Do que seria capaz o supercomputador mais rápido do mundo voltado para a astronomia? Essa é a pergunta que a comunidade científica se faz com relação ao Aterui II, uma supermáquina construída no Observatório Nacional Astronômico do Japão (NAOJ).
Se ele fosse colocado na lista dos supercomputadores mais rápidos do mundo estaria na posição 83, o que não é pouca coisa. Entre os equipamentos usados especificamente para a astronomia, no entanto, ele assume o posto como o mais rápido do mundo.
O Aterui II é na verdade um Cray XC50, o que significa que ele é até três vezes mais rápido que o seu antecessor. Ele conta com mais de 40 mil núcleos de processamento, suportando até três quatrilhões de operações por segundo (algo como 4 mil teraflops). Os processadores utilizados são do tipo Intel Xeon Gold 6148 e são mais de dois mil deles.
Cada um dos processadores custa cerca de US$ 3 mil e vem equipado com 20 núcleos (40 threads) operando a uma frequência máxima de 3.7 GHz com 27,5 MB de cache.
Para dar conta de tanta capacidade de processamento, são mais 385 terabytes de memória RAM. Esses números o colocam como um dos dispositivos multitarefa mais rápidos do mundo.
Segundo os especialistas, essas características permitirão aos pesquisadores realizar simulações sob muitos aspectos. Pelo menos 150 equipes já estão escaladas para ter acesso ao Aterui II e conferir de perto a sua capacidade de processamento.
Segundo uma reportagem publicada no site ExtremeTech, os supercomputadores mais velhos dedicados à astronomia precisam sempre “pegar atalhos”, pois têm capacidades de processamento mais limitadas. Por exemplo, ao modelar estrelas na Via Láctea, é preciso tratar clusters de estrelas como unidades individuais.
Isso não deve ocorrer com o Aterui II, que tem capacidade teórica de modelar uma galáxia com até 100 bilhões de estrelas individuais. Essas simulações são essenciais para alertar os pesquisadores sobre as observações futuras que serão realizadas.
O hardware, portanto, permitirá que eles decidam métodos observacionais a serem adotados de forma mais rápida e precisa.
Com a sua capacidade superior de processamento, o Aterui II tratará de problemas que eram considerados muitos difíceis para os computadores atuais”, explica o comunicado oficial enviado pelo NAOJ à imprensa internacional.
“A astronomia computacional ainda é uma disciplina jovem se comparada à astronomia observacional, na qual os pesquisadores usam telescópios para observar objetos e fenômenos celestes, e à astronomia teórica, em que os pesquisadores descrevem o universo em termos de matemática e leis físicas.
Graças ao rápido avanço da tecnologia computacional nas últimas décadas, simulações astronômicas para recriar objetos celestes, fenômenos, ou até mesmo todo o universo dentro do computador, surgiram como o terceiro pilar da astronomia”, destacou o NAOJ.
Fonte: ExtremeTech, Popular Mechanics, NAOJ e HPC Wire.