir qual é a quantidade de luz que entrará na câmera e atingirá o sensor – ou no caso das máquinas mais antigas, o filme fotográfico. Portanto, quanto maior for a incidência de luz, provavelmente mais nítida e definida será a imagem em questão.
Para que se possa mensurar as aberturas e estabelecer padrões entre as câmeras, a indústria criou uma medida chamada f-stop. Seu valor é calculado dividindo-se o comprimento focal pelo diâmetro da abertura. E é aqui que vem a pegadinha que acaba confundindo muita gente: quanto menor é o número, maior é a abertura.
A nomenclatura que indica a abertura de uma lente é a f-stop. Você já deve ter visto essa especificação em smartphones em especificações como “câmera com 12 megapixels e abertura f/1.8”. Vale a regra de que quanto maior for a abertura, maior é a incidência de luz e melhor será a qualidade das fotos.
Assim, um modelo de smartphone cuja câmera tenha abertura de f/1.5 ou f/1.6 poderá proporcionar imagens de melhor qualidade, especialmente em ambientes mais escuros, do que aqueles com abertura f/1.8 ou f/1.9. Não se trata de um fator único determinante, pois outros aspectos como resolução e qualidade da lente também devem ser considerados, mas sim de uma variável de extrema importância.
Portanto, tenha em mente a seguinte regra: quanto maior a numeração, menor será a abertura. Se abertura é menor, consequentemente menos luz passa e, portanto, menores são as chances de que aquela foto capturada no fim de tarde fique nítida ou sem granulações.
O espectro encontrado em câmeras de smartphone é bastante variável, com modelos que vão do f/2.8 ao f/1.5. Contudo, essa ainda é uma especificação técnica na qual as câmeras profissionais ainda levam vantagem em relação aos smartphones, pois conseguem proporcionar aberturas ainda maiores.
Há uma relação ainda com a quantidade de tempo que a imagem é exposta para o sensor da câmera. Quanto maior for a abertura, maior será também a velocidade em que o obturador abre e fecha. Para quem captura cenas em movimento, por exemplo, essa é uma dica de ouro: como o intervalo de tempo é menor, fica mais fácil “congelar” um movimento e evitar que as fotos saiam borradas.
Um conhecido efeito fotográfico, o bokeh, é resultado justamente do uso dessa especificação técnica das câmeras fotográficas. Quanto maior a abertura, melhor será a capacidade de uma câmera em focar áreas próximas. Assim, “isola-se” o objeto principal (em foco) do seu plano de fundo (desfocado), resultando em um efeito amplamente desejado pelos consumidores e aplicado no modo retrato.
Diferente do que acontece nas câmeras do tipo DSLR, nos celulares, por questões de limitação física, a abertura é fixa e o sensor é pequeno e posicionado próximo à lente. Por essa razão, o ângulo de visão é sempre um pouco mais amplo e a profundidade de campo, maior.
Smartphones com câmera dupla pretendem justamente oferecer aos consumidores a possibilidade de ter maiores variações de abertura de campo em um mesmo produto. Agora ficou mais fácil de compreender o porquê dessa tendência, não é mesmo?