Cyberstalking é uma forma de assédio que ocorre no ambiente digital, onde o agressor utiliza tecnologias de comunicação para perseguir, ameaçar ou intimidar sua vítima. Ao contrário do stalking tradicional, que envolve perseguição física, o cyberstalking se manifesta através de e-mails, mensagens instantâneas, redes sociais e outras plataformas online. Os cyberstalkers podem ser completos estranhos ou pessoas conhecidas da vítima, incluindo ex-parceiros, colegas de trabalho ou até mesmo familiares.
O termo “cyberstalking” abrange uma série de comportamentos indesejados, como o envio repetido de mensagens ameaçadoras, a publicação de informações pessoais da vítima na internet, o uso de software espião para monitorar suas atividades online, entre outros.
O objetivo principal desses comportamentos é controlar, manipular ou causar medo e angústia à vítima. Afinal, a facilidade de anonimato e a vasta quantidade de informações disponíveis online tornam o cyberstalking um problema crescente e preocupante.
O cyberstalking pode assumir várias formas, cada uma utilizando diferentes métodos para intimidar e controlar a vítima:
Criação de perfis falsos em redes sociais para se aproximar da vítima e ganhar sua confiança. Os cyberstalkers frequentemente utilizam essas contas para coletar informações pessoais ou enviar mensagens ameaçadoras disfarçadas de amizade ou interesse romântico.
Publicação de informações pessoais da vítima, como endereço, número de telefone e detalhes bancários, sem seu consentimento. Essa prática visa expor a vítima a riscos adicionais, incluindo roubo de identidade e assédio por parte de terceiros.
Utilização de software espião instalado nos dispositivos da vítima para monitorar suas atividades, incluindo mensagens, chamadas telefônicas e localização via GPS. Esses programas funcionam de maneira furtiva, muitas vezes sem que a vítima perceba.
Infecção do dispositivo da vítima com malware para acessar sua câmera e monitorar seus movimentos. Um método particularmente invasivo, pois permite que o cyberstalker observe a vítima em momentos privados.
Inundação do dispositivo ou das contas online da vítima com tráfego excessivo para interromper suas atividades normais e causar frustração.
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Embora tanto o stalking quanto o cyberstalking envolvam perseguição e assédio, existem diferenças significativas entre os dois:
Aspecto | Stalking | Cyberstalking |
Meio de atuação | Físico | Digital |
Anonimato | Difícil de manter | Fácil de manter |
Alcance | Limitado pela proximidade física | Global, sem restrições geográficas |
Métodos | Seguir fisicamente, observar | E-mails, redes sociais, spyware |
Intensidade | Alta, mas visível | Alta, pode ser invisível |
Identificação | Geralmente mais fácil | Geralmente mais difícil |
Intervenção policial | Mais direta e imediata | Pode ser complexa e demorada |
Impacto psicológico | Ansiedade, medo | Ansiedade, medo, paranoia |
Riscos | Agressão física, invasão de privacidade | Roubo de identidade, invasão de privacidade, monitoramento constante |
Leis aplicáveis | Dependendo da jurisdição | Variável, frequentemente recente |
Sim, o cyberstalking é considerado crime em muitas jurisdições ao redor do mundo, incluindo o Brasil. A Lei 14.132/2021 tipifica o crime de perseguição, que abrange tanto o stalking tradicional quanto o cyberstalking.
De acordo com essa lei, o crime de perseguição é definido como “perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade.”
As penalidades para o crime de cyberstalking no Brasil podem incluir prisão de seis meses a dois anos e multa. A pena pode ser aumentada se a perseguição for cometida contra crianças, adolescentes, idosos, mulheres por razões de gênero ou por duas ou mais pessoas em conjunto. Essas medidas visam proteger as vítimas e desincentivar os agressores de utilizarem a internet como ferramenta de assédio.
Os perigos do cyberstalking são numerosos e podem ter impactos significativos na vida da vítima. Esses perigos incluem:
Os sinais de que você pode estar sendo vítima de cyberstalking incluem:
Se você está sendo vítima de cyberstalking, é crucial agir rapidamente para se proteger e buscar ajuda. Aqui estão passos detalhados que você deve seguir:
Registre todas as interações com o stalker, incluindo e-mails, mensagens, publicações em redes sociais e qualquer outra forma de contato. Use capturas de tela e salve arquivos em um local seguro.
Exemplo: crie uma pasta no seu computador ou utilize um serviço de armazenamento em nuvem para manter todas as evidências organizadas e acessíveis.
Utilize as ferramentas disponíveis nas plataformas digitais para bloquear o stalker e impedir que ele entre em contato com você. Em seguida, denuncie o comportamento para os administradores das plataformas.
Passos práticos:
Compartilhe a situação com pessoas de sua confiança para que elas estejam cientes do que está acontecendo e possam oferecer apoio emocional e ajudar a monitorar atividades suspeitas.
Dica: Crie um grupo de mensagens com amigos próximos ou familiares para mantê-los informados sobre qualquer nova atividade do stalker.
Consulte um advogado especializado em crimes digitais ou entre em contato com as autoridades locais para entender suas opções legais e como proceder com uma denúncia formal.
Recursos:
Utilize software de segurança confiável em todos os seus dispositivos para proteger contra spyware e outras formas de invasão.
Ações recomendadas:
Primeiro, é fundamental coletar todas as evidências possíveis. Salve capturas de tela de mensagens ameaçadoras, e-mails, publicações em redes sociais e qualquer outra forma de comunicação utilizada pelo stalker. Organize essas evidências de forma que sejam facilmente acessíveis e compreensíveis, pois elas serão fundamentais durante a denúncia.
Com elas em mãos, o próximo passo é relatar o caso às autoridades competentes. No Brasil, você pode procurar a delegacia de polícia local ou uma delegacia especializada em crimes cibernéticos na sua cidade ou região. Apresente todas as evidências coletadas e forneça um relato detalhado dos eventos, incluindo datas, horários e descrições das interações com o stalker. Ser o mais específico possível ajudará as autoridades a entender a gravidade da situação e a tomar as medidas necessárias.
Além de denunciar às autoridades, é importante também utilizar os mecanismos de denúncia oferecidos pelas plataformas de redes sociais, e-mail e outros serviços online onde o assédio ocorreu. A maioria dessas plataformas possui políticas rigorosas contra assédio e ferramentas para denunciar abusos. Ao relatar o comportamento do stalker, forneça todas as evidências possíveis e siga as instruções específicas de cada plataforma para garantir que sua denúncia seja processada corretamente.
Consultar um advogado especializado em direito digital ou crimes cibernéticos pode ser extremamente útil. Esse profissional pode oferecer orientação sobre como navegar pelo processo legal, proteger seus direitos e garantir que todas as medidas necessárias sejam tomadas para interromper o assédio. O advogado também pode ajudar a preparar documentos legais e representar você em possíveis processos judiciais.
Enquanto o processo de denúncia está em andamento, é importante continuar protegendo suas informações pessoais e sua segurança online. Mantenha suas configurações de privacidade em níveis altos, evite compartilhar informações sensíveis e monitore regularmente suas contas para detectar qualquer atividade suspeita. Também é recomendável informar amigos e familiares sobre a situação para que eles possam oferecer suporte emocional e estar atentos a qualquer sinal de perigo.
Cyberstalking é uma ameaça real e crescente que pode causar sérios danos emocionais, psicológicos e até físicos às vítimas. Entender o que é, como identificar os sinais e adotar medidas preventivas são passos essenciais para proteger-se contra essa forma insidiosa de assédio.
Se você ou alguém que conhece está sendo vítima de cyberstalking, não hesite em agir. Documente todas as evidências, bloqueie e denuncie o agressor, informe amigos e familiares e busque orientação legal. Você não está sozinho nessa luta e há recursos e profissionais prontos para ajudar.
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