criptomoeda real digital saindo de um celular para o outro

Real Digital: Brasil terá criptomoeda oficial a partir do segundo semestre

Você já deve ter ouvido falar sobre as criptomoedas, que são ativos que podem atuar como dinheiro, mas somente no formato digital. Mas o que talvez você não saiba é que o governo brasileiro está desenvolvendo a sua própria moeda neste formato: o real digital.

Se tudo der certo, ela deve ser implementada nos próximos anos, com um projeto piloto tendo boas chances de ser lançado já na segunda metade deste ano. Dessa forma, ela substituirá o real que temos hoje, com o dinheiro em papel deixando de existir. À primeira vista, isso pode parecer inusitado, mas pare para pensar um pouco. Qual foi a última vez que você usou uma cédula ao invés do seu cartão de débito/crédito ou do PIX? Cada vez menos o dinheiro físico tem sido utilizado.

mulher pagando conta com cartão por aproximação

O Banco Central do Brasil (Bacen) e demais instituições governamentais vêem com bons olhos essa mudança para uma moeda 100% digital, conhecido também como CBDC – sigla de um termo que pode ser traduzido como “Moeda Digital de Banco Central”.

A maioria dos países caminham para a mesma direção, com alguns tendo os seus projetos de CBDC bem avançados e já usados por suas populações. Dessa forma, vale a pena ficar por dentro desse assunto e sobre o novo real que está por vir.

CBDC e o que ele propõe

Ao se falar sobre uma futura moeda digital brasileira, é comum ser feita a associação com as maiores criptomoedas que existem atualmente, como o Bitcoin e o Ether. A correlação se torna ainda maior com as já existentes stablecoins – ativos cripto que são pareados a uma moeda fiduciária ou commodity, como o dólar, euro, real ou ouro.

Apesar de também atuar somente no mundo digital, um CBDC possui uma grande diferença em relação aos outros ativos cripto: sua centralização governamental. Como o próprio nome já diz, uma moeda digital do Banco Central continua sendo controlada por essa instituição, que pode aumentar ou diminuir sua oferta monetária e até mesmo a sua valorização/desvalorização perante outras moedas.

Isso não ocorre no mundo cripto, onde os ativos atuam de forma totalmente descentralizada ou são controlados pelas instituições privadas que os criaram. Com isso em mente, você pode estar pensando qual o intuito de digitalizar a moeda de um país?

Para o governo brasileiro, há diversos benefícios nisso. Um deles é o corte de gastos que a criação de novas cédulas e moedas gera todos os anos. Somente em 2018 e 2019, o Bacen gastou mais de R$664 milhões para imprimir e injetar mais dinheiro na economia brasileira. Esses gastos aumentaram ainda mais durante a pandemia, período onde o governo aumentou a oferta monetária em 30%.

Outro benefício seria o maior controle e supervisão contra atividades financeiras ilícitas, como lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Por fim, o Bacen acredita que o real digital poderá trazer uma maior inclusão da população ao sistema financeiro, que se tornaria mais competitivo e ofereceria vantagens competitivas em relação à economia internacional, que também está se digitalizando.

gif fabio porchat contando muito dinheiro de papel

No entanto, alguns observam que um CBDC pode trazer riscos para a população de um país. Uma moeda totalmente digital dará a oportunidade de o governo fiscalizar todas as transações de um indivíduo, podendo bloquear totalmente seu acesso a recursos financeiros – algo perigoso para aqueles que vivem em países autoritários e lutam contra perseguição e censura. Porém, ao que tudo indica, o Banco Central do Brasil não voltará atrás e deve lançar o real digital em breve.  

Qual o status do real digital ?

O real digital tem sido debatido pelo Bacen desde 2020, com a publicação das diretrizes da futura moeda sendo realizada em maio de 2021. Em novembro do mesmo ano, a instituição lançou o programa LIFT Challenge, que conta com a participação de diversas empresas para avaliar os casos de uso de um CBDC no país.

A iniciativa está em vigor atualmente, contando com nove projetos que são acompanhados e avaliados pelo Banco Central. Entre esses projetos, estão os que foram desenvolvidos por grandes instituições como o Banco Santander, Visa, Microsoft e Itaú Unibanco. Até mesmo organizações do mundo cripto fazem parte da iniciativa, como os protocolos Aave e Stellar e a exchange Mercado Bitcoin.

Basicamente, o Bacen irá avaliar qual desses projetos possui o melhor “produto mínimo viável (MVP)”. Ou seja, aquele que oferece a melhor estrutura para o desenvolvimento do real digital. De forma surpreendente, Roberto Campos Neto, presidente da instituição, confirmou que um projeto piloto do CBDC deve ser lançado no segundo semestre deste ano.

Sem dar muitos detalhes, ele disse que nesta primeira fase a moeda não estará disponível para a toda a população, o que deve ocorrer somente nos próximos anos. No entanto, ele espera que “assim como o Pix, o Real Digital possa se tornar parte do cotidiano das pessoas: que seja utilizado em conjunto com as contas bancárias, contas de pagamentos, cartões e dinheiro em espécie; e que ajude a diversificar o portfólio de meios de pagamentos disponíveis aos cidadãos”.

Campos Neto ainda comentou que a futura moeda será baseada no Sistema de Transferências de Reservas (STR), plataforma já usada pelo real atual. Por fim, vale destacar que o real digital não terá nenhuma correlação com as criptomoedas já existentes, apesar de poder contar com tecnologias e recursos vistos nesses ativos, como finanças descentralizadas (DeFi), segundo o próprio presidente do Bacen.

Enquanto o real digital não é lançado, resta aguardar o anúncio do MVP do LIFT Challenge e demais atualizações do Banco Central sobre o projeto. Para ficar antenado sobre esse assunto e demais tendências do mundo digital e da tecnologia, acompanhe o nosso blog.

Fonte(s):

Mundo Conectado, NuBank e Iugu

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