Falar sobre ética na tecnologia é um assunto delicado, pois, diferentemente de outras áreas, o setor de TI não tem um Código de Ética, apenas um projeto de Lei que tramita no Congresso à espera de aprovação. Então, o que vale é o bom senso de gestores e de profissionais de tecnologia da informação na hora de realizar seu trabalho.
Além disso, as empresas devem criar normas internas para garantir que os profissionais do setor atuem dentro dos valores da organização. É importante que as pessoas respeitem o sigilo das informações às quais têm acesso na companhia e a privacidade do usuário, já que empresas de tecnologia lidam diariamente com dados pessoais de milhares de pessoas.
Neste post, vamos mostrar como atuar com ética para gerar inovações e trabalhar na criação de novas tecnologias.
Importância da ética profissional
Hoje em dia, fala-se muito em ética profissional, principalmente em assuntos ligados à tecnologia. Aliás, esse é um critério bastante valorizado, principalmente em grandes companhias ou em empresas que lidam constantemente com dados de terceiros.
Profissionais com bom senso de ética são preteridos na hora de assumir um cargo de liderança. Então, essa qualidade é um passaporte para uma carreira de sucesso em qualquer área na qual você atue.
Mas qual a importância da ética profissional? Bom, antes de entrar nessa questão, vamos entender o que significa esse conceito.
O que é ética?
Quando falamos em ética, estamos nos referindo a um conjunto de valores e de princípios que servem para orientar o comportamento do ser humano dentro da sociedade. Pessoas com senso de ética têm boa índole e uma conduta que impede que elas sejam capazes de ter comportamentos prejudiciais para outras pessoas.
Qual é a importância da ética profissional?
Um profissional que preza pela ética no ambiente de trabalho ganha pontos não só com seus líderes, mas com seus colegas de empresa. Isso porque uma pessoa ética demonstra que é confiável e que respeita as pessoas em sua volta, inclusive clientes da companhia.
Líderes éticos preferem dar feedbacks para sua equipe do que simplesmente deixar o ambiente de trabalho com um clima desarmônico. Além disso, eles assumem sua responsabilidade e, quando necessário, suas falhas, sem apontar o dedo para outros ou dar desculpas para algo que não ocorreu como deveria.
Enfim, profissionais éticos trabalham para fazer a empresa crescer e não somente para receber um salário no final do mês. Eles entendem que sua missão dentro da companhia é ajudar o negócio a ter melhores resultados e fazem o que é necessário para isso, dentro dos padrões éticos, é claro!
Ética digital e o futuro dos negócios
As empresas lidam com muitas informações de terceiros. Em um simples formulário para baixar um material como um e-book ou um infográfico, o usuário deixa dados como nome completo, e-mail e telefone. Essas informações são um prato cheio para empresas desonestas, que usam dados de pessoas sem autorização para o envio de spam.
Apesar de essa prática ser abominada, ainda há empresas que trabalham com a venda de banco de dados. Onde elas conseguem essas informações? Com certeza, as adquiriram de outra companhia que colheu dados de consumidores em algum tipo de pesquisa, por exemplo.
Essa prática é antiética e, de acordo com a nova Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LPGD), sancionada em 2018 pelo então presidente em exercício Michel Temer, empresas que adotarem essa postura serão punidas com multa.
Quais são os desafios de manter a ética digital para o futuro dos negócios?
Apesar de a LPGD estar em vigor, a lei ainda é nova, e as empresas vão demorar um pouco a se adaptar. Por isso, questões que envolvem ética na tecnologia precisam partir da própria organização, pois a legislação não acompanha os avanços tecnológicos.
Um exemplo simples do uso da ética na era digital é pensar se os clientes de uma loja ou de um supermercado ficariam confortáveis se os funcionários oferecessem a eles produtos de acordo com informações rastreadas por cookies na internet.
Receber um e-mail de uma empresa na qual a pessoa fez um cadastro, ou ser bombardeado com anúncios sobre um produto sobre o qual fez pesquisa na internet quando entramos no Facebook ou no YouTube é bem diferente de receber uma oferta em uma empresa física baseada em nosso comportamento on-line.
Será que esse comportamento é ético para uma empresa? Além de ser antiética, a imagem da companhia ainda pode ficar manchada na cabeça do consumidor.
Desafio da ética na Inteligência Artificial
A inteligência artificial é um setor que tende a crescer exponencialmente. Por isso, há diversas discussões em relação à ética para o uso de robôs e de ferramentas inteligentes.
As empresas precisam pensar em questões éticas na hora de criar máquinas que vão interagir com seres humanos. Um bom exemplo é de uma ferramenta que foi criada em 2016 pela Microsoft. Tay, a inteligência artificial, foi projetada para interagir com os usuários do Twitter.
No entanto, a experiência foi negativa, pois, ao ter contato com seres humanos, a inteligência artificial adquiriu comportamentos sexistas, homofóbicos e racistas, além de reproduzir a ideologia nazista.
Com esse fato, ficou nítido que uma máquina, por mais moderna que seja, não tem capacidade analítica para diferenciar comportamentos agressivos e preconceituosos, repetindo o que recebe dos seres humanos.
Outro fato que chamou a atenção foi um vídeo que foi postado na internet de uma saboneteira com tecnologia racista, que não liberava o produto para pessoas de pele negra.
Apesar de a inteligência artificial ser um caminho sem volta, é preciso ter atenção a que tipo de tecnologia será desenvolvida e quem utilizará esses recursos. Isso porque, se alguém tiver que ser responsabilizado pelo mau comportamento de uma IA, quem será punido: as pessoas que interagiram com a máquina ou quem desenvolveu a inteligência artificial?
Usar a ética na tecnologia não vai apenas proteger a empresa contra possíveis punições por transgressões, mas ajudar aos setores responsáveis a criar inovações que desenvolvam soluções inteligentes para evitar esse tipo de problema.
Gostou do post sobre ética na tecnologia? Então, está na hora de entender o que é Employer Branding e como aplicar esse conceito para recrutamento de funcionários!