30 erros de português explicados e corrigidos para você nunca mais errar

Quem nunca parou por um instante para pensar se era “mau” ou “mal”, se o correto seria “trás” ou “traz”? Com uma das gramáticas mais complexas do mundo, o português não facilita a vida dos falantes nativos. Mesmo com toda a prática e familiaridade, deslizes acontecem, e é justamente por isso que estamos aqui.

Errar faz parte do aprendizado, mas persistir nos erros pode trazer consequências, especialmente na comunicação escrita. Imagine enviar um e-mail profissional ou postar algo nas redes sociais com uma falha evidente? Além de comprometer a clareza da mensagem, pode afetar a imagem profissional de quem escreve. No entanto, com atenção às regras e prática contínua, é possível dominar essas dificuldades.

Por isso, preparamos uma lista especial com os erros de português mais comuns, explicando cada um deles e mostrando exemplos práticos para que você nunca mais os cometa. 

1. “Mal” e “mau”: armadilhas comuns da escrita

A confusão entre “mal” e “mau” é uma das mais frequentes no português. Embora as palavras sejam parecidas na pronúncia, o uso correto de cada uma depende do contexto.

  • “Mal”: pode ser um advérbio ou um substantivo, sempre oposto a “bem”.
    • Exemplo: Ele acordou mal-humorado. (Advérbio que indica como ele estava.)
    • Outro exemplo: O conflito entre o bem e o mal é eterno. (Aqui, “mal” é substantivo.)
  • “Mau”: é um adjetivo, e seu oposto é “bom”.
    • Exemplo: Aquele filme tem uma crítica mau avaliada. (Adjetivo qualificando a crítica.)
    • Outro exemplo: O cachorro do vizinho é mau e morde os visitantes.

Dica rápida: Substitua por “bem” ou “bom” para saber qual é o correto. Se o contrário de sua frase for “bem”, use “mal”; se for “bom”, a escolha certa é “mau”.

2. “A” e “há”: não confunda tempo e distância

Aqui, o problema é a semelhança sonora entre “a” e “há”. A diferença principal está na função: o primeiro é uma preposição, enquanto o segundo é uma forma do verbo haver.

  • “Há”: usado para indicar tempo passado.
    • Exemplo: Nos conhecemos dois anos. (Indica que já se passaram dois anos desde que nos conhecemos.)
  • “A”: indica distância ou futuro.
    • Exemplo: O evento acontecerá daqui a duas semanas. (Fala de uma data no futuro.)

Erro comum: Escrever “há duas semanas atrás” é redundante. Basta dizer “há duas semanas” ou “duas semanas atrás”.

3. “A gente” e “agente”: profissão ou pronome?

O erro aqui é comum, especialmente na escrita rápida. Veja a diferença:

  • A gente: sinônimo informal de “nós”.
    • Exemplo: A gente vai ao cinema amanhã. (Usado para substituir “nós”.)
  • Agente: refere-se a uma profissão ou papel específico.
    • Exemplo: O agente secreto conseguiu cumprir a missão. (Agente, no sentido de uma função.)

Atenção: Para evitar confusões, sempre pense no contexto: se pode ser substituído por “nós”, o correto é “a gente”. Caso seja uma função, use “agente”.

4. “Mas” e “mais”: conjunção ou intensidade?

Embora pareçam parecidos, “mas” e “mais” têm funções bem diferentes.

  • “Mas”: conjunção adversativa, equivalente a porém.
    • Exemplo: Queria sair, mas está chovendo. (Indica uma oposição.)
  • “Mais”: advérbio de intensidade.
    • Exemplo: Ele é o aluno mais aplicado da turma. (Indica maior intensidade.)

5. “Senão” e “se não”: o erro que engana

Aqui, o uso errado é frequente porque as expressões são pronunciadas da mesma forma, mas o significado muda bastante:

  • “Senão”: pode significar caso contrário ou exceto.
    • Exemplo: Traga um casaco, senão você pode se resfriar.
  • “Se não”: é uma condição negativa.
    • Exemplo: Se não chover, iremos à praia amanhã.

Dica prática: Se puder trocar por “caso contrário”, a escolha certa é “senão”.

6. “Trás” e “traz”: direções opostas na língua

Essas duas palavras têm grafia e pronúncia semelhantes, mas não podem ser trocadas entre si.

  • “Trás”: usado para indicar uma posição ou parte posterior.
    • Exemplo: Olhei para trás e vi que ele já havia saído.
  • “Traz”: é uma forma do verbo trazer.
    • Exemplo: Toda semana ele traz doces para o escritório.

Dica rápida: Sempre pense se o verbo trazer faz sentido. Se não for o caso, o correto será “trás”.

7. “Descriminar” e “discriminar”: diferenças no significado

Essa confusão é comum, mas essas palavras têm significados bem distintos:

  • “Descriminar”: ato de retirar uma acusação ou culpa.
    • Exemplo: O réu foi descriminado após a nova análise das provas.
  • “Discriminar”: tratar de forma desigual, geralmente de maneira preconceituosa.
    • Exemplo: Discriminar pessoas por sua cor de pele é crime.

Lembrete: A presença do prefixo des- indica a ideia de negação ou anulação.

8. “Onde” e “aonde”: posição ou movimento?

Os termos “onde” e “aonde” são parecidos, mas seu uso depende da ideia de movimento.

  • “Onde”: refere-se a um lugar estático.
    • Exemplo: Onde você mora?
  • “Aonde”: implica deslocamento.
    • Exemplo: Aonde você vai depois do trabalho?

Dica prática: Use “aonde” apenas com verbos que indicam movimento, como ir, chegar e voltar.

9. “Viagem” e “viajem”: substantivo ou verbo?

Aqui, a troca de uma letra pode mudar o sentido completo da frase.

  • “Viagem”: substantivo, refere-se ao ato de deslocamento.
    • Exemplo: Minha viagem foi incrível!
  • “Viajem”: forma verbal do verbo viajar.
    • Exemplo: Espero que vocês viajem com segurança.

Atenção: Para saber qual usar, pergunte-se: a palavra pode receber um artigo (“a” ou “uma”)? Se sim, o correto é “viagem”.

10. “Seção”, “sessão” e “cessão”: cada uma no seu contexto

Essas palavras, com sons similares, têm significados bem distintos:

  • Seção: refere-se a uma divisão ou parte de algo.
    • Exemplo: Fui direto para a seção de frutas no supermercado.
  • Sessão: é um período de tempo, geralmente relacionado a reuniões ou eventos.
    • Exemplo: A sessão de cinema começa às 20h.
  • Cessão: significa ceder ou transferir algo.
    • Exemplo: Houve a cessão do terreno para a prefeitura.

Dica prática: Sempre verifique o contexto. Se a frase falar de tempo, é sessão; se for uma divisão, é seção; se tratar de ceder algo, é cessão.

11. “Haver” e “a ver”: cuidado com essas pegadinhas

Aqui, duas expressões sonoramente idênticas causam confusão.

  • Haver: verbo que indica existência ou necessidade.
    • Exemplo: Pode haver atrasos no evento.
  • A ver: expressão que indica relação ou afinidade entre elementos.
    • Exemplo: Essa mudança não tem nada a ver com você.

Dica prática: Se a frase puder ser trocada por “existir”, use haver.

12. “A fim” e “afim”: propósito ou afinidade?

Essas expressões são semelhantes, mas usadas em contextos diferentes.

  • A fim: indica propósito ou intenção.
    • Exemplo: Estou a fim de sair hoje à noite.
  • Afim: refere-se a afinidade ou semelhança.
    • Exemplo: Eles têm interesses afins em música e literatura.

Dica rápida: Se o sentido for de intenção ou desejo, use “a fim”.

13. “Tem” e “têm”: singular ou plural?

A confusão entre “tem” e “têm” é comum, especialmente quando escrevemos rapidamente. A diferença está no número:

  • “Tem”: é usado na 3ª pessoa do singular (ele, ela).
    • Exemplo: Ele tem muitas ideias inovadoras.
  • “Têm”: é usado na 3ª pessoa do plural (eles, elas).
    • Exemplo: Eles têm muitos projetos em andamento.

Dica prática: Se o sujeito for plural, a forma correta será “têm” com acento.

14. “Onde” e “em que”: contexto é tudo

Embora sejam usados de forma semelhante, “onde” e “em que” têm aplicações diferentes.

  • “Onde”: usado para lugares físicos.
    • Exemplo: A cidade onde passei as férias é linda.
  • “Em que”: usado em contextos abstratos.
    • Exemplo: A situação em que nos encontramos é complicada.

Dica prática: Se o termo se refere a um local concreto, prefira “onde”. Para ideias e conceitos, use “em que”.

15. “Porque”, “por que”, “porquê” e “por quê”: um verdadeiro desafio

Essas variações podem ser confusas, mas seguem uma lógica clara:

  • “Por que”: usado em perguntas ou explicações.
    • Exemplo: Por que você não veio ontem?
  • “Porque”: usado para respostas e justificativas.
    • Exemplo: Não fui porque estava doente.
  • “Porquê”: é um substantivo, usado com artigo.
    • Exemplo: Não entendi o porquê da sua ausência.
  • “Por quê”: aparece no final de frases interrogativas.
    • Exemplo: Você não veio ontem, por quê?

Dica prática: Se puder trocar por “pois”, use “porque” junto.

16. “Havia” ou “haviam”: verbo no singular ou plural?

O verbo haver, quando usado no sentido de existir, deve permanecer no singular, independentemente do sujeito.

  • Exemplo correto: Havia muitas pessoas na festa.
  • Erro comum: Haviam muitas pessoas na festa.

Dica prática: Sempre que puder substituir por “existia”, o correto é deixar o verbo no singular: havia.

17. “Ao invés de” e “em vez de”: contraste ou alternativa?

Embora essas expressões sejam confundidas, elas não são sinônimos perfeitos.

  • “Ao invés de”: usado apenas para contrastar opostos.
    • Exemplo: Ao invés de descer, ele subiu.
  • “Em vez de”: usado como alternativa.
    • Exemplo: Em vez de bolo, prefiro torta.

Dica prática: Se a ideia for contraste direto, use “ao invés de”. Nos outros casos, opte por “em vez de”.

18. “A parte” e “aparte”: separados por uma diferença sutil

  • “A parte”: indica separação.
    • Exemplo: Quero deixar isso bem a parte da reunião principal.
  • “Aparte”: é um comentário ou interrupção breve.
    • Exemplo: O orador fez um aparte durante a reunião.

19. “De encontro a” e “ao encontro de”: significados opostos

Essas expressões são frequentemente usadas de forma equivocada.

  • “De encontro a”: indica oposição.
    • Exemplo: A nova política vai de encontro aos interesses dos funcionários.
  • “Ao encontro de”: significa algo positivo ou alinhado.
    • Exemplo: As novas medidas vão ao encontro das expectativas da equipe.

20. O uso correto do hífen: regras atualizadas

O Novo Acordo Ortográfico trouxe mudanças importantes no uso do hífen. Veja algumas delas:

  • Com hífen:
    • Exemplo: bem-vindo, segunda-feira, mal-humorado.
  • Sem hífen:
    • Exemplo: autoestima, antirrugas, dia a dia.

Dica prática: Use o hífen quando o prefixo termina com a mesma letra que começa a próxima palavra (anti-inflamatório), e evite-o quando há vogais diferentes (autoescola).

21. Plural de palavras compostas: um quebra-cabeça

Fazer o plural de palavras compostas pode ser complicado. As regras variam:

  • Ambos os termos no plural:
    • Exemplo: couves-flores, criados-mudos.
  • Apenas o primeiro termo no plural:
    • Exemplo: guarda-roupas, porta-copos.
  • Sem plural:
    • Exemplo: arco-íris, pé de moleque.

22. “Vem” e “veem”: conjugação que engana

Esses dois verbos causam muita confusão, pois sua pronúncia é parecida.

  • “Vem”: forma do verbo vir, usada no singular.
    • Exemplo: Ele vem me visitar hoje.
  • “Veem”: forma do verbo ver, usada no plural.
    • Exemplo: Eles veem o pôr do sol todos os dias.

Dica prática: Sempre que o verbo se referir a “olhar”, o plural será “veem”.

23. “Por hora” e “por ora”: tempo ou momento?

  • “Por hora”: indica uma quantidade em determinado intervalo de tempo.
    • Exemplo: Ele ganha 30 reais por hora de trabalho.
  • “Por ora”: significa “por enquanto”.
    • Exemplo: Por ora, não há mudanças na empresa.

24. “Meio” e “meia”: quantidade ou advérbio?

  • “Meio”: usado como advérbio, significa “um pouco”.
    • Exemplo: Estou meio cansado hoje.
  • “Meia”: refere-se à metade ou ao número seis.
    • Exemplo: Beba água de meia em meia hora.

Dica prática: Use “meio” sempre que puder substituir por “um pouco”.

25. “Perca” e “perda”: verbo ou substantivo?

  • “Perca”: forma do verbo perder.
    • Exemplo: Não perca essa chance!
  • “Perda”: substantivo que indica algo perdido.
    • Exemplo: A perda de tempo é frustrante.

26. “Tachar” e “taxar”: conceitos diferentes

  • “Tachar”: atribuir uma qualidade negativa.
    • Exemplo: Ele foi tachado de irresponsável.
  • “Taxar”: aplicar uma taxa ou imposto.
    • Exemplo: Produtos importados são taxados na alfândega.

27. “Ao” e “à”: quando usar crase?

A crase é a fusão da preposição “a” com o artigo feminino “a”. Use-a quando houver um verbo que exige preposição e um substantivo feminino.

  • Exemplo com crase: Vou à praia amanhã.
  • Exemplo sem crase: Vou ao mercado.

Dica prática: Substitua a palavra feminina por uma masculina. Se o correto for “ao”, a frase exige crase (à).

28. “Encima” e “em cima”: verbo ou posição?

  • “Encima”: forma do verbo encimar, que significa “colocar sobre”.
    • Exemplo: O símbolo encima a bandeira.
  • “Em cima”: expressão que indica localização superior.
    • Exemplo: A chave está em cima da mesa.

29. “Mau humorado” ou “mal-humorado”?

O correto é “mal-humorado” com hífen. A expressão une o advérbio mal com o adjetivo humorado.

  • Exemplo: Ele sempre acorda mal-humorado.

Dica prática: Use mal com hífen em expressões fixas como mal-humorado e mal-intencionado.

30. “Ratificar” e “retificar”: confirmar ou corrigir?

Essas palavras são parônimos (parecem iguais, mas têm significados diferentes).

  • “Ratificar”: significa confirmar.
    • Exemplo: O juiz ratificou a sentença.
  • “Retificar”: significa corrigir.
    • Exemplo: Preciso retificar meus dados cadastrais.

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Lembre-se: a chave para evoluir está na leitura constante, na revisão cuidadosa e no hábito de se questionar sempre que surgir uma dúvida. Não tenha medo de errar: o importante é aprender e continuar aprimorando suas habilidades.

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