
Com a escalada dos recursos tecnológicos e múltiplas inovações que surgem o tempo todo, além da necessidade de descarte de equipamentos obsoletos, é comum que outro problema apareça: meios de lidar com o e-waste ou lixo eletrônico. Afinal, é imprescindível garantir um descarte adequado para esse tipo de componente, de modo que não agrida o meio ambiente.
Existem regras e boas práticas que podem ajudar a combater o problema e são essenciais para qualquer empresa moderna. Portanto, estabelecer meios de implementá-las à rotina deve ser uma prioridade dos gestores.
Neste post, você entenderá definitivamente o que é e-waste, como combater o problema e como uma empresa pode melhorar a sua política de gestão de resíduos eletrônicos. Continue a leitura!
O que é e-waste?
Electronic waste, e-waste ou simplesmente “lixo eletrônico”, na versão em português, é o termo utilizado para descrever dispositivos eletrônicos descartados por estarem em más condições ou serem considerados obsoletos.
Dentro do conceito estão incluídos computadores de mesa e notebooks, mas também outros equipamentos eletrônicos, como tablets, televisores e celulares. Contudo, fios e plugs também fazem parte da definição geral. Existe até mesmo um relatório internacional para monitorar o e-waste no mundo, o Global E-Waste Monitor.
Na versão de 2020, o Brasil figurou como um dos países que mais geram lixo eletrônico no planeta: foram mais de 2 milhões de toneladas de equipamentos descartados. Nos Estados Unidos, que lideram a lista, foram mais de 6 milhões de toneladas.
Como se não bastasse, práticas fraudulentas de algumas empresas, como a obsolescência programada, aumentam a produção de lixo eletrônico.
Por que é um problema para o meio ambiente?
A principal questão envolvendo esse amplo volume de lixo eletrônico é que nem todos os equipamentos são descartados de maneira sustentável, conforme as indicações de especialistas em gestão de resíduos. Quando isso acontece, esses materiais prejudicam o meio ambiente, permitindo que substâncias tóxicas, como chumbo e mercúrio, infiltrem-se no solo e na água.
Vale lembrar que os equipamentos têm elementos poluentes que podem causar problemas não somente às áreas produtivas e lençóis d’água, mas também à saúde das pessoas que tenham contato com eles.
De acordo com informações do Centro de Tecnologia Mineral (CETEM), órgão governamental brasileiro, aproximadamente 70% dos metais pesados encontrados em lixões e aterros sanitários são oriundos de equipamentos eletrônicos descartados inadequadamente.
Cabe ressaltar também que os equipamentos eletrônicos contêm recursos não renováveis valiosos, incluindo cobre, platina, alumínio, cobalto e até mesmo o ouro e a prata. Isso significa que quando os descartamos sem reciclar, há o desperdício de materiais valiosos e difíceis de repor.
Quais as normas globais para o lixo eletrônico?
Para evitar o excesso de resíduos descartados em locais inadequados, a lei n.º 9.605, vigente desde 1998, foi modificada para abranger os equipamentos eletrônicos e tecnológicos. Isso aconteceu também por causa do aumento crescente da popularização de dispositivos tecnológicos entre os brasileiros.
Assim, nasceu a lei federal n.º 12.305, que trata do descarte de equipamentos eletrônicos e que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). O principal objetivo dessa mudança é aumentar a destinação segura dos materiais, mas também proteger os trabalhadores, o meio ambiente e os recursos naturais.
A nova lei ficou conhecida como “Lei do lixo eletrônico”. Ela prevê que a responsabilidade pelo ciclo de vida de um produto deva ser compartilhada entre fabricantes, importadores, fornecedores, comerciantes, consumidores, servidores dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos.
Dessa forma, as empresas que precisam realizar o descarte de equipamentos também se submetem à legislação e devem implementar políticas para a destinação correta dos resíduos. Entre os principais pontos da PNRS, podemos destacar:
- minimizar os riscos causados por resíduos perigosos e tóxicos;
- resguardar a saúde pública e preservar o meio ambiente;
- adotar padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços, assim como aderir a tecnologias limpas que reduzam o impacto ambiental;
- manter o foco na reutilização, reciclagem, redução e tratamento de resíduos sólidos, além de estabelecer ações para descartá-los.
As empresas que desrespeitam os princípios da PNRS sofrem diversas penalidades, que podem ser simples advertências ou até a paralisação das atividades.
Como lidar com esse tipo de resíduo na empresa?
Agora, oferecemos algumas dicas práticas para lidar com o e-waste, com ações de prevenção e ajustes no planejamento da empresa.
Alugue equipamentos
Às vezes, locar equipamentos como notebooks e desktops de mesa é uma solução sustentável, que poupa a empresa contratante de arcar com os gastos de manutenção e de descarte das máquinas próprias.
Com um bom parceiro, que entenda as demandas corporativas em relação à infraestrutura tecnológica, será possível prover ótimos equipamentos para os colaboradores e manter uma operação financeira mais enxuta. Isso tudo sem a necessidade de correr riscos relacionados ao descarte inadequado das máquinas — uma vez que a empresa parceira que cuidará disso.
Recicle os equipamentos
Existem empresas e profissionais que oferecem o serviço de desmontar completamente os aparelhos para a retirada correta de metais e outros itens reutilizáveis. Contudo, isso só deve ser feito por pessoas que realmente saibam como manipular os elementos.
Afinal, itens como arsênico, bário e berílio são nocivos ao ser humano. Com o auxílio de empresas que praticam a reciclagem consciente será possível tirar até mesmo peças inteiras de aparelhos obsoletos para criar dispositivos de ponta.
Isso abre até mesmo possibilidades de parcerias comerciais para empresas que precisam descartar regularmente equipamentos eletrônicos.
Utilize os equipamentos ao máximo
Pense duas vezes antes de atualizar os equipamentos da empresa, comprando novas máquinas do zero. O seu negócio precisa realmente dessas aquisições? Caso a infraestrutura atual ainda atenda às necessidades da rotina, talvez não seja necessário gastar muito em novas compras.
Doe os equipamentos obsoletos
Os equipamentos que não servem mais para o seu negócio podem ser úteis para pessoas que precisam deles, como ONGs, escolas e outras organizações beneficentes. É melhor realizar esse repasse que descartá-los diretamente em lixões, sem o acompanhamento devido.
Determine uma política de logística reversa
A logística reversa é um conjunto de ações para recolher e encaminhar equipamentos, a fim de reaproveitá-los ou realizar o descarte consciente dos resíduos. Não à toa, esse conceito se popularizou com a já citada Lei n.º 12.305, que trata de lixo eletrônico.
Para implementar uma política de logística reversa, é preciso elaborar um plano dedicado aos resíduos sólidos, definindo as ações de reutilização, desmanche ou reciclagem. É possível encontrar diversos manuais na internet sobre o tema, como o sistema da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB).
Dependendo do ramo da sua empresa, uma política de logística reversa é obrigatória. Caso o seu negócio fabrique, importe ou distribua alguns dos seguintes itens, a organização se enquadra na exigência:
- agrotóxicos;
- pneus;
- pilhas e baterias;
- lâmpadas fluorescentes;
- produtos eletroeletrônicos e componentes relacionados;
- óleos lubrificantes e embalagens.
Conscientize os colaboradores
É preciso que as medidas de descarte consciente sejam comunicadas aos funcionários da empresa. Afinal, caso um gestor seja flagrado despejando lixo eletrônico em um lugar inadequado, por exemplo, essa ação pode prejudicar a reputação da organização em que ele trabalha.
Como você viu durante o artigo, o e-waste é um problema global, causado pelo descarte excessivo de equipamentos. Porém, com uma campanha de conscientização e comunicados às suas equipes, a empresa também se protege de eventuais deslizes dos seus colaboradores.
Para combater os problemas relacionados ao e-waste, cada empresa pode se resguardar com uma política de manutenção do lixo eletrônico e outras práticas, como o aluguel. Também é uma boa ideia buscar outras ações de impacto positivo no meio ambiente, como a diminuição do consumo de energia.
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