
Implementar novas estratégias para otimizar a manutenção é parte fundamental do trabalho de qualquer gestor. Os estudos na área de Engenharia oferecem visões cada vez mais apuradas de seus processos e os impactos positivos que eles podem causar nos negócios. E é preciso aplicar esse conhecimento com eficiência no dia a dia.
Porém, algumas dúvidas podem surgir ao lidar com esse assunto. Afinal, é preciso compreender com propriedade a diferença entre os tipos de manutenção e saber identificar o melhor momento para aplicar cada um deles.
Pensando nisso, mostraremos aqui a definição de manutenção corretiva, prescritiva, preditiva e preventiva, além de esclarecer as diferenças e mostrar quando fazer cada uma delas.
Manutenção corretiva
A manutenção corretiva é a que toda empresa busca reduzir a qualquer custo. Afinal, é nela que são feitos os reparos quando um equipamento ou uma máquina quebra. Assim, na maioria dos casos, pelo menos um processo é interrompido, causando atrasos na produção e efeitos colaterais diversos.
Isso faz com que ela seja mais cara, tanto pela parada na linha de produção, quanto pelo custo direto do reparo e das peças a serem eventualmente substituídas. Ainda assim, é fundamental investir em uma manutenção corretiva que atue com eficiência. Por mais que as empresas busquem formas de reduzir as falhas — como mostraremos mais à frente —, é quase impossível criar um cenário sem quebras.
Um indicador importante para medir a eficiência da atuação corretiva é o MTTR (mean time to repair), ou tempo médio para reparo. Seu cálculo é simples: basta dividir o tempo que a máquina fica parada durante uma falha e dividir pelo número de falhas em um determinado intervalo.
Grosso modo, esse indicador mostra quanto tempo uma máquina costuma ficar parada quando a manutenção corretiva é necessária. Seu uso é essencial para a elaboração de um planejamento mais eficiente na manutenção e até mesmo na produção. Afinal, quando uma empresa estabelece o prazo para entregar um determinado produto, é preciso considerar a possibilidade de falhas ao longo do caminho.
Os outros tipos de manutenção, como mostraremos a seguir, surgiram como evoluções da manutenção corretiva, visando reduzir a necessidade desse serviço de emergência.
Manutenção preventiva
Com base em dados levantados pela Engenharia de Manutenção, a atuação preventiva é aquela que visa, como diz o nome, prever as falhas que podem ocorrer e mitigá-las. Essa estratégia é desempenhada por meio de intervenções feitas no dia a dia da empresa.
A gestão da manutenção define um cronograma de ações preventivas em todos os equipamentos, as quais são executadas tanto pelos operadores das máquinas quanto pelos técnicos da manutenção. Empresas que prestam serviços ou fornecem máquinas costumam oferecer também técnicos para manutenção preventiva periódica.
Isso significa que certas peças são avaliadas ao longo do tempo para que seu desempenho seja verificado. Assim, as chances de falha são reduzidas drasticamente e os serviços prestados ganham em qualidade.
Por isso, é fundamental ter em mente essas características da manutenção preventiva: ela deve ser prevista, preparada e programada. Só assim sua eficiência poderá ser satisfatória.
Alguns exemplos de procedimentos realizados durante as intervenções são: lubrificação de peças e sistemas, revisão sistemática de equipamentos, calibração e aferição de instrumentos, execução de planos de inspeção, verificação de histórico e recomendações do fabricante, etc.
Manutenção preditiva
A manutenção preditiva tem um funcionamento similar ao da preventiva, mas é fundamental que elas não sejam confundidas. No item anterior, falamos de uma intervenção com base em ações generalizadas para identificar possíveis falhas, substituir peças, etc. No caso da manutenção preditiva, a atuação é mais pontual.
Cada máquina deve ser gerenciada de perto pela gestão da manutenção ou pelo fornecedor do equipamento. Algumas análises devem ser feitas constantemente para levantar possibilidades de quebra. Só então é que uma intervenção deve ser planejada.
Esse acompanhamento pode variar até mesmo entre equipamentos iguais, ainda que uma intervenção em um deles possa levantar a possibilidade de avaliar se o outro está passando pelo mesmo problema. Porém, tudo depende da dinâmica interna da empresa e sua área de atuação.
Quanto ao acompanhamento, não há forma melhor de levantar informações relevantes para fazê-lo do que estabelecendo indicadores. Em uma visão mais geral sobre todos os processos de manutenção, um dos que se destaca é o de Availability, ou Disponibilidade. Ainda assim, a manutenção preditiva é uma das que mais se beneficia dele.
Como o nome diz, ele mostra o tempo durante o qual a máquina se mantém disponível. Ou seja, quanto mais alto ele se mantiver, melhor será para a empresa. Seu cálculo é o seguinte:
A = [tempo disponível / (tempo disponível + tempo indisponível)] x 100
O resultado será um valor percentual que mostra a disponibilidade real da máquina. Em um cenário ideal e sem quebras, o valor de A seria 100%. Realizar o cálculo individualmente nas máquinas, considerando curto e longo prazo, é uma forma interessante de avaliar o desempenho de cada uma delas.
Assim, se uma máquina apresenta índice de disponibilidade muito abaixo das outras, significa que a manutenção preditiva é necessária.
Manutenção prescritiva
O conceito de manutenção prescritiva é recente e surgiu graças às novas possibilidades oferecidas pelos últimos avanços tecnológicos. Sua implementação, em geral, está associada à ISO 55000. O objetivo continua sendo o de diminuir o número de falhas ocorridas e, consequentemente, reduzir a manutenção corretiva.
Entretanto, estudos mostram que, mesmo com a manutenção preventiva, 82% dos equipamentos falham de maneira aleatória. Isso significa que motivos ainda não alcançados pela análise humana continuam causando problemas e quebras de equipamentos.
Assim, a manutenção prescritiva utiliza conceitos fundamentais da Indústria 4.0 para buscar novas soluções. Isso significa implementar tecnologia de ponta para levantar e cruzar dados de forma a gerar insights sobre possíveis falhas. Em seguida, o próprio sistema oferece sugestões de atuação para evitar que os erros ocorram.
Um estudo de retorno sobre o investimento (ROI) mostrou que esses insights podem diminuir em até 50% o tempo necessário para manutenção corretiva. O tempo de resposta, por sua vez, é 25% menor e os incidentes catastróficos são reduzidos em até 35%.
O futuro das empresas está na manutenção prescritiva e é fundamental buscar formas de implementá-la. Na prática, isso deve ser feito por dois caminhos principais. O primeiro é investir esforços na otimização dos outros três tipos de manutenção, pois a prescritiva depende diretamente da eficiência de todos eles.
Em segundo lugar, é fundamental inovar continuamente, investindo em novas tecnologias. Com a transformação digital e os rápidos avanços tecnológicos, as empresas que não se atualizarem perderão gradativamente seu espaço no mercado.
Faça já um planejamento em sua empresa para que a manutenção prescritiva esteja nos planos para um futuro próximo. Com eficiência em seus processos, os frutos virão rapidamente!
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Ótimo texto. Acredito que as três manutenções são muito importantes para qualquer tipo de empresa. Mas evitar a corretiva é um custo a menos em todo seu processo.
Acredito que a manutenção corretiva deve ser evitada, visto que ela pode trazer custos extras para a sua empresa, além de, como ela atua apenas quando há falha em equipamentos e máquinas, haverá inatividade em sua operação, elevando os custos. Portanto, se der para evitá-la com práticas preditivas e preventivas, melhor, não é mesmo?