Você já se perguntou como são produzidos os processadores? Esses componentes existentes em PCs, notebooks, smartphones e tablets podem ser considerados o coração de uma máquina, mas a criação dessas peças não é uma tarefa simples e envolve uma série de tecnologias complexas.
Para que você possa compreender como eles surgem e se tornam o dispositivo que conhecemos, será preciso mergulhar um pouco nas linhas de produção e entender alguns processos complicados.
Neste artigo, vamos tentar simplificar ao máximo esse processo de criação para que você possa compreender como eles são feitos!
O primeiro passo é a criação de um projeto avançado de circuito. A produção em si começa utilizando uma matéria-prima que talvez você não associe a esse componente: a areia.
É a partir da transformação dela, em um processo de derretimento, que se obtém o silício. Depois de extraído ele é purificado e transformado em um grande bloco.
O grande bloco depois dá origem a uma série de discos. Pense, por exemplo, nos discos de vinil. Os discos de silício têm o mesmo formato depois de cortados. O processo de corte, no entanto, não é tão simples assim.
Esse procedimento é feito em ambientes completamente esterilizados para que nenhuma impureza penetre nos discos.
É após o corte que os discos recebem uma camada de um líquido foto resistente. Graças a ele, é possível depois utilizar a luz ultravioleta para gravar o desenho dos circuitos sobre a superfície do disco.
Você pode obter mais detalhes sobre esse processo pesquisando sobre a fotolitografia.
Depois dessa primeira etapa, as partes que foram bombardeadas pela luz ultravioleta são removidas e isso resulta em pequenos sulcos na superfície dos discos.
Vale lembrar que o Silício é a uma espécie de semicondutor. Sendo assim, ele recebe uma camada de átomos dopantes, responsáveis por alterar a sua condutividade.
Para que não ocorram curtos-circuitos, o disco de Silício recebe ainda uma camada selante.
Na etapa seguinte, os sulcos que foram criados são preenchidos por cobre.
Os excessos são removidos, a superfície é uniformizada e então temos os circuitos formados.
Falando assim até parece algo simples, não é mesmo? Porém, esse processo completo demora até dois meses para ser concluído.
Após passar por todas essas fases, o chip está praticamente pronto. Pense em uma pequena peça com dezenas de quilômetros de conexões, as chamadas trilhas.
Elas acabam sendo responsáveis por ligar bilhões de transistores. Porém, você deve ter reparado que ainda temos um grande disco de silício, não é?
Agora é chegada a hora do corte. Esse disco, também conhecido como wafer, é cortado em pequenos pedaços. Cada um desses pedaços é colocado sobre uma base metálica chamada “substrate” e então temos o resultado final.
O processador está pronto para ser conectado a uma placa-mãe. A ligação entre ambos se dá por intermédio de pinos metálicos, que são encaixados no socket – que precisa ser compatível, ou seja, ter a mesma pinagem para que tudo funcione.
Vale lembrar que entre uma etapa e outro sempre serão realizados testes. Se por ventura um produto não é aprovado em uma das fases acaba sendo retirado da linha de produção.
O processador só vai para uma embalagem depois de passar por diversos testes – de forma que as chances e um chip sair de fábrica com defeito são muito remotas.
Note ainda que aqui simplificamos as etapas do processo, pois há ainda as fases de inserção de memória cache, a fabricação dos transistores e a adição de alguns componentes extras na peça.
Todas as etapas utilizam maquinário de altíssima tecnologia e é por isso que a produção de dispositivos como esses é tão cara.
Fonte(s): GLOBALFOUNDRIES