Você já ouviu falar em virtualização de desktop? Imagine um cenário corporativo em que a TI não precisasse mais onerar a organização com a substituição massiva de computadores a cada 3 anos, nem fosse mais necessário investir periodicamente naquele extenso cronograma anual de atualizações e licenciamentos.
Imagine, também, que esse cenário hipotético inclua a eliminação dos riscos de perda de dados, além de trazer gerenciamento centralizado, maior flexibilidade e muito mais segurança ao seu parque tecnológico. Parece ideal, não é mesmo?
Pois é, e essa opção já existe! Bem-vindo ao mundo das hospedagens compartilhadas, das máquinas físicas baseadas em host e do Virtual Desktop Infrastructure (VDI), recursos computacionais cada vez mais populares no mundo empresarial.
A virtualização de desktop pode ser a solução que você buscava para diminuir custos com TI e, ao mesmo tempo, aumentar exponencialmente a performance no tráfego e armazenamento de dados de sua organização. Quer entender o porquê? Continue a leitura e saiba mais!
O que é virtualização de desktop?
A virtualização de desktops já existe há alguns anos, mas voltou a ser considerada nas reuniões de cúpula das empresas em meio à disseminação do conceito de TI como Serviço e hiperconvergência — tendência de integração dos principais objetos da TI, como computação, armazenamento e elementos de rede.
Esse modelo tem como base a ideia de isolar o sistema operacional (e suas aplicações) do dispositivo físico que o acessa. Por que fazer isso? Porque quando você tem as camadas lógicas rodando em servidores de alta performance e com complexos sistemas criptográficos de acesso, você concilia proteção com desempenho elevado.
Mais do que isso: se os elementos virtuais mais avançados de sua TI estão rodando em outro ambiente, seu endpoint não precisa mais estar alinhado a requisitos mínimos de performance. Assim, você pode, em última instância, trocar todos os seus computadores de alto custo e manutenção cara por dispositivos com configuração simplificada de hardware e estrutura enxuta de software — como o chamado thin client.
Além do thin client (popularmente conhecido como “terminal burro”, em virtude de suas limitações), separar o sistema operacional e as aplicações dos dispositivos de acesso abre espaço para o trabalho com BYOD (Bring Your Own Device), abordagem que consiste em dar liberdade ao funcionário para que ele acesse os sistemas da empresa por meio de seu próprio smartphone (poupando a empresa de investir em hardware).
Quais são os tipos de virtualização de desktop?
Embora o conceito de virtualização de desktop lembre a imagem de um sistema operacional rodando por meio de máquinas virtuais no host (criadas por um hypervisor dentro do data center), nem toda virtualização de desktop é sinônimo de Virtual Desktop Infrastructure (VDI). Existem 3 tipos de desktop virtualization:
- máquinas virtuais baseadas em host: é o mais conhecido modelo de virtualização de desktop — VDI. Nesse caso, cada usuário se conecta a uma máquina virtual (VM) individual (hospedada em um data center) para ter acesso ao desktop virtual.
- hospedagem compartilhada: todos os usuários compartilham uma área de trabalho comum, que é executada em um servidor. Quem trabalha com Citrix conhece bem o funcionamento desse modelo.
- máquinas físicas baseadas em host: o sistema operacional é executado em outro hardware físico (não em servidores), com exibição deslocada para o dispositivo do cliente.
Quais são os benefícios de implementar essa ideia?
Existem inúmeras razões pelas quais a virtualização de desktops se tornou comum em países como Estados Unidos, Japão e Alemanha. Confira, a seguir, alguns dos benefícios proporcionados.
Flexibilidade
A grande vantagem da virtualização de desktop é que, como todo o processamento de dados ocorre externamente, o acesso dos usuários aos recursos mais modernos pode ser feito por meio de inúmeros dispositivos diferentes (e de complexidades distintas), como PC tradicional, notebooks, smartphones, tablets e até thin clients.
Mais velocidade
Os servidores executam recursos muito mais avançados do que um desktop comum é capaz de executar. Como o endpoint apenas “puxa os dados”, sem necessidade de processamento, você pode usar um computador extremamente simples e, mesmo assim, trabalhar com velocidades impensadas até mesmo para máquinas físicas potentes (como 10 Gbits na virtualização contra 1Gbit em um PC que roda todos os softwares localmente).
Redução de custos
Os dispositivos clientes que você pode usar para fazer conexão com os desktops remotos não precisam ser os equipamentos de última geração que você precisaria ter se optasse por trabalhar com processamento local e individualizado.
Dessa forma, com a virtualização de desktop, você não precisa mais investir em volumosos recursos em hardware ou, se já os têm instalados, não será necessário gastar rios de dinheiro com manutenção e atualizações.
Segurança
Sabe aqueles episódios frequentes de perda de dados por erros do usuário? Com o acesso virtualizado, esse risco é eliminado — até porque os dados não estão em discos rígidos. Esse detalhe, por si só, já traz mais proteção a todo o processo de integração homem-máquina.
Além disso, o acesso ao ambiente virtual, assim como ocorre na computação em nuvem, é feito por meio de senhas e obedece a uma hierarquia de permissões, de modo que nem todos os usuários precisam ter acesso aos mesmos dados.
A criptografia avançada e o controle total do acesso aos dispositivos (com data, horário e máquina de origem) também ajudam a ressignificar a segurança da informação em âmbito corporativo, evitando acessos não autorizados que poderiam ocorrer facilmente se cada SO ou aplicação fosse processada localmente.
Como implementar?
Um erro frequente é achar que ter computadores clientes com licenças OEM (Original Equipment Manufacturer) elimina a necessidade de ter outras licenças para cobrir as máquinas virtuais. Essa ideia está equivocada e a própria Microsoft, por exemplo, é clara ao explicar que tais licenças não permitem o acesso remoto a uma máquina virtual do Windows em execução em um data center.
Mas, então, como operacionalizar essa virtualização de desktop? A melhor saída é comprar uma licença de assinatura do Windows Desktop Access – VDA (Acesso à Área de Trabalho Virtual), solução que funciona bem tanto para licenciar thin clients quanto PCs com licenças OEM sem Software Assurance (programa de extensão opcional de benefícios nos contratos corporativos da Microsoft).
Para quem acredita que essa estrutura de custos está além da sua capacidade financeira, uma alternativa mais econômica é recorrer ao chamado Remote Desktop Services (antigo “Terminal Services”). Nesse caso, não há a plena virtualização, mas apenas o acesso a sessões remotas no Windows Server.
Para utilizar esse recurso, não é preciso ter Software Assurance nem assinatura VDA, bastando cobrir o servidor com o licenciamento do Windows Server e o dispositivo cliente com uma CAL (Client Access License — licença para acessar serviços do servidor) do Windows Server. Vale lembrar que você pode usar tanto uma CAL baseada em dispositivo (Device CAL) quanto uma CAL baseada em usuário (User CAL).
Como você percebeu, a virtualização de desktop é uma estratégia inteligente e criativa para provisionar alta capacidade de computação sem necessidade de investimento pesado em hardware e suas atualizações.
A possibilidade de escalar rapidamente, a imensa flexibilidade de acesso e a maior segurança no uso da TI são outras vantagens que explicam o crescimento desse modelo em empresas de todos os portes e segmentos. Trata-se, enfim, de um caminho sem volta na forma de conciliar hardware e aplicações.
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