A segurança da informação é uma prioridade para os gestores de TI no mundo hoje. Além de consolidar sistemas empresariais eficientes, os profissionais precisam mitigar riscos de ataques, garantindo a viabilidade do negócio.
Uma das ferramentas mais efetivas nesse processo é também uma das mais simples: a autenticação multifator (MFA). Neste artigo especial sobre o assunto, entenda o conceito, suas vantagens e como aplicá-lo em empresas. Continue lendo!
O que é autenticação multifator (MFA)?
A autenticação multifator é qualquer processo de cadastro e login em sistemas digitais que utilize mais de um método de verificação de credenciais na hora de conceder acesso ao usuário. O que se define como fator, neste contexto, é uma chave única que a pessoa usa para atestar seu direito de ingressar naquele ambiente. O mais utilizado em diversos cenários é a senha ou a palavra-chave.
Embora seja uma proteção razoável, ela é insuficiente para ambientes corporativos. Basta que uma pessoa mal-intencionada consiga essa informação (geralmente, uma combinação de números e letras) para acessar sistemas e informações sensíveis.
Essa preocupação só cresce nos últimos anos, acompanhando o valor que dados têm para o sucesso comercial de empresas. Entre 2020 e 2023, o uso de autenticação multifator quase dobrou no mundo corporativo.
No modelo multifator, a senha não é a única credencial a ser solicitada no processo de login. O usuário deve provar sua identidade fornecendo outras informações ou realizando ações em dispositivos seguros que atestem a legitimidade do acesso.
Quais os modelos de autenticação multifator?
Existem diversos métodos de MFA disponíveis para aplicação em segurança da informação nas empresas, mas podemos categorizá-los em 3 modelos principais de autenticação. Veja quais são.
Fator de conhecimento
O fator de conhecimento valida a identidade de um usuário por meio de informações que apenas ele deve saber. A tradicional senha entra nessa categoria.
O procedimento de acesso pode contar com múltiplos fatores de conhecimento. Além da senha, por exemplo, pode-se solicitar um PIN ou fazer perguntas íntimas, como aniversário dos pais, nome de um bicho de estimação etc.
O lado ruim desse fator é que ele pode ser descoberto ou até inferido por terceiros. Há também a possibilidade de o próprio usuário esquecer de alguma das informações e ter seu acesso negado.
Fator de posse
O fator de posse é aquele em que o usuário prova sua identidade não por algo que sabe, mas por algo que possui. É um dos métodos mais utilizados hoje além da senha.
Essa posse pode ser física ou digital. No caso físico, o sistema solicita a autenticação por meio de dispositivo, como celular, token de segurança, cartão ou chaves de segurança. Já a posse digital verifica a identidade por outros canais que atestam sua identidade, como aplicativos de autenticação e contas de e-mail.
Fator de inerência
O fator de inerência diz respeito a características inerentes ao usuário, ou seja, que fazem parte de sua identidade única. Geralmente são os leitores biométricos que identificam fatores como impressão digital, retina, rosto e voz.
Embora não sejam 100% perfeitos, são os métodos mais seguros, já que é necessária a presença física do usuário para a autenticação acontecer.
Quais são os benefícios?
Implementar MFA em empresas hoje é um dos conselhos de segurança mais comuns dentro de discussões de TI. E é fácil entender o porquê; basta analisar os benefícios trazidos por mais camadas de controle de acesso. Entenda mais a seguir.
Segurança da informação
Em termos gerais, a robustez do controle de acesso de uma empresa impacta diretamente em seu nível de cibersegurança. Sendo assim, a autenticação multifator ajuda na confiabilidade do monitoramento de usuários e dá mais visibilidade para a TI em relação à ação de cada colaborador no sistema de gestão.
Com mais camadas de proteção, seus dados se isolam de interferência externa. Aliada a outras práticas de segurança digital, a MFA é essencial para o cenário mercadológico atual.
Barreira contra engenharia social
A engenharia social é a maior ameaça que as empresas enfrentam em relação à segurança de dados. Acontece quando criminosos utilizam de subterfúgios para induzir usuários a fornecerem inadvertidamente suas credenciais de acesso.
Um estudo da EY apontou que, em 2023, 40% dos ataques partiram de usuários internos não autorizados, ou seja, alguém utilizando a identidade de um colaborador para comprometer dados.
A autenticação multifatorial dificulta consideravelmente esse tipo de invasão, já que o cibercriminoso precisa de acesso a credenciais em diferentes níveis para entrar no sistema. Mesmo que roube uma senha ou um celular, não é possível que ele complete o processo de verificação sem ter todas as etapas.
Confiabilidade na recuperação de senhas
É muito comum que fatores de autenticação sejam perdidos: senhas são esquecidas, celulares podem ser roubados ou danificados, tokens perdidos etc. Contudo, quando a empresa conta com MFA, fazer a recuperação dessas chaves é mais simples porque você tem as outras nas quais se apoiar, facilitando o resgate das senhas.
Como aplicar a autenticação multifator?
Com tudo o que discutimos até aqui, podemos concluir que implementar MFA não é uma questão de “se”, mas de “como”. Ainda mais depois da LGPD, aumentar o nível de segurança da empresa é fundamental para seu sucesso. E, atualmente, é muito simples passar por esse processo.
Primeiro, é necessário buscar dentro da infraestrutura utilizada as ferramentas de implementação. Serviços de nuvem, contas de e-mail e ERPs já têm suporte nativo a autenticação multifator.
Depois, é hora de entender qual tipo de chave é mais prático para a realidade do negócio. Se você investe em computadores corporativos, por exemplo, pode ter acesso à biometria por hardware. Já se a empresa usa muitos dispositivos móveis, como smartphones e tablets, o reconhecimento facial é um bom fator de verificação.
Por fim, basta complementar a implementação com educação. Apresente a importância do MFA para todos os profissionais e crie guias sobre como utilizá-la. A TI pode aproveitar para ensinar sobre boas práticas que evitam a engenharia social.
Com os métodos mais adequados, conscientização do usuário e monitoramento constante, a autenticação multifator se torna uma barreira considerável contra as ameaças digitais.
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