O sequestro de dados representa uma ameaça cada vez mais frequente no mundo digital, sendo não apenas um dos ataques criminosos mais comuns, mas também um dos mais lucrativos.
Estes ataques são, em grande medida, impulsionados pela vulnerabilidade dos sistemas, destacando a necessidade urgente de adotar medidas eficazes de proteção. Diante dessa realidade, torna-se evidente a importância crucial de implementar estratégias preventivas contra o sequestro de dados.
Se a segurança da sua empresa é uma prioridade, aprenda neste artigo como evitar que informações valiosas se tornem reféns nas mãos de criminosos cibernéticos.
Sequestro de dados: o que é?
O sequestro de dados é um tipo de ataque cibernético no qual informações de pessoas comuns, empresas, instituições ou organizações públicas são subtraídas, criptografadas e mantidas sob controle de criminosos virtuais.
No Brasil, esse tipo de ataque teve crescimento de 13% no ano de 2022, conforme aponta um relatório da empresa de cibersegurança Sophos. A pesquisa também revelou que 68% dos negócios em atividade já foram vítimas de algum tipo de ataque cibernético.
Esse tipo de ação, conhecido como ransomware, coloca em risco a integridade e a confidencialidade dos dados, além de os criminosos exigirem o pagamento de um resgate para a restauração do acesso aos arquivos e dados.
Para agravar a situação, muitas vezes os hackers exigem receber o resgate em criptomoedas, já que a natureza descentralizada desses ativos dificulta o rastreamento financeiro e a identificação dos criminosos.
Após o pagamento, os hackers liberam a chave de descriptografia, proporcionando à vítima, seja uma empresa ou pessoa comum, a possibilidade de recuperar o acesso às informações previamente bloqueadas.
Entretanto, é crucial destacar que, mesmo diante do pagamento do resgate, não há garantia absoluta de que os criminosos cumprirão sua parte. Isso pode gerar mais danos financeiros às organizações afetadas.
Quais os tipos de sequestro de dados?
A infiltração do malware, que desencadeia o sequestro de dados, geralmente ocorre por meio de links ou anexos maliciosos em e-mails, sendo uma técnica comumente utilizada pelos cibercriminosos.
Ao penetrar nos sistemas, o malware explora vulnerabilidades, iniciando o processo de criptografia dos arquivos e restringindo o acesso aos dados do sistema. Além do e-mail, outras táticas de infiltração podem ser empregadas, mas a disseminação por meio de mensagens de phishing é a mais comum.
Veja outros meios de sequestro de dados:
- criptografia: são usados algoritmos específicos e chaves de criptografia para converter os dados em formato ilegível. Somente quem tem a chave correta pode descriptografar os dados;
- dados exfiltrados: envolve o vazamento de dados ou roubo de arquivos confidenciais. Em vez de bloquear o acesso às informações, os cibercriminosos copiam os dados sensíveis e os enviam para servidores externos;
- negação de Serviço (DDoS): embora não envolva diretamente o sequestro de dados, o ataque DDoS (Distributed Denial of Service) é uma tática para sobrecarregar sistemas ou redes, interrompendo serviços e impedindo o acesso de usuários legítimos.
Como um ransomware é percebido?
O sequestro de dados se manifesta de diversas maneiras, cada uma representando uma ameaça única à segurança da informação.
A seguir, veja algumas maneiras de perceber a presença de ransomwares no seu dispositivo.
- comportamento anormal do sistema, como lentidão, travamentos frequentes ou atividades incomuns;
- alertas de antivírus e anti-malware;
- presença de arquivos criptografados;
- recebimento de mensagens de resgate mediante pagamento;
- tráfego de rede suspeito;
- atividades e processos desconhecidos em execução no sistema;
- alterações inesperadas em permissões de arquivos;
- links e anexos suspeitos recebidos em e-mails.
Quais as etapas de um ataque ransomware?
Os ataques de ransomware geralmente seguem um padrão de etapas, desde a infiltração inicial até a execução do ataque. As táticas específicas podem variar, mas é importante conhecer as etapas que mais acontecem. Confira a seguir.
Infecção inicial
O ataque geralmente começa com a infiltração de malware no sistema. Isso pode ocorrer por meio de e-mails de phishing, downloads de arquivos infectados, exploração de vulnerabilidades em software desatualizado ou outros métodos de engenharia social.
Execução do malware
Após a infiltração, o malware é executado no sistema da vítima, podendo se espalhar para outros dispositivos conectados à mesma rede. Dessa forma, o ataque consegue atingir todo o sistema da empresa ou organização.
Exploração de vulnerabilidades
O malware avança e explora vulnerabilidades no sistema operacional, software ou configurações de segurança inadequadas para ganhar controle e acesso aos recursos do sistema.
Criptografia de dados
Uma vez que o malware ganha acesso, ele inicia o processo de criptografia dos arquivos importantes no sistema. A partir disso, os dados se tornam inacessíveis sem a chave de descriptografia.
Mensagem de resgate
Como se trata de um sequestro de dados ransomware, em algum momento a vítima receberá uma mensagem de resgate. Os criminosos informam que os dados foram sequestrados e fornecem instruções sobre como efetuar o pagamento (muitas vezes exigem receber em criptomoedas, como Bitcoin), o prazo e o valor para obter a chave de descriptografia.
Pagamento do resgate
Algumas vítimas podem optar por pagar o resgate na esperança de recuperar seus dados. No entanto, não há garantia de recuperação dos dados, e pagar o resgate incentiva que isso aconteça novamente.
Por isso, o ideal é tomar medidas preventivas. Afinal, muitas vezes os ataques de ransomware incluem mecanismos para persistir no sistema mesmo após o pagamento do resgate, ou os criminosos podem optar por realizar novos ataques, considerando a vítima como um alvo fácil e lucrativo.
Como evitar o sequestro de dados?
A detecção precoce e a resposta rápida são essenciais para minimizar os danos causados por ransomware e o vazamento de dados. Portanto, é recomendável ter medidas proativas de segurança, como firewalls robustos, atualizações regulares de software, backups periódicos e treinamento de conscientização sobre segurança para os usuários.
Confira a seguir medidas protetivas para evitar esse tipo de golpe.
1. Adote o método 3-2-1
Utilize o método 3-2-1 para backup, mantendo três cópias dos dados. Isso inclui uma cópia principal no sistema de armazenamento da empresa, uma cópia de backup local em servidores ou dispositivos, e uma terceira cópia replicada em um local externo — como um servidor fora das instalações ou em serviços de backup em nuvem.
2. Deixe sempre o antivírus e firewall atualizados
Mantenha seus antivírus e firewalls sempre atualizados, pois essas ferramentas são essenciais para identificar e bloquear vírus, malwares, spywares e outros softwares maliciosos.
As atualizações constantes corrigem vulnerabilidades de segurança, reduzindo o risco de ataques hackers.
3. Não abra anexos enviados por desconhecidos
Deixe claro para todos os colaboradores sobre o perigo de abrir anexos de remetentes desconhecidos. Essa prática protege contra malware, phishing e outros riscos de segurança cibernética.
4. Crie senhas fortes
Defina senhas robustas que contenham uma combinação de letras maiúsculas, minúsculas, números e símbolos. Nunca utilize informações pessoais óbvias e mantenha senhas exclusivas para cada conta, além de mudar regularmente suas combinações para reforçar a segurança de dados.
5. Não utilize software pirata
Tudo tem um custo. Se você não quiser pagar o valor de softwares e ferramentas originais, talvez tenha prejuízos altos com a utilização de programas piratas. Evite a pirataria, que não apenas facilita o sequestro de dados, mas também viola direitos autorais e é ilegal.
Além disso, softwares piratas podem expor usuários a riscos de segurança e funcionalidades limitadas. Suas atualizações, quando existem, estão sempre atrasadas em relação aos produtos oficiais, dando brecha para a ação de hackers.
6. Controle o acesso à internet
Implemente um controle de acesso à internet para restringir o acesso a sites, aplicativos ou serviços potencialmente perigosos. Isso previne a exposição a ameaças cibernéticas, como malware, phishing e sequestro de dados, protegendo a segurança da empresa.
Adotar essas estratégias não apenas protege contra o sequestro de dados, mas também fortalece a postura de segurança da sua empresa diante de ameaças cibernéticas. A prevenção é a melhor defesa contra potenciais ataques.
Para garantir que dados e informações estejam protegidos, aproveite e baixe o nosso “Guia Exclusivo sobre Cibersegurança”!