Implementar ações que visam à otimização dos recursos da empresa é parte da rotina de qualquer gestor. Além de melhorar a execução dos processos, essa prática gera reduções significativas nos custos operacionais. E, com a presença cada vez maior da tecnologia no ambiente corporativo, a TI assumiu mais responsabilidades nesse sentido.
Toda a infraestrutura de uma empresa depende de energia elétrica, o que torna necessário planejar e gerenciar o seu uso. O que pouca gente sabe é que, hoje, é possível otimizar a gestão desse recurso, reduzindo drasticamente os gastos.
Para mostrar como isso é possível, explicaremos aqui o que é Smart Grid, de que forma ele funciona e qual é o papel da TI na sua implementação. Confira!
O que é Smart Grid?
Em paralelo com a busca por sustentabilidade, a transformação digital gerou novas possibilidades para o mundo empresarial. Hoje, ações que visam à redução dos danos ambientais têm como objetivo mais do que simplesmente economizar: é preciso fazer uso inteligente e consciente daquilo que temos à disposição.
Tanto a matéria-prima quanto os recursos tecnológicos (físicos e digitais) devem ser aplicados com o propósito de gerar valor para os negócios. Isso significa que o uso de energia elétrica passa por um momento de revisão por parte das companhias. Foi nesse contexto que surgiu o Smart Grid.
O conceito faz referência a uma rede inteligente de distribuição de energia elétrica. Assim, ao implementá-lo, o objetivo da empresa é otimizar o uso para reduzir custos e melhorar o desempenho em toda a planta — o que exige equilíbrio entre geradores, operadores e distribuidores do sistema.
Os benefícios da implementação
Assim como qualquer sistema inteligente de gestão de recursos, o Smart Grid causa um impacto significativo nos custos operacionais. Além disso, é estabelecido um modelo de negócio mais sustentável, pois ele viabiliza a redução de emissão de gás carbônico e outros resíduos poluentes.
Grosso modo, o Smart Grid atua diretamente no combate à ineficiência energética da instituição. Esse tem sido um grande desafio para os empresários brasileiros, em especial para aqueles que partiram de startups.
O crescimento acelerado de um empreendimento costuma fazer com que sua infraestrutura atual seja o resultado de várias expansões, o que pode gerar um uso pouco otimizado dos recursos, principalmente da energia elétrica.
Uma das maiores vantagens do Smart Grid é a possibilidade de acompanhar o desempenho energético em tempo real. Assim, anomalias são identificadas com rapidez e ações preditivas, preventivas e corretivas podem ser adotadas para evitar o desperdício.
Da mesma forma, é possível estabelecer metas e melhorar constantemente o consumo energético da empresa.
Como o Smart Grid funciona?
A principal característica técnica do Smart Grid é que ele conta com tecnologias mais eficientes para o monitoramento do uso de energia. Nele, os medidores eletromecânicos de consumo são substituídos por medidores digitais inteligentes.
Pode parecer uma mudança pequena, mas ela representa uma verdadeira revolução no fornecimento de energia.
Ao contrário do medidor tradicional, do qual os dados de consumo são coletados uma vez ao mês, o digital permite o acompanhamento constante. E não se trata apenas de um relatório de consumo, mas de um fluxo de dados que alimenta um software de monitoramento e controle energético.
Em outras palavras, o Smart Grid é um sistema que automatiza não só o monitoramento, mas toda a gestão do uso de eletricidade. No Brasil, as concessionárias de energia se movimentam para aderir ao novo modelo de serviço.
Muitas empresas, entretanto, já perceberam que a implementação interna pode ser ainda mais interessante. Nesse caso, é preciso adotar um sistema que integre o funcionamento da Tecnologia Operacional (TO) com a TI.
O Smart Grid e a Tecnologia Operacional
Todos os ativos da infraestrutura da rede elétrica de uma empresa fazem parte da TO. Portanto, quando falamos da implementação de Smart Grid, algumas mudanças devem ser feitas para adequar esse sistema ao novo funcionamento — o que, na prática, quer dizer investir em uma infraestrutura mais inteligente.
Implementar sensores e softwares para lidar com essas informações é o primeiro passo. Os dispositivos instalados na rede permitem a identificação de flutuações ou picos de consumo em determinados pontos. Os dados captados são enviados para o software, que pode gerar relatórios ou agir de acordo com medidas preestabelecidas.
Isso exige um investimento inicial na adoção das novas tecnologias e dos softwares para gerenciar o Smart Grid. Entretanto, é fundamental garantir a integração entre TI e TO para possibilitar que esse passo seja dado da maneira correta.
O papel da TI na migração para o Smart Grid
Enquanto a TO representa a infraestrutura física de abastecimento energético, a operação de todo esse sistema é de responsabilidade da TI. Isso não significa contratar uma equipe inteira para gerenciar o Smart Grid. O fator inteligência do sistema, como já mostramos, está na adoção de uma solução digital específica.
O papel da TI é proporcionar a convergência entre as diferentes tecnologias utilizadas pela companhia, de forma a centralizar o monitoramento e controle. No cenário ideal, todos os sistemas tecnológicos são totalmente integrados pelo setor de TI.
É claro que esse é um longo processo, mas o Smart Grid se torna possível justamente nas ações tomadas com esse fim. Na prática, a TI deverá lidar com três questões principais durante a implementação. Veja abaixo quais são!
Comunicação e protocolos
Diferentes tecnologias utilizam diferentes meios de comunicação interna, seja com relação à linguagem de programação ou aos protocolos. Portanto, a integração de TI e TO exige a implementação de estratégias para que todos os equipamentos “falem a mesma língua”.
Por mais que pareça um grande desafio, não é algo tão diferente do que os profissionais de TI fazem atualmente. Para adotar a Internet das Coisas, por exemplo, é preciso mediar a comunicação entre softwares que geram e leem formatos de arquivo diferentes. A Machine to Machine (M2M) é outra situação em que isso acontece.
No caso do Smart Grid, essa adequação deve ser feita desde o planejamento da infraestrutura.
Normas
Implementar modificações em um sistema de abastecimento elétrico exige levar em conta diversas normas e a legislação pública. Um excelente exemplo de estratégia do Smart Grid é a adoção de fontes alternativas de energia, como a eólica.
Nesse caso, é preciso garantir que a empresa está tomando as devidas precauções jurídicas, ambientais, trabalhistas etc.
Arquitetura
O Smart Grid não é um projeto a ser implementado de imediato — ele é uma evolução. Assim, é preciso planejar uma arquitetura baseada na modificação por partes. Continuamente, novas tecnologias são adotadas, sempre levando em conta a importância da integração entre elas.
É possível instalar o software e alguns sensores em uma primeira etapa que viabiliza o monitoramento. Em seguida, novos dispositivos são inseridos nessa rede e uma gestão mais complexa passa a ser executada.
O primordial é lembrar que uma das tendências mais relevantes da transformação digital é a completa integração entre áreas e tecnologias de uma empresa, internamente ou na nuvem. Um sistema planejado com eficiência permite modelagem, monitoramento e administração em tempo real do consumo de energia.
O Smart Grid eleva o desempenho energético de sua companhia a um novo patamar, garantindo qualidade, segurança e retorno financeiro. Faça já uma avaliação em todos os setores e veja de que forma ele pode ser um parceiro valioso para que o seu negócio siga em direção ao futuro.
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