
A auditoria de segurança é uma ferramenta importante para a proteção dos ativos, de informações e sistemas, sendo aplicada tanto no âmbito público quanto no privado. Investir em boas práticas ajuda na prevenção de fraudes, corrupção e outros incidentes do gênero.
Somado a isso, as auditorias também podem ajudar a melhorar a eficiência e a eficácia do sistema de proteção, identificando oportunidades de melhoria. O objetivo geral é sempre identificar e avaliar os riscos de segurança, bem como as medidas de controle que podem ser implementadas para mitigar tais riscos.
Neste artigo, desenvolvemos um conteúdo especial sobre auditoria, abordando questões conceituais e práticas envolvendo o tema. A ideia é explicar o que é, como funciona (inclusive no âmbito público) e como colocá-la em prática. Quer saber mais? Continue a leitura para descobrir!
O que é auditoria de segurança?
A auditoria de segurança é um processo sistemático e independente de avaliação do sistema de segurança de uma organização. A ideia é identificar e avaliar eventuais riscos, bem como as medidas de controle que estão em vigor — ou que podem ser implementadas — para mitigar esses riscos.
As auditorias de segurança podem ser realizadas em qualquer tipo de empresa ou organização, incluindo empresas privadas, instituições públicas e organizações sem fins lucrativos. Em qualquer contexto de aplicação, ela se apresenta como uma ferramenta eficaz na proteção de ativos, informações e sistemas.
Objetivo da auditoria
Quando se fala em objetivo, podemos categorizá-lo em três tipos: de conformidade, de eficiência e de eficácia. Os objetivos de conformidade estão relacionados às auditorias que visam avaliar se o sistema de segurança está de acordo com as leis, regulamentos e boas práticas.
No caso da eficiência, o foco está em verificar a eficiência do sistema de segurança, identificando possíveis riscos e eventuais possibilidades de melhoria. Por fim, o terceiro critério, de eficácia, está voltado para análise na eficácia do sistema, no sentido de determinar a sua capacidade de proteger informações, ativos e sistemas da organização.
Medidas de controle
As medidas de controle que podem ser avaliadas em uma auditoria de segurança da informação incluem os controles físicos, lógicos e administrativos. Cada um desses parâmetros tem suas próprias funções e finalidades no escopo geral.
Os controles físicos estão relacionados às medidas que protegem ativos físicos, como alarmes, sistemas de segurança e controle de acesso, por exemplo. Por outro lado, os controles lógicos estão associados a medidas que protegem as informações e sistemas de tecnologia de informação, como senhas, antivírus, firewalls, entre outros.
Já os controles administrativos têm relação com a implementação de medidas que regulam o comportamento das pessoas, incluindo, por exemplo, as políticas, processos e procedimentos internos, treinamentos e demais atividades humanas.
Como funciona?
A auditoria de segurança é um processo sistemático e independente de avaliação do sistema de proteção de uma organização. Como vimos, elas podem ser realizadas em qualquer tipo de organização.
O processo de auditoria de segurança pode variar segundo os processos adotados pelos auditores. Porém, em geral, ele costuma ser dividido em cinco etapas. Conheça!
Planejamento
Na primeira fase, o auditor estabelece os objetivos da auditoria, o escopo do trabalho e os procedimentos que serão utilizados.
Coleta de evidências
Depois, o auditor coleta evidências sobre o sistema de segurança, isso pode ser feito por meio de entrevistas, análise de documentos, testes, entre outros. A escolha dos métodos de coleta das evidências varia conforme as particularidades de cada negócio e todos os métodos de trabalho do profissional responsável.
Avaliação de evidências
Neste momento, com todas as evidências coletadas, o auditor dá início ao processo de avaliação das evidências coletadas. É nesta fase que ele identifica a existência de eventuais riscos de segurança.
Elaboração do relatório
Aqui, o auditor elabora um relatório que apresenta os resultados da auditoria e as recomendações para melhorar o sistema de segurança.
Implementação de ações corretivas
Na fase final temos a implementação das ações corretivas, realizadas pela empresa seguindo as recomendações do relatório de auditoria. Elas devem ser sempre analisadas depois da implementação para garantir sua confiabilidade a longo prazo.
Quais riscos podem ser avaliados em uma auditoria de segurança?
A auditoria de segurança avalia uma série de riscos, incluindo: fraudes, corrupção, espionagem e prática de atividades criminosas. As fraudes se caracterizam pela utilização indevida de ativos, informações ou sistemas com o escopo de obter vantagem pessoal, ou prejudicar a organização.
Já a corrupção está associada à solicitação ou aceitação de vantagens indevidas em troca de favores. Em muitos casos ela pode ser combinada com práticas de espionagem, sendo aquelas na qual um indivíduo coleta informações confidenciais sem autorização.
Por fim, as atividades criminosas, outro risco que pode ser avaliado em uma auditoria de segurança, contemplam problemas como ataques cibernéticos, sabotagem, vandalismo, entre outros.
Quando fazer?
Existem várias razões que justificam a realização de uma auditoria. Por isso, o motivo que leva as empresas a tomarem a decisão de realizar esse processo pode variar. A seguir, destacamos alguns exemplos:
- se houver preocupação com a segurança da empresa e necessidade de identificar e corrigir eventuais vulnerabilidades;
- cumprimento de legislação ou regulamento que exija a realização da auditoria;
- caso o gestor esteja procurando por oportunidades de melhoria, a auditoria pode ser uma forma de auxiliar na busca por eficiência e a eficácia do sistema de segurança e até dos equipamentos;
- se a empresa ou instituição teve algum incidente de segurança;
- caso a empresa esteja mudando sua infraestrutura de TI, nos servidores, adicionando sistemas ou aplicativos, ou fazendo alterações em sua infraestrutura, é altamente recomendado fazer uma auditoria para garantir que a segurança esteja em dia;
- quem está adquirindo uma nova empresa também deve fazer uma auditoria para avaliar os níveis de segurança na organização.
Sempre que houver algum tipo de preocupação com segurança, é importante procurar o suporte de profissional especializado no assunto, ele poderá orientá-lo sobre a necessidade de fazer a auditoria.
Qual a importância da auditoria de segurança no setor público?
No Brasil, as auditorias de segurança no setor público são realizadas por órgãos de controle interno, como os Tribunais de Contas. Essas instituições têm a função de fiscalizar a administração pública e garantir o cumprimento das leis e regulamentos.
Esse procedimento é importante por uma série de motivos. Veja abaixo os principais:
- proteção de ativos públicos: as auditorias de segurança podem ajudar a identificar e corrigir vulnerabilidades exploradas por criminosos para roubar ou danificar ativos públicos, como dinheiro, propriedade ou informações confidenciais;
- garantia de conformidade com leis e regulamentos: a legislação determina que as organizações públicas realizem auditorias para garantir que estejam conforme as normas de segurança;
- melhoria da eficiência da eficácia dos sistemas: os procedimentos de auditoria auxiliam as instituições públicas na identificação de oportunidades de melhoria em seus sistemas de segurança, tornando-os mais eficazes na prevenção de incidentes.
Como fazer auditoria de segurança no setor público?
Os procedimentos de auditoria de segurança em empresas do setor privado e instituições públicas são diferentes. A seguir, listamos um passo a passo com as principais etapas do procedimento adotado em organizações públicas. Confira!
Comece pelo desenvolvimento de um plano abrangente
O primeiro passo é desenvolver um plano abrangente. Ele deve definir os objetivos da auditoria, o escopo do trabalho, os procedimentos que serão utilizados e os recursos necessários. Cabe ressaltar ainda que os intuitos da auditoria devem ser claros e específicos a fim de realmente contribuir para a estabilidade e desempenho geral do sistema de segurança.
Já o escopo do trabalho deve definir quais áreas da organização serão auditadas. Nesse caso, o foco pode ser se concentrar em um recurso específico, como um sistema de informação ou uma rede de computadores, ou abranger toda a organização.
Os procedimentos que serão utilizados devem ser definidos de forma clara e concisa, incluindo as atividades que serão realizadas durante a auditoria, como entrevistas, análise de documentos e testes.
Com relação aos recursos, é fundamental dar uma atenção especial a eles porque devem ser estimados com precisão. Os recursos podem incluir: tempo, pessoal e orçamento.
Avaliação de riscos
A avaliação dos riscos é uma etapa imprescindível de qualquer auditoria. Ela tem como principal resolução identificar as ameaças que a organização enfrenta, avaliando a probabilidade e o impacto delas.
Na prática, ela deve ser realizada de forma sistemática e abrangente, e esses riscos devem ser avaliados com base em critérios específicos. Isso inclui probabilidades de ocorrência, impacto potencial e gravidade do impacto.
Avaliação dos controles de acesso
A avaliação dos controles de acesso visa identificar os controles de acesso que estão em vigor e avaliar a eficácia desses controles. Estes controles podem ser físicos, lógicos ou administrativos — conforme destacamos no início deste texto.
Os controles de acesso devem ser avaliados com base em critérios específicos, como a adequação, a efetividade e a eficiência. Os resultados da avaliação dos controles de acesso devem ser documentados e utilizados para orientar as atividades de auditoria.
Realização de auditorias técnicas
As auditorias técnicas visam identificar vulnerabilidades técnicas que podem ser exploradas por criminosos. Elas devem ser realizadas por profissionais de segurança qualificados e podem incluir testes de penetração, análise de vulnerabilidades e teste de segurança de aplicações.
Proteção de dados
As organizações públicas devem proteger os dados confidenciais, como informações pessoais, informações financeiras e informações sensíveis. Neste contexto, a proteção de dados é uma prioridade no âmbito das organizações públicas e privadas.
A auditoria de segurança deve avaliar as medidas de proteção de dados que estão vigentes na instituição, como a criptografia, autenticação e controle de acesso.
Realização do processo de gestão de incidentes
A gestão de incidentes visa responder a questões de segurança de forma rápida e eficaz, sendo uma parte importante da auditoria. Nele, são incluídos procedimentos para a identificação, a investigação, a remediação e a comunicação de incidentes.
Monitoramento contínuo
O monitoramento contínuo tem como principal objetivo identificar vulnerabilidades e ameaças emergentes. Ele pode ser realizado por meio de ferramentas e técnicas de segurança, como: monitoramento de logs, monitoramento de rede e de eventuais problemas ou riscos.
Além dessas etapas, a auditoria no setor público também pode incluir outras atividades, como:
- avaliação da conscientização de segurança dos servidores e na nuvem;
- avaliação da cultura de segurança da instituição;
- avaliação das políticas de governança de segurança.
Qual a diferença entre auditoria de segurança e avaliação de risco?
A avaliação de risco também consiste em um processo de análise que uma organização enfrenta, associada à conferência das probabilidades e dos impactos das ameaças. Porém, é muito importante saber que existem diferenças relevantes entre elas. E a principal e mais relevante de todas é o foco.
Isso porque a abordagem da auditoria de segurança é um processo sistemático e independente, enquanto a avaliação de risco pode ser realizada por qualquer tipo de organização.
Por isso, a combinação das duas ferramentas é uma ótima opção, já que ambas ajudam a obter uma visão mais completa de todas as ameaças de segurança que enfrentam e a tomar medidas eficazes para mitigá-los.
Quais as consequências de não fazer auditoria de segurança?
Para organizações privadas, as consequências de não fazer auditoria podem incluir a perda de dados confidenciais, o aumento do risco de ocorrência de fraudes e a prática de atividades criminosas, como ataques cibernéticos.
Nos casos das organizações públicas, as consequências de não fazer auditoria de segurança estão associadas a perda de confiança da opinião pública, mais ameaças e o vazamento de dados e ataques cibernéticos. Também é possível sofrer aplicações de sanções legais associadas ao descumprimento de leis e regulamentos.
Como você pode ver, as auditorias são uma ferramenta importante para garantir a proteção dos ativos, informações e sistemas das organizações. Elas podem ajudar a prevenir fraudes, corrupção, espionagem e outros incidentes.
Se você está preocupado com a segurança da sua organização e a proteção do seu negócio, uma auditoria de segurança é uma ferramenta que deve ser incluída nas suas metas de gestão.
Gostou deste conteúdo sobre auditoria de segurança? Aproveite a visita em nosso blog para continuar se atualizando. Baixe o e-book “Cibersegurança: prioridades, desafios e soluções para as empresas” e aprofunde o seu conhecimento sobre o assunto!