A disrupção digital é um assunto que tem sido foco de intensos debates no mundo corporativo. As mudanças e quebras de paradigma que ela causa tendem a reformular as empresas e seus meios de fazer negócio. Ainda assim, muita gente se depara com dúvidas relevantes ao lidar com o assunto.
Afinal, do que exatamente estamos falando? O que será essa transformação de negócios? Qual a relação com as inovações digitais que estamos presenciando?
Para responder a essas questões, vamos mostrar aqui alguns exemplos de disrupção tecnológica, explicando o conceito e explicando seus impactos.
O que é disrupção digital?
As dúvidas que surgem em torno da disrupção digital fazem com que algumas pessoas relacionem o conceito a uma coisa ruim.
Na verdade, quando algo dessas proporções ocorre, o prejudicado é aquele que ignora o cenário à sua frente e não se adapta a ele. Estamos falando de um caminho sem volta e que já vem causando alguns efeitos em toda a sociedade.
Resumidamente, disrupção digital é a transformação causada pelas tecnologias em ascensão e pelos novos modelos de negócio ligados a elas. A relevância da questão está no fato de que esse surgimento causa grandes impactos no valor dos produtos até então existentes.
É exatamente esse o sentido da palavra disrupção nesse cenário: é causada uma quebra de paradigma, gerando a necessidade de reavaliação dos valores dos produtos e serviços — além, é claro, das empresas que os oferecem.
O mercado já passou por algo assim antes?
A resposta é bem simples: sim. Por mais que a disrupção digital represente um marco importante no mercado mundial — dadas as proporções dos seus impactos em nosso dia a dia —, sempre que uma nova tecnologia emerge, uma série de mudanças tende a ocorrer. Um exemplo muito representativo é a ascensão e queda da Kodak.
Responsável por algumas das primeiras câmeras fotográficas introduzidas no mercado, a empresa monopolizou o setor por quase 100 anos. Entretanto, com a digitalização dos processos e dos produtos do ramo, a Kodak passou por um momento delicado e não soube reagir adequadamente a ele.
O surgimento das câmeras digitais remodelou o mercado. Não se tratava apenas de um produto mais barato — era uma forma diferente de pensar a fotografia. Basta olharmos para a quantidade de fotos e vídeos que todos nós tiramos diariamente hoje e verificar como isso funcionava há 50 anos.
A negação da Kodak pelas novas tecnologias e seus esforços na luta contra essa nova tendência fizeram com que empresas como a Canon e a Sony ganhassem cada vez mais espaço. Após décadas “andando na contramão”, a Kodak foi do topo do mercado ao pedido de falência em meados de 2012.
Quais são os impactos no mercado?
O exemplo da Kodak é uma ilustração daquilo que tende a acontecer com organizações que se negam a aceitar as mudanças de paradigma no mercado.
Assim como hoje os computadores estão presentes na maioria das residências e são fundamentais para as empresas, um dia tivemos que nos ajustar e repensar nossas estratégias frente à ascensão dessa tecnologia.
A Kodak nos ensina, portanto, que a disrupção digital é inevitável e lutar contra ela pode ser contraprodutivo. O futuro do mercado é, certamente, de replanejamento e adaptação. O mais interessante é que esse tipo de evento costuma trazer consigo uma série de oportunidades para quem se mantém preparado e de olhos abertos.
Se olharmos para o YouTube, por exemplo, é possível verificar uma mudança importante que ainda está em andamento. Antigamente, o marketing tinha a televisão como principal veículo midiático.
Hoje, qualquer pessoa pode gravar um vídeo e disponibilizá-lo no YouTube. Isso levou as empresas a investirem em visibilidade nesse ambiente, e novos modelos de negócio emergiram com rapidez.
Existem canais de diversos segmentos e públicos que movimentam muito dinheiro. Em alguns deles, há uma única pessoa por trás da câmera; em outros, equipes inteiras ou mesmo empresas.
Se quer mais um exemplo de grande impacto no mercado, basta olhar para a Netflix e demais serviços de streaming de vídeo que derrubaram as locadoras de filmes e geram impactos até mesmo nas salas de cinema.
O panorama do mercado brasileiro indica que empresas de operações financeiras (e seguradoras), por exemplo, tenham seus processos totalmente digitalizados. O mesmo se aplica a qualquer organização cujo core business envolva um tipo de atendimento que possa ser transferido para o ambiente digital.
A tendência é que haja uma desmaterialização dos processos empresariais. Tudo o que puder ser digitalizado pode (e deve) ser repensado. O principal motor que gera essa mudança é a redução de custos, tanto para a companhia quanto para o consumidor final.
Mobilidade e flexibilidade são outros fatores tão relevantes quanto a saúde financeira dos negócios. O consumidor atual quer um atendimento rápido, porém personalizado.
Tecnologias como Big Data e Internet das Coisas (IoT) permitem o estreitamento das relações com seus clientes, fazendo do mundo digital mais propício à realização de atendimentos e vendas com qualidade.
Do ponto de vista do mercado de trabalho, entretanto, as mudanças devem ser ainda maiores. É possível que passemos por uma escassez de talentos, por exemplo.
As características do profissional que as empresas precisam estão se tornando cada vez mais abstratas. É preciso se manter atualizado e conhecer uma ampla gama de tecnologias para dar conta das novas demandas.
Consequentemente, as empresas precisam manter o foco em seus objetivos e promover a capacitação dos funcionários.
A própria ascensão dos robôs deve modificar essa dinâmica, já que eles tendem a substituir os humanos em cada vez mais funções no mercado de trabalho. Assim, o momento é de aproveitar a redução de custos causada pela inovação tecnológica para investir em capacitação profissional.
De qualquer forma, o grande desafio atual é o desaparecimento progressivo de certas profissões. Um artigo do Jornal de Negócios, de Portugal, mostra que muitos dos cargos ocupados hoje devem desaparecer até 2020. Isso mostra que é interessante que as empresas contratem pessoal mais flexível para que eles se adaptem às novas necessidades e mudanças.
O que devemos ter em mente é que não é o momento para se desesperar. As oportunidades são muitas e os desafios estão postos para todas as organizações.
Começar aos poucos, mas imediatamente, é fundamental. Faça uma análise das tecnologias disponíveis para o setor de atuação da sua empresa e discuta com outros gestores as possíveis mudanças estratégicas para o futuro próximo.
Busque estar atento às novas demandas do mercado e responder com agilidade, pois esse comportamento deve guiar as companhias de sucesso após a transformação digital pela qual estamos passando. Além disso, faça planejamentos de risco e implemente uma cultura da inovação em seu negócio.
A disrupção digital pode ser uma aliada importante para que sua empresa crie um diferencial competitivo. Tenha seus efeitos em mente e esteja preparado para uma provável transformação dos negócios — o tempo de resposta será um fator importante para definir quem terá mais sucesso nessa nova era.
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