A nuvem híbrida, ou nuvem mista, é uma configuração capaz de dar uma boa vantagem operacional e competitiva aos negócios. Afinal, existem dados que performam melhor em um ambiente que em outro, sendo importante contar com essa versatilidade.
Ao longo deste artigo, vamos explicar os pormenores da nuvem híbrida. A ideia é apresentar os seus elementos, explicando os motivos que justificam a migração e quais as principais etapas desse processo. Interessado em melhorar a performance da sua organização com a cloud híbrida? Continue lendo até o final!
O que é nuvem híbrida?
Para que se entenda a solução de nuvem mista, vale explicar brevemente a nuvem pública e privada. Elas se caracterizam pelo uso de um data center dedicado a uma empresa ou organização pública, sem nenhum compartilhamento. Além disso, esse tipo de data center pode estar localizado tanto localmente — dentro da companhia — ou fora dela, sendo gerida por um provedor.
Já a nuvem pública, ao contrário da cloud privada, permite o compartilhamento dos serviços entre mais de uma organização. Inclusive, por esse motivo, ela é mais barata, sendo uma solução interessante para alguns negócios.
Dito isso, a cloud híbrida nada mais é que um ambiente de nuvem mista, podendo conter:
- nuvens públicas;
- nuvens privadas locais;
- nuvens privadas fora da empresa ou organização.
Talvez haja uma certa confusão entre a cloud híbrida e a multinuvem. A diferença básica é que a deste tipo pode combinar várias nuvens públicas, mas a híbrida tem, por definição, uma cloud pública combinada com outro arranjo de nuvem.
Contudo, dependendo das necessidades da organização, é possível contar, ao mesmo tempo, com uma multinuvem e uma nuvem híbrida. Na prática, é só unir os dois, de modo que uma possibilidade é contar com duas nuvens públicas (a multinuvem) e uma cloud privada, representando o lado híbrido.
Quais os elementos?
A infraestrutura de nuvem integrada pode ser descrita com base em seis elementos. São eles: nuvem pública, nuvem privada, conectividade, orquestração, segurança e gestão unificada. Confira os detalhes de cada um deles nos subtópicos a seguir!
Nuvem pública
Basicamente, os serviços providos pela parte pública da cloud híbrida são armazenamento e banco de dados. A Azure, da Microsoft, é uma provedora desses serviços que é referência no mercado. Ela permite, caso a companhia precise, escalar os recursos para atender a picos de demanda do servidor, por exemplo.
Nuvem privada
Como falado, a cloud privada consiste em um ambiente exclusivo para a organização. Além disso, ela tem total controle sobre o hardware, as redes e as suas configurações. Na prática, isso significa mais capacidade de personalizar o ambiente em nuvem com base nas especificidades daquele projeto.
Conectividade
Para promover a conexão, pode-se usar tanto VPN quanto a linha dedicada. A primeira, a Virtual Private Network, é caracterizada por promover uma comunicação segura entre a cloud privada e a pública. Além disso, permite que funcionários e usuários remotos acessem recursos da nuvem privada a partir de locais externos.
Outro ponto sobre a VPN que merece menção é sua afinidade com processos de migração de dados e expansão. Em outras palavras, quando for preciso realizar algum procedimento específico, como uma transferência de um grande volume de informações entre ambientes, a VPN mantém a conectividade intacta, de modo que os serviços continuem operando normalmente.
Falando agora da linha dedicada, ela se difere da VPN, entre outras coisas, pela menor latência no fluxo de dados e segurança aprimorada. Se a empresa ou organização precisa, por exemplo, lidar com informações críticas ou comunicações em tempo real, a recomendação é optar pela linha dedicada.
Contudo, também existem cenários em que só a VPN é usada, e outros em que ambos são empregados para garantir a conectividade.
Orquestração
Uma vez que a conectividade é feita, também é preciso fazer procedimentos como a implantação e o escalonamento de aplicativos. Nesse sentido, o Kubernetes, uma plataforma de orquestração de código aberto, permite implantar e gerenciar aplicativos em uma cloud híbrida.
O Kubernetes facilita a escalabilidade dinâmica com base na demanda. Isso significa que a organização não vai mais precisar se preocupar com aquele problema clássico do sistema instável ou fora do ar.
Existe também o Open Shift, que oferece funcionalidades adicionais ao Kubernetes. Uma das possibilidades é a automação de CI/CD, que são meios para automatizar a integração, teste e entrega de softwares usados em uma organização. A ideia é criar um ambiente rápido para que todas as aplicações funcionem corretamente, bem como sejam capazes de serem expandidas.
Segurança
Em um ambiente de nuvem mista é preciso ter os controles de acesso. Para isso, costuma-se usar soluções de IAM (Identity and Access Management), responsáveis por definir e gerenciar permissões de acesso, tendo em vista usuários e serviços. Além disso, é preciso contar com políticas de segurança que visam implementar regras de restrição de acesso a recursos sensíveis.
Criptografia e monitoramento
O ato de criptografar é importante não apenas em transferências, mas também no armazenamento de dados. Em suma, também se faz o monitoramento por meio de auditorias e logs, consistindo basicamente no registro de atividades para análise posterior. Isso ajuda a detectar possíveis comportamentos suspeitos, tanto de usuários como na própria rede.
Gestão unificada
Por meio de um console unificado fica mais fácil gerenciar os recursos da parte pública e privada da cloud híbrida. Outro ponto de grande relevância é a automatização de tarefas repetitivas de gestão da cloud. Todos os elementos citados aqui colaboram para o aumento da eficiência, flexibilidade e segurança em uma infraestrutura de TI híbrida.
Por que fazer a migração para a nuvem híbrida?
Quais os dados que a organização precisa enviar e receber? São sensíveis? Precisam de uma nuvem dedicada para evitar problemas de segurança? A depender do porte, é possível que muitas instituições tenham tanto informações críticas quanto aquelas que não demandam tantos cuidados.
Para entender melhor os motivos por trás da migração e implantação da nuvem híbrida, continue acompanhando.
Várias tecnologias
Caso a organização tenha vontade de aplicar o conceito de Big Data, por exemplo, é preferível adotá-lo na parte pública da nuvem híbrida. Se o negócio tem somente a cloud privada, essa tecnologia de refinar os dados e transformá-los em conhecimento tende a ser um pouco mais difícil.
Para entender melhor essa questão, o Big Data envolve enormes volumes de dados. Eles, muitas vezes, incluem informações consideradas abertas, como arquivos da web e registros de várias outras fontes heterogêneas. Logo, fica mais fácil transitar esse volume em uma nuvem pública que em uma cloud privada, na qual se dá a preferência pelo fluxo de dados críticos e sensíveis.
Lida melhor com picos de demanda
Se a organização passa por muitos picos, essa demanda pode ser mais bem distribuída entre as nuvens. Este cenário acontece bastante nos chamados períodos sazonais, como o Dia das Mães, o Natal ou, ainda, o período de matrícula, no caso de escolas e universidades.
Redundância
Imagine que o servidor da organização deixa de operar. Quando se tem a nuvem híbrida, existe o conceito da redundância, que nada mais é que a substituição do servidor defeituoso por um reserva, sem perda na qualidade dos serviços.
Redução de custos
Em qualquer empreendimento, economizar é uma grande prioridade. Dito isso, o bom da nuvem híbrida é a menor necessidade de manter uma infraestrutura de hardware muito complexa localmente. Transferindo certos dados e aplicações para a cloud pública, é bastante possível reduzir custos e aplicar esse dinheiro economizado em melhorias da organização.
Confidencialidade dos dados
Concorda que dados financeiros precisam de um cuidado especial? A parte privada da nuvem híbrida lida justamente com isso, aumentando o controle sobre essas informações sensíveis e reduzindo ao máximo o risco de alguém acessar de modo indevido. Os demais dados podem ficar na cloud pública.
Como migrar para a nuvem híbrida?
Agora que você entendeu os elementos e as vantagens da migração, tenha em mente que a configuração da cloud híbrida é algo bastante particular. Cada organização tem suas características em termos de cargas de trabalho, infraestrutura e processos.
Nesse sentido, é crucial saber o que deve ser otimizado para que essa migração possa, de fato, valer a pena. Deve-se saber onde colocar as cargas de trabalho em cada nuvem, sendo algo possível apenas por meio de planejamento e alinhamento com os profissionais de TI da organização.
Com as cargas de trabalho em suas respectivas nuvens, outra etapa da configuração é a identificação de padrões de arquitetura de nuvem híbrida. Assim, é possível ter um aproveitamento maior dos seus recursos.
Case de nuvem híbrida
Uma instituição educacional que se beneficiou da nuvem híbrida foi o SENAC-RN. Por meio de uma solução específica chamada infraestrutura hiperconvergente, foi possível reduzir a complexidade da gestão, bem como melhorar os processos na ponta, aqueles mais direcionados para a experiência dos estudantes.
Antes, a instituição tinha uma quantidade de data centers que dificultava a gestão. Por meio da migração para a nuvem de parte da infraestrutura foi possível otimizar processos e permitir a escalabilidade de serviços direcionados aos alunos.
Tecnologia e topologia de rede
Por fim, precisamos falar da tecnologia e da topologia de rede. Esse termo diz respeito à forma como o computador e os demais equipamentos são configurados e conectados, tendo em vista fatores como a estabilidade da conexão. Na prática, é preciso considerar a topologia de rede tanto do ponto de vista físico quanto lógico, que consiste na forma de comunicar os dispositivos e assegurar o fluxo de dados eficiente.
A nuvem híbrida, como vimos, combina segurança e performance, além da possibilidade de escalar recursos. Portanto, é uma solução capaz de trazer melhorias significativas para as empresas e organizações, gerando também uma possível economia de custos com o parque tecnológico.
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