Os 10 erros de português mais comuns corrigidos para não errar mais

O português é uma língua fascinante e cheia de sutilezas. Mesmo sendo o idioma nativo de milhões de pessoas, ele costuma pregar algumas peças — até nos mais experientes. Quem nunca hesitou diante de um “mal” ou “mau”? Ou ficou confuso ao decidir entre “aonde” e “onde”? Esses deslizes acontecem porque nossa escrita formal frequentemente difere da maneira como falamos.

E engana-se quem pensa que somente estudantes se veem em apuros com o idioma. Redatores, jornalistas e profissionais da comunicação, que lidam com o português diariamente, também estão sujeitos a cometer esses equívocos. A boa notícia é que todos podem se aprimorar ao conhecer as nuances da língua e praticar constantemente.

Neste artigo, vamos explorar os erros de português mais comuns e ensinar, de forma prática e didática, como evitá-los. Assim, você poderá escrever com confiança, sabendo que sua mensagem será clara e correta. Vamos lá?

1. “Mal” e “mau”

A confusão entre “mal” e “mau” é muito comum, pois essas palavras são parecidas na pronúncia, mas possuem significados diferentes. Dominar essa distinção é essencial para escrever de forma correta e clara.

Diferença fundamental:

  • Mal é um advérbio ou substantivo e se opõe a “bem”.
  • Mau é um adjetivo e se opõe a “bom”.

Exemplo incorreto:

  • Ele acordou mal humorado.
    (Aqui, o correto é “mau”, pois estamos nos referindo a um adjetivo que se opõe a “bom”.)

Exemplo correto:

  • Ele acordou mau humorado.

Por outro lado, usamos “mal” quando queremos indicar que algo ocorreu de forma negativa ou que alguém não está bem.

Exemplo:

  • A reunião começou mal e terminou pior ainda.

Uma dica prática para não se confundir é substituir o termo duvidoso por “bom” ou “bem”. Se o oposto for “bem”, você deve usar “mal”. Se for “bom”, o certo é “mau”.

2. “Onde” e “aonde”

A dúvida entre “onde” e “aonde” é outro clássico da língua portuguesa. Ambos são advérbios de lugar, mas seu uso depende do verbo com que estão relacionados.

Diferença essencial:

  • Onde indica permanência ou localização fixa.
  • Aonde sugere movimento, sendo usado com verbos que expressam deslocamento.

Exemplo incorreto:

  • Onde você vai amanhã?

Exemplo correto:

  • Aonde você vai amanhã?
    (Usamos “aonde” porque o verbo “ir” expressa movimento.)

Por outro lado, quando nos referimos a uma posição fixa, “onde” é a escolha adequada.

Exemplo:

  • Onde fica o museu de arte moderna?

Dica para lembrar:
Se o verbo der a ideia de deslocamento (ir, chegar, levar), use “aonde”. Para situações de localização estática, prefira “onde”.

3. “Mas” e “mais”

Apesar de serem muito diferentes em significado, “mas” e “mais” são frequentemente confundidos, especialmente em textos rápidos, como mensagens. Entender a função de cada um é essencial para evitar equívocos.

Diferença essencial:

  • Mas é uma conjunção adversativa, usada para indicar oposição.
  • Mais é um advérbio de intensidade ou quantidade.

Exemplo incorreto:

  • Eu queria ir ao parque, mais estava chovendo.

Exemplo correto:

  • Eu queria ir ao parque, mas estava chovendo.

Em outro contexto, “mais” será utilizado para intensificar ou quantificar algo.

Exemplo:

  • Hoje comi mais frutas que ontem.

Dica prática:
Lembre-se: se você puder substituir o termo duvidoso por “porém” ou “entretanto” e a frase continuar fazendo sentido, o correto é “mas”. Se estiver relacionado à quantidade ou intensidade, use “mais”.

4. “Este” e “esse”

A escolha entre “este” e “esse” pode parecer complexa, mas há uma regra clara: ambos indicam proximidade, mas de maneiras diferentes. Eles variam conforme o tempo e a posição do que se fala.

Diferença essencial:

  • Este: Refere-se a algo próximo no tempo ou espaço ao falante, ou a algo que será mencionado.
  • Esse: Refere-se a algo próximo ao ouvinte ou já mencionado anteriormente.

Exemplo incorreto:

  • Você leu o texto sobre marketing? Este texto é muito esclarecedor.
    (O correto é “esse” porque o texto foi mencionado antes.)

Exemplo correto:

  • Você leu o texto sobre marketing? Esse texto é muito esclarecedor.

Outro exemplo:

  • Este é o meu projeto para o próximo semestre. (Aqui, o projeto ainda será explicado, então usamos “este”.)

Dica prática:
Use “este” quando for algo que ainda será introduzido ou está perto de quem fala. Use “esse” para retomar algo já citado ou próximo do ouvinte.

5. “Há” e “a”

A confusão entre “há” e “a” é muito comum, pois ambos podem indicar tempo, mas cada um tem seu uso específico. Além disso, “há” também pode significar existência, o que aumenta as dúvidas.

Diferença essencial:

  • : Indica tempo passado ou existência, podendo ser substituído por “faz”.
  • A: Indica tempo futuro ou distância.

Exemplo incorreto:

  • A reunião começou a dez minutos.
    (O correto seria “há”, pois nos referimos a um evento passado.)

Exemplo correto:

  • A reunião começou dez minutos.

Outro uso:

  • O hospital fica a 10 km daqui. (Aqui usamos “a” para indicar distância.)

Dica prática:
Sempre que for falar de algo que já aconteceu, use “há”. Quando se tratar de uma distância ou algo futuro, opte por “a”.

6. “Em vez de” e “ao invés de”

Essas expressões causam confusão porque ambas indicam substituição. No entanto, o uso adequado depende do contexto:

Diferença essencial:

  • Ao invés de: Usado apenas para indicar oposição ou contraste.
  • Em vez de: Indica substituição de maneira mais ampla, sem oposição direta.

Exemplo incorreto:

  • Ao invés de assistir ao filme, fui ao teatro.
    (O correto é “em vez de”, pois não há oposição, apenas uma troca.)

Exemplo correto:

  • Em vez de assistir ao filme, fui ao teatro.

Outro exemplo:

  • Ao invés de descer, ele subiu. (Aqui, como há uma oposição clara, o uso é correto.)

Dica prática:
Se não tiver certeza, use “em vez de”, pois é mais abrangente e pode ser usado para substituir qualquer coisa sem necessidade de oposição direta.

7. “Afim” e “a fim de”

Embora pareçam semelhantes, essas expressões têm significados bem distintos.

Diferença essencial:

  • Afim: Indica afinidade ou algo semelhante.
  • A fim de: Expressa intenção ou desejo.

Exemplo incorreto:

  • Estou afim de viajar no feriado.
    (O correto seria “a fim de”, pois indica vontade.)

Exemplo correto:

  • Estou a fim de viajar no feriado.

Outro exemplo:

  • Temos objetivos afins na empresa. (Aqui, usamos “afim” para indicar afinidade.)

Dica prática:
Sempre que houver intenção ou desejo, use “a fim de”. Use “afim” apenas para expressar semelhança ou afinidade.

8. “Porque”, “por que”, “porquê” e “por quê”

Esses quatro termos confundem até os mais experientes, mas cada um tem seu contexto de uso.

  • Porque: Conjunção explicativa ou causal.
  • Por que: Usado em perguntas diretas ou indiretas.
  • Porquê: Substantivo que significa “motivo” ou “razão”.
  • Por quê: Usado no final de frases interrogativas.

Exemplos:

  • Porque você não veio? (Pergunta direta.)
  • Não sei por que você está triste. (Pergunta indireta.)
  • O porquê de sua ausência é um mistério. (Substantivo.)
  • Você não veio ontem, por quê? (Interrogativa final.)

Dica prática:
Se estiver no fim da frase, use “por quê”. Se puder substituir por “motivo”, use “porquê”. Nas demais situações, analise se é uma explicação (porque) ou uma pergunta (por que).

9. “Meio” como advérbio ou adjetivo

O termo “meio” pode ser usado de duas formas: como advérbio ou como adjetivo, dependendo da concordância.

Diferença essencial:

  • Meio (advérbio): Indica intensidade e é invariável.
  • Meia (adjetivo): Concorda com o substantivo.

Exemplo incorreto:

  • Ela estava meia cansada.
    (O correto é “meio”, pois estamos falando de intensidade.)

Exemplo correto:

  • Ela estava meio cansada.

Outro exemplo:

  • Coloque meia xícara de açúcar. (Aqui, como “xícara” é feminino, usamos “meia”.)

Dica prática:
Quando “meio” for usado como advérbio de intensidade, ele não muda de forma. Se for um adjetivo fracionário, concorda com o substantivo.

10. “Haja vista” e “haja visto que”

Essas expressões são frequentemente confundidas, mas têm usos diferentes.

Diferença essencial:

  • Haja vista: Significa “considerando que” ou “tendo em vista”.
  • Haja visto que: Uma forma incorreta que deve ser evitada.

Exemplo incorreto:

  • Haja visto que o tempo está ruim, a reunião foi adiada.
    (O correto seria “haja vista”.)

Exemplo correto:

  • Haja vista o tempo ruim, a reunião foi adiada.

Dica prática:
Sempre prefira “haja vista” para indicar uma consideração. A expressão “haja visto que” é errada e não deve ser usada.

Outras dicas para melhorar a escrita

Se você quer evitar esses erros e aprimorar sua comunicação escrita, aqui estão algumas sugestões práticas:

  1. Leia bastante: a leitura ajuda a familiarizar-se com o uso correto das palavras e amplia o vocabulário.
  2. Escreva regularmente: a prática constante é essencial para desenvolver confiança e melhorar sua escrita ao longo do tempo.
  3. Utilize dicionários e gramáticas: consulte sempre que tiver dúvidas para garantir a correção do texto.
  4. Peça para alguém revisar seus textos: uma segunda opinião é valiosa, pois outro leitor pode identificar erros que você não percebeu.

Conclusão

Com a prática e atenção às nuances apresentadas aqui, você estará mais preparado para se expressar de forma clara e correta, seja em um e-mail, artigo ou até nas redes sociais.

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