A expansão do 4G segue a todo vapor no Brasil, mas enquanto muitas cidades ainda estão longe de ter acesso a essa rede, fabricantes de eletrônicos e operadoras de telefonia já trabalham na chegada da tecnologia 5G. Ela está prevista para desembarcar oficialmente nos Estados Unidos e em alguns países asiáticos a partir de 2019. No Brasil? A partir de 2010! Ainda é cedo para se avaliar o impacto econômico que a chegada da nova tecnologia terá sobre a população. Da mesma forma, é difícil imaginar que antes de 2020 o 5G dê as caras por aqui. No entanto, a expectativa é grande, se levarmos em conta as possibilidades que ele pode oferecer. Neste artigo, falaremos sobre algumas das suas características.
O 5G é a quinta geração dos sistemas de banda larga wireless. Como uma evolução do 4G, ele deve proporcionar maiores velocidades, mais estabilidade e novos recursos se comparado com as bandas atuais disponíveis. Para se ter uma ideia, o 5G poderá alcançar velocidades médias de transmissão de dados de até 20 Gbps.
Em termos práticos, isso significa a possibilidade de baixar um filme de 1 GB em apenas 10 segundos, com a velocidade de download atingindo picos de velocidade maiores até mesmo do que as atuais redes de fibra óptica. Porém, velocidade não é tudo, embora ela seja o item mais perceptível por parte dos consumidores.
Outro item fundamental para o bom desempenho na transferência de dados é a chamada latência. Esse termo é usado para indicar o tempo de resposta no intervalo entre o aparelho receber o sinal e executar uma tarefa. Ou seja, tanto a rede quanto o aparelho em questão precisam estar preparados para isso. No 4G existe um atraso de 10 milissegundos para que isso aconteça. Já no 5G, especialistas indicam que esse atraso cairá para 1 milissegundo. Pode parecer pouca diferença nos celulares, mas será fundamental para os carros conectados, pois quanto mais rápido o veículo puder reagir a um comando, menores são as chances de que algum problema ocorra. A chegada do 5G deve ampliar o número de aparelhos conectados à rede. Aqui, não estamos falando apenas dos smartphones e computadores, mas de praticamente tudo: carros, eletrodomésticos, vestíveis e muito mais. Atualmente, estima-se que existam 7 bilhões de itens conectados à internet, mas até 2025 esse número deve chegar aos 100 bilhões.
Um dos itens que mais está cercado de expectativas com a chegada oficial do 5G é a possibilidade de que os carros autônomos ganhem as ruas. Eles precisam de um sinal de alta velocidade e baixa latência para receber e enviar informações sobre localização e trânsito, mantendo o motorista e os passageiros mais seguros.
Essa tecnologia, no entanto, deve demorar um pouco mais para chegar ao Brasil. Isso porque é preciso mapear mais estradas e avenidas e garantir que o alcance do sinal seja eficiente ao longo de todos os percursos. Mesmo nos Estados Unidos ainda há poucas localidades que poderiam ter acesso completo a essa tecnologia logo de início.
Como já mencionamos, 2019 deve ser o ano da chegada oficial do 5G ao mercado internacional. Os países mais avançados na implantação desses sistemas no momento são os Estados Unidos, a Coreia do Sul, o Japão e Cingapura. A Coreia do Sul, por exemplo, já está testando uma rede comercial 5G durante os Jogos Olímpicos de Inverno, que acontecem na cidade de Pyeongchang. A Qualcomm, fabricante de processadores e chipsets para eletrônicos, promete o primeiro modem 5G para smartphones em 2019, portanto no ano que vem devemos ver os primeiros aparelhos com suporte à nova tecnologia.
A expectativa, segundo um relatório produzido pela consultoria Juniper Research, é que até 2025 existam 1 bilhão de conexões 5G, sendo que 55% delas estarão concentradas nos Estados Unidos, na China e no Japão. No Brasil, os primeiros leilões de licitação para que as operadas possam operar as bandas 5G só vão acontecer após 2020 – o que significa que teremos que esperar pelo menos mais 4 anos até que possamos conferir as primeiras experiências com essa nova tecnologia. Apenas a título de comparação, o 4G chegou ao Brasil em 2013, mas dados da Anatel de maio de 2017 indicavam que apenas 31,5% das linhas móveis no país usufruíam dos seus recursos. Assim, pensando em uma possível chegada da tecnologia por aqui a partir de 2021, dá para imaginar que vai demorar bastante até que ela se popularize e vire realidade para a maioria dos brasileiros. Fonte(s): El País, UOL, CNET e The Verge