A transformação digital não é um movimento que afeta unicamente a indústria e o mundo empresarial. A sociedade como um todo já mostra os reflexos da inserção acelerada da tecnologia — principalmente em sua infraestrutura. O que estamos testemunhando é a ascensão das smart cities, ou cidades inteligentes.
E com essa verdadeira revolução tecnológica, os governos ao redor do mundo já começaram a se movimentar para adotar soluções inovadoras que beneficiem a população.
Entretanto, é natural se deparar com algumas dúvidas sobre o assunto. Afinal, o que são smart cities? Qual é o papel da tecnologia nessa transição? Quais são as cidades na vanguarda desse movimento?
Para esclarecer essas questões, reunimos aqui tudo o que você precisa saber sobre o tema. Confira!
O que são as smart cities?
O objetivo principal das cidades inteligentes é fazer uso de soluções tecnológicas inovadoras para melhorar a qualidade de vida da população e os serviços oferecidos a ela. Em meio a diversos focos de atuação, é possível destacar o desenvolvimento acelerado que é implementado sem abrir mão da sustentabilidade.
Grosso modo, smart cities utilizam tecnologia para aumentar a eficiência nas operações urbanas, mantendo — ou acelerando — o ritmo do desenvolvimento econômico enquanto melhora o bem-estar dos cidadãos. A automatização, por exemplo, exerce um papel fundamental nesse processo.
Podemos destacar seis pontos-chave para a construção de uma cidade inteligente:
- economia;
- mobilidade;
- pessoas;
- governança;
- meio ambiente;
- qualidade de vida.
Utilizando esses fatores como parâmetros para guiar os investimentos, as prefeituras e os demais órgãos públicos e privados envolvidos no projeto podem avançar rapidamente em direção ao padrão de cidade que se imagina para o futuro.
Qual é o papel da tecnologia nessa mudança?
Toda transformação urbana, econômica e social exige a implementação de ferramentas inovadoras para “fazer mais com menos”.
Esse é um dos grandes benefícios da tecnologia em ascensão: com o mundo digital e o mundo físico cada vez mais interligados, é possível encontrar soluções mais eficientes para cada situação específica, algo fundamental quando lidamos com culturas e necessidades diferentes.
Entretanto, os avanços tecnológicos certamente colocam em destaque algumas ferramentas que se mostram mais promissoras. Por isso, mostraremos aqui quais são elas e que papel desempenham na construção das smart cities.
Internet das Coisas (IoT)
Na tentativa de relacionar a automação com as características específicas de cada cidade, a Internet das Coisas (do inglês Internet of Things) se mostrou uma das soluções tecnológicas de maior relevância.
Equipamentos com IoT são capazes de se comunicar, enviando e recebendo dados por uma conexão remota (como Wi-Fi) e respondendo a um sistema que processa esses dados e reage com comandos em tempo real.
Em outras palavras, é possível integrar os equipamentos a um sistema central de comando, adaptando seu comportamento de acordo com as necessidades dos usuários. Isso significa, na prática, semáforos inteligentes, controles de iluminação pública automatizados etc.
Segundo um estudo publicado pela Aruba, depoimentos indicam que 71% das cidades que investiram em tecnologia IoT para a gestão de serviços urbanos alcançaram níveis significativos de redução de custo. Além dos benefícios práticos, a IoT oferece maior visibilidade dos projetos em elaboração, facilitando a atração de investimentos.
Sensores inteligentes
Alguns fatores, como o clima, interferem diretamente na dinâmica de uma cidade. Se os órgãos de gestão fazem investimentos em infraestrutura para incentivar o uso de bicicletas, por exemplo, é possível oferecer ao usuário um sistema que informe com precisão a situação do clima e otimize o trajeto pela cidade.
Sensores de temperatura, umidade e precipitação podem ser utilizados de forma integrada com a IoT para criar um mapeamento mais eficiente do clima. No sistema de ciclovias, os sensores inteligentes utilizados são os que medem velocidade e controlam os semáforos ao longo do trajeto, evitando paradas desnecessárias se o tráfego não é intenso.
Além de reduzir custos, a tendência é que a poluição diminua, beneficiando a população e o meio ambiente como um todo. Outros sensores similares auxiliam a ligar e desligar a iluminação e os pontos de rede Wi-Fi pública ao longo da cidade. Assim, o custo com energia cai drasticamente e compensa o investimento feito para esses serviços.
Para entender como essas e outras soluções funcionam em contextos ainda mais específicos, falaremos agora sobre algumas cidades que despontam como referências de smart cities.
Quais são as cidades inteligentes de maior referência?
O primeiro projeto da cidade de Barcelona para uso inteligente da tecnologia data do ano 2000! Sua atualização, em 2011, integra diferentes áreas, agregando mais de 120 projetos. Alguns dos principais destaques são de impressionar qualquer um.
A coleta de lixo e resíduos, por exemplo, é automatizada e usa sensores para medir o nível dos coletores; a iluminação é inteligente na maior parte da cidade, otimizando os gastos; a mobilidade, a gestão energética e o sistema de monitoramento por câmeras também estão integrados e, em boa parte, automatizados.
E quando o assunto é segurança, não dá para deixar de mencionar Tel Aviv. A cidade israelense conta com um sistema integrado de câmeras inteligentes com sensores para identificar atividades suspeitas.
Vale ainda destacar que a transmissão de dados dessas câmeras é feita por meio da iluminação pública, reduzindo os custos com esse sistema. O tempo de resposta da polícia foi de 15 para 2 minutos!
Copenhague, por sua vez, usa a tecnologia principalmente para reduzir o índice de emissão de carbono, o que trouxe resultados significativos quanto ao consumo de combustíveis fósseis (gasolina, diesel etc.). Já em Medellín, na Colômbia, a mobilidade urbana e a saúde se destacam.
Para começar, foi feita a implementação de teleféricos e escadas rolantes em favelas e terrenos muito inclinados para facilitar a locomoção.
Devido à grande demanda pública por conhecimento relacionado à saúde em regiões com atendimento precário, foi criado um sistema online para oferecer informações médicas, acesso à internet e Wi-Fi grátis.
Como visto, são medidas extremamente interessantes e personalizadas de acordo com a necessidade de cada local. As cidades inteligentes são uma tendência que não pode ser ignorada, já que a tecnologia entra em nossas vidas com a capacidade de modificá-las completamente — e devemos tirar proveito disso.
Mantenha-se informado quanto às novidades da tecnologia, pois essas mudanças já estão batendo na porta!
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