Uma interface do usuário eficiente pode ser o fator decisivo para diferenciar um produto de sucesso daqueles que deixam a desejar. Há uma série de questões a se levar em consideração durante o desenvolvimento, e cada uma delas impacta a forma de criar aplicativos e softwares. Pensando nisso, o Google criou o conceito de Material Design.
Desde o anúncio de seu lançamento, em 2014, a maioria dos aplicativos e produtos da empresa tem como base essa linguagem. Entretanto, é natural ter algumas dúvidas sobre seu funcionamento, os benefícios e as formas de aplicar. Pensando nisso, mostraremos neste post tudo o que você deve saber sobre o assunto. Confira!
O Material Design
O Google sempre investiu alto para permitir que todos pudessem desenvolver aplicativos e softwares em geral, principalmente, após a chegada do Android às soluções corporativas. A inovação é uma palavra-chave nesse contexto.
Entretanto, essa liberdade gerava um efeito que atingia até mesmo os programas criados pela empresa: o design e a experiência do usuário (UX), duas grandes demandas do mercado, se tornavam completamente diferentes.
Por mais que seja interessante manter uma ampla variedade de possibilidades para o desenvolvedor, certas características de um software funcionam bem melhor do que outras. Quanto mais os desenvolvedores percebiam que a experiência do usuário é fundamental para o sucesso do aplicativo, mais eles buscavam implementar um design otimizado.
Ao perceber isso, o Google estudou os formatos mais eficientes e unificou esses conceitos, criando o Material Design. Basta olhar para aplicativos e plataformas como Gmail, YouTube, Drive, Maps, Classroom e tantos outros para perceber como as interfaces seguem certos padrões que otimizam a experiência do usuário.
Assim, estamos falando de uma verdadeira linguagem de design que visa a orientar o desenvolvimento de softwares. De acordo com a Google, o Material Design se baseia em papel e tinta, além de utilizar nomenclaturas ligadas a materiais do mundo real — como sheets (folhas de papel), pallete (paleta), toolbar (barra de ferramentas) etc.
Para isso, foram feitos vários experimentos para identificar princípios e características que formassem a base desse conceito, como mostraremos a seguir.
Características gerais
Ao analisar aspectos dos materiais físicos, alguns pontos foram destacados pelos pesquisadores do Google. Em primeiro lugar, algumas características — os materiais são sólidos e impenetráveis, podem ser criados e destruídos, podem se fundir, entre outras.
Em seguida, certos pontos relacionados ao comportamento foram levantados, pois interferem na manipulação dos objetos. Estamos falando de sombreamento, a física e a fluidez dos movimentos (os objetos podem se mover em qualquer eixo), a importância de ser intuitivo etc.
Os três princípios
Com base nessas observações, foi possível, então, lidar com as possibilidades que o software tem e não são encontradas em objetos físicos. Toda a criatividade do desenvolvedor pode ser colocada em prática a partir de três princípios.
O primeiro é o material. Conforme mostramos anteriormente, o Material Design é inspirado no comportamento dos objetos físicos. Em segundo, está o princípio de bold, graphic, intentional (ou direto, gráfico, intencional). Ou seja, ele adota elementos tradicionais do design, indicando o uso de letras grandes, cores marcantes etc.
Por fim, temos o conceito de uso do movimento. O objetivo não é apenas adotá-lo para dar um estilo, mas para gerar significado. Quando uma janela se move para o lado, por exemplo, sabemos intuitivamente que ela pode ser trazida de volta ao deslizarmos o dedo na direção contrária.
Para mostrar como isso funciona na prática, falaremos a seguir de algumas possibilidades de aplicação do Material Design para seus projetos.
As práticas mais eficientes
O mais interessante do Material Design é que ele permite a utilização de práticas bastante variadas, desde as mais simples até conceitos complexos para quem busca um resultado específico. Falaremos aqui das ações que se destacam nos aplicativos em geral.
1. As fontes
O Material Design tomou como base alguns conceitos de tipografia para otimizar o uso da fonte do texto, que pode ser a Roboto ou a Nato. A primeira foi desenvolvida pelo próprio Google, com o objetivo de ser compatível com os mais variados dispositivos. Ainda assim, ela está disponível em 6 formatos diferentes, além das versões em itálico.
A Nato, por sua vez, tem como objetivo cobrir uma gama de alfabetos que a Roboto não suporta (japonês, chinês e indiano, por exemplo). As variações são diferentes para cada língua. O Material Design adota o uso de fontes em grande escala para otimizar a identificação e compreensão dos textos.
2. Os ícones
A iconografia do Material Design indica o uso de formatos geométricos simples, que sintetizam o objetivo do aplicativo. Cada item deve ser desenvolvido para parecer real e tátil, como se fosse uma folha de papel com objetos sobre ela. A grade de ícones do sistema oferece uma série de opções para a definição do formato.
3. Grid
O uso de grid é uma alternativa bastante interessante para quem quer fugir do formato comum de listas. Ele permite a utilização tanto de texto como ícones e imagens para elencar as funções em seu programa.
A implementação por meio do Material Design é extremamente simples e o grande benefício é a otimização do espaço. O layout se torna muito mais atraente e intuitivo, melhorando a experiência do usuário.
4. Cards
Um card é uma espécie de folha que funciona como entrada para informações mais detalhadas sobre um item ou uma função. Ele pode conter uma imagem, um texto ou um link. O Material Design oferece também a possibilidade de unificar cards em um único layout.
Trata-se de uma forma muito eficiente para exibir diferentes elementos. É possível, por exemplo, inserir uma foto com legenda, descrição e botões para acesso a funções relacionadas a ela.
5. Toasts e snackbars
Os toasts, por sua vez, foram utilizados inicialmente na base da tela para exibição de mensagens — enquanto as snackbars ficam localizadas no topo, com algumas opções. Ambos funcionam como pop-ups e podem ser programados para desaparecerem automaticamente após alguns segundos ou com um toque na tela.
6. Botões
O Material Design permite ainda a utilização de dois tipos diferentes de botões — os fixos na tela e os móveis. A diferença é que os primeiros não desaparecem conforme a tela é rolada para baixo ou para cima.
Da mesma forma, é possível estabelecer áreas delimitadas para que o botão esteja presente apenas até aquele limite — ao ultrapassar certa parte da página, ele é rolado junto com o resto do conteúdo.
Diferencial do Material Design
Além de otimizar significativamente o processo de desenvolvimento, o Material Design dá traços de realismo importantíssimos ao software. A intuitividade no uso é aumentada conforme o mundo digital replica comportamentos físicos do mundo real, algo que esse conceito da Google aplica com maestria.
Ao adotarem o Material Design, empresas que desenvolvem diversos aplicativos diferentes passam a contar com uma identidade muito forte em suas soluções. Assim que um cliente ou usuário bate os olhos no aplicativo, sabe quem é o criador.
Isso coloca a experiência do usuário em foco e projeta um diferencial competitivo importantíssimo. Cada vez mais, é preciso investir em ações que facilitem a vida das pessoas — o programa deve ser simples, de uso fácil, aprendizagem rápida e com layout agradável.
Assim, o processo de criação se torna mais rápido, seus custos são reduzidos e o produto ganha ainda mais em qualidade. Vale a pena fazer um teste com o Material Design e verificar as vantagens que ele oferece para seus projetos!
Agora que você já sabe como ele funciona, veja também nosso post sobre as principais tendências de UX!