A segurança de dados é um assunto cada vez mais importante na rotina corporativa. Trata-se de algo que é discutido com bastante cuidado em departamentos de TI, mas que nem sempre recebe os investimentos compatíveis por outras diretorias na empresa.
A melhor forma de ter uma infraestrutura condizente com esse impacto é a informação: conhecer melhor o tema e ter os argumentos necessários para convencer profissionais C-Level da necessidade de investir.
Se você quer iniciar essa discussão e entender melhor como investir em cibersegurança, este artigo completo vai ajudar. Boa leitura!
O que é segurança de dados?
A segurança de dados, ou segurança da informação, é o conjunto de estratégias, processos e ferramentas que garantem a integridade dos dados dentro de um ambiente corporativo.
Esse cuidado engloba a maneira correta de coletar, a forma mais bem-estruturada de armazenar e o monitoramento adequado de uso para evitar ao máximo o comprometimento da informação.
Dentro do tema, entende-se por comprometimento qualquer evento que corrompa, modifica inadvertidamente, perca ou vaze dados de um negócio e de seus clientes. Ou seja, situações em que se viole a confidencialidade ou se perca a credibilidade daquele registro.
Para a realidade atual do mercado, em que a integridade da informação é a base de decisões estratégicas, a segurança de dados se apresenta como um dos investimentos mais importantes. A prova disso é que mais de 80% das empresas brasileiras aumentaram o orçamento em cibersegurança em 2022.
Qual a legislação a respeito disso?
Desde que a gestão baseada em dados começou a se tornar uma necessidade competitiva nos últimos anos, setores de mercado e governos no mundo inteiro entenderam que é preciso ter regras claras para uma transformação tão profunda na sociedade.
Afinal, a coleta e o armazenamento sem limites de informações de terceiros pode parecer algo favorável às empresas a curto prazo, mas bastante prejudicial à sociedade como um todo ao longo do tempo.
Além de um risco à privacidade, o uso indiscriminado de dados diminui a confiabilidade e objetividade da informação na hora de tomar decisões de negócio. Cenários econômicos se tornam menos claros e quem tem mais poder de investimento ganha uma vantagem desleal ao contar com fontes mais ricas de análise.
É por esses motivos que a lei de diversos países vem se modificando nos últimos anos para nivelar o campo de disputa na era digital. A primeira grande iniciativa nesse sentido foi a General Data Protection Regulation, ou GDPR, que regulamentou a coleta e armazenamento nos países da União Europeia.
E foi a partir desse modelo que o Brasil elaborou a própria lei. A Lei Geral de Proteção de Dados entrou em vigor em 2021 e foi recebida como um grande passo legislativo na criação de um mercado digital mais justo e de maiores garantias de segurança para os cidadãos brasileiros.
Como a LGPD funciona
A Lei Geral de Proteção de Dados, ou LGPD, é um texto regulatório que define parâmetros mínimos para a garantia da segurança da informação de cidadãos por meio de ações básicas de estrutura e processos de armzenamento.
Podemos dividir a proposta da LGPD em três pilares: conhecimento, consentimento e agência. Ou seja, uma empresa só pode armazenar dados de terceiros se estes forem informados do que está sendo coletado, consentirem a coleta e contarem com um mecanismo de exclusão do registro caso desejem no futuro.
A ideia, portanto, é reafirmar que o único proprietário definitivo de um dado é a pessoa ou organização a que aquele dado pertence. Isso evita que informações de cidadãos sejam utilizados contra a sua vontade ou conhecimento.
Além disso, a LGPD também serve como uma força de aprimoramento de sistemas de segurança empresariais. Ao aplicar notificações e multas (com parâmetros que ainda estão sendo discutidos), pretende-se incentivar as empresas a investirem mais na proteção de dados, reduzindo os casos bem-sucedidos de ciberataques.
Portanto, podemos dizer que a Lei Geral de Proteção de Dados é um primeiro passo na nivelação de um mercado digital cada vez mais seguro e eficiente. Mas cabe às empresas continuarem essa caminhada.
Qual é a importância da segurança de dados?
Para continuar essa discussão, podemos chegar ao centro da questão: as razões que levam a segurança de dados a serem um investimento crucial para as empresas do futuro.
Para entender melhor e para que isso sirva de argumento nas reuniões de orçamento, veja o que a cibersegurança traz para um negócio que a leva a sério.
Garantir conformidade com a lei
Primeiro, claro, precisamos relembrar que a LGPD em vigor implica em diversas obrigações de cibersegurança que precisam ser implementadas dentro das empresas.
Estar em conformidade neste caso não é apenas evitar punições e sanções governamentais. Como a LGPD funciona como um guia de planejamento de segurança, seguir suas recomendações naturalmente aprimora a capacidade de proteção e a confiabilidade do seu banco de dados.
Ter visibilidade de dados
Passada a questão legal, grande parte da importância de investimento em cibersegurança hoje passa pelos ganhos técnicos e estratégicos de uma empresa digital bem gerenciada.
Então, vamos falar dos benefícios práticos desse investimento, começando pela visibilidade interna e de mercado.
Um sistema de informação seguro significa também a integridade de registros armazenados. Para gestores, fica mais fácil acessar, visualizar e utilizar informação na hora de tomar decisões de negócio.
A visibilidade se transforma em competitividade quando aliada a um processo de análise de dados que leva em conta fontes seguras de indicadores de performance, os KPIs. Sem essa característica, fica muito difícil reconhecer movimentos de mercado e se adaptar a tempo em relação aos competidores.
Ganhar a confiança do público
A preocupação com a segurança de dados hoje não é apenas de governos e empresas. Cada vez mais as pessoas estão conscientes da importância de ter controle e privacidade em relação às próprias informações.
Quando uma empresa investe em cibersegurança, diminui consideravelmente o risco de vazamentos e outros comprometimentos que expõem colaboradores, clientes, parceiros e o público em geral.
No futuro, esse cuidado se tornará um fator de decisão de consumo. Negócios com baixa confiabilidade terão mais dificuldades de atrair clientes, que vão priorizar sua proteção em relação a outros fatores de compra.
Facilitar o uso de dados na rotina
Embora muitas empresas ainda armazenem dados sem saber exatamente por que, o ideal na transformação digital é coletar registros com um objetivo em mente.
As informações são utilizadas por times de Marketing, Vendas, Operação, cada departamento com uma necessidade de ação e um acesso específico às fontes relevantes para isso.
Com o investimento em segurança de dados, o uso de fluxos de dados se torna mais objetivo e eficiente. Colaboradores têm acesso rápido e consistente às informações que precisam para tomar decisões, desenhar estratégias e executar planos de ação.
É por isso que a cibersegurança também pode ser associada à otimização de processos. Com acesso ágil e protegido, todos os departamentos têm a tranquilidade de trocar informações e realizarem etapas produtivas.
Tornar a TI mais estratégica
A era da TI reativa ficou para trás. No período pós transformação digital, o sucesso de uma empresa está diretamente ligado ao sucesso de seu departamento de tecnologia.
Nesse cenário, investir em sistemas e dispositivos seguros é tirar esse peso da equipe de TI, permitindo que ela possa se dedicar a fazer a ponte entre soluções tecnológicas e resultados reais de mercado.
Evitar prejuízos
Seja em punições no descumprimento de uma lei, seja no ferimento da imagem em eventos de comprometimento, seja na ineficiência de processos, uma gestão ruim de cibersegurança resulta com frequência em prejuízos financeiros.
Em alguns casos, essa dificuldade de manter a integridade de dados reduz o poder operacional. Em outros, pode até por em xeque a viabilidade de um negócio na era digital.
Por isso a cibersegurança é tratada como um investimento: um ganho para a TI que quer construir um ambiente eficiente, otimizado e econômico de utilização de dados.
O que fazer para garantir a segurança de dados?
Além de contar com um orçamento suficiente para investir em segurança, a TI da empresa tem a responsabilidade de realizar esse investimento em sistemas e processos adequados para a proteção de dados.
Veja alguns conceitos, práticas e estratégias que podem aprimorar a relação entre gestão, operação e proteção.
Tenha um plano de segurança
Um plano de segurança é toda a estratégia elaborada pela TI, em conjunto com outras diretorias, para por em prática um modelo mais seguro de gestão de dados.
Este envolve um cronograma de implementação de soluções, mapeamento completo de fontes de dados e oportunidades de otimização, delegação de responsabilidades e criação de termos de uso e protocolos de contenção de eventos.
Ou seja, o plano de segurança é o guia de todas as ações para fortalecer a relação da empresa com a própria informação. O primeiro passo para as etapas seguintes.
Invista nas tecnologias certas
As ferramentas de proteção não são por si só suficientes para dar segurança em banco de dados, mas são fundamentais quando aliadas a um bom gerenciamento da TI.
Sistemas de gestão integrada, antivírus, antimalware e firewall, Cloud Computing e computadores corporativos são exemplos de investimentos importantes.
Invista na capacitação dos colaboradores
Não existe sistema seguro sem usuários capacitados. Por mais que a TI invista em equipamentos e software, o mal uso da informação sempre abrirá brechas significativas.
Por isso a parceria entre TI e departamentos é fundamental na capacitação dos colaboradores, principalmente em relação à segurança de dados na internet. A educação previne eventos como ataques de engenharia social e a perda de confiabilidade em registros.
Monitore as métricas
É possível sim criar métricas específicas para segurança. Esses indicadores apontam a incidência de retrabalho no uso de dados, o tempo necessário para acessar informações importantes, o volume de ataques cibernéticos que a empresa recebe e até mesmo a velocidade de reação em testes de comprometimento.
Ao realizar essas análises constantemente, a TI encontra oportunidades para aprimorar todos os processos de interação com dados, da coleta à recuperação de sistemas em eventos adversos. Uma jornada de aprimoramento que nunca pode terminar.
Busque ajuda especializada
Muitas empresas hoje preferem que sua equipe de TI esteja em um papel mais estratégico dentro do negócio e, para isso, confiam em parcerias de outsourcing para aumentar a segurança de dados.
Fornecedores de tecnologia em hardware e software, consultores de transformação digital e suporte especializado em cibersegurança são exemplos de terceirização que facilitam muito a gestão de proteção de dados na empresa.
Quais as principais técnicas?
Depois de apontar práticas de segurança de dados, podemos terminar esta conversa com alguns conceitos e técnicas que estarão presentes na hora de colocar todas essas etapas em prática. Confira!
Arquitetura da informação
A arquitetura da informação é um dos conceitos fundamentais de organização inteligente de dados. Quanto mais eficiente é seu sistema de armazenamento, mais fácil fica protegê-lo — ganhando em visibilidade, confiabilidade e velocidade de acesso.
Criptografia
A criptografia é uma das ferramentas mais importantes de segurança de dados moderna. Ao investir em comunicação criptografada, a empresa garante a privacidade da informação em seu trânsito, precisando se preocupar apenas com a proteção das pontas.
Backup
O backup automatizado é um tipo de tecnologia fundamental para o tempo de reação de negócios na era digital. Com a redundância na segurança em banco de dados, a empresa não perde tempo operacional caso haja algum mau funcionamento ou comprometimento do sistema.
Autenticação em dois fatores
Por ser a principal ameaça à segurança de dados hoje, a engenharia social precisa ser combatida com muita atenção dentro das empresas.
Além da capacitação dos usuários que já comentamos, a 2FA, ou autenticação de dois fatores, diminui consideravelmente a chance de invasão de sistemas.
Implementação de hardware confiável
Computadores para empresas são construídos de maneira diferente. Geralmente, com durabilidade, desempenho e segurança como prioridade nas especificações.
Implementar hardware especializado no trabalho corporativo é aumentar ainda mais a proteção de dados, diminuindo ainda mais as possíveis brechas que podem ser aproveitadas por pessoas mal intencionadas.
Se você consegue implementar um bom plano de segurança de dados na empresa, com hardware e software adequados, capacitação de usuários e monitoramento ativo, tem tudo para garantir o sucesso do negócio na era digital.
E se você quer saber mais sobre como investir em um departamento de tecnologia estratégico, não vá embora sem fazer o download do nosso Infográfico sobre os fatores que podem inibir o uso do cloud computing nas empresas!