
Novas tecnologias e tendências, como o Bring Your Own Device (BYOD), requerem um cuidado extra com a segurança de rede empresarial. Afinal, a possibilidade de vazamento de dados, roubos de identidade, falsificações e outros problemas pode colocar em risco a reputação organizacional e causar até mesmo prejuízos financeiros.
Apesar de essa ser uma prioridade, também é um desafio para os gestores de TI. O relatório sobre ameaças da McAfee Labs de junho de 2018 indicou que o aumento de incidentes de segurança publicados foi de 41%. Já as infecções de mobile cresceram 42% nos quatro últimos trimestres.
O que fazer, nesse caso, para proteger o endpoint e toda a rede da sua empresa? Essa é a pergunta que vamos responder neste artigo. Aqui, você verá a importância da segurança, os riscos de ignorá-la, dicas para colocá-la em prática e as tendências para os próximos anos.
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A importância da segurança de rede
O propósito de implementar a segurança da rede empresarial é combinar diferentes camadas de defesa para proteger conexões e dados, a fim de preservar sua integridade e usabilidade. Essa prática pode ser aplicada a partir de tecnologias de hardware e software, e tem como finalidade gerenciar o acesso às informações para impedir que as ameaças se instalem.
Várias ações podem ser adotadas nesse sentido. Entre elas, podemos citar:
- monitoramento de acesso;
- segurança em nível do aplicativo;
- uso de antivírus e antimalwares;
- análise comportamental para detectar invasões assim que ocorrerem;
- soluções de prevenção de perda de dados;
- segmentação da rede;
- segurança de e-mail.
Adotar medidas de segurança para a rede é imprescindível para impedir o acesso de hackers, infecções por malwares e ameaças de erros. Assim, você evita o ataque de um ransomware, por exemplo, que sequestra os dados e causa danos para a organização que podem ser irreparáveis.
Para ter uma ideia da importância dessa atitude, um estudo da IDC, publicado pelo IT Forum 365, indica que o aumento no orçamento referente à segurança cibernética cresceu entre 10% e 12% nas empresas brasileiras em 2017. Na América Latina, a quantia total empregada no setor chegou a 2,7 bilhões de dólares — e a expectativa é que ainda haja um aumento anual de 11,5% até 2021.
Realizada pela consultoria Gartner e divulgada no site SegInfo, outra pesquisa assinala que a expectativa de investimentos até o final de 2018 é de 93 bilhões de dólares, uma alta de 12% em relação ao ano imediatamente anterior.
Diante desse contexto, fica evidente que sua organização também precisa lidar com esse problema. Para alcançar o máximo potencial, é preciso trabalhar quatro camadas de segurança. Veja quais são elas a seguir.
Rede
Os pontos de acesso, utilizados ou potenciais, devem ser protegidos. Tenha em mente que a rede é o primeiro aspecto a ser preservado na defesa em camadas. É ela que gerencia a largura de banda da rede e controla as instalações de aplicativos. Com isso, facilita o trabalho da TI.
Endpoint
Os pontos de extremidade são aqueles que recebem a conexão de dispositivos por usuários finais. É necessário garantir sua proteção para impedir que as ameaças dos aparelhos infectem a rede corporativa. O objetivo é utilizar uma solução que detecta vulnerabilidades e faz a reparação necessária automaticamente.
Nos endpoints, também é possível criar políticas de acesso. Desse modo, os usuários realizam um uso compatível e seguro dos dispositivos, ao mesmo tempo que é feito o monitoramento de aplicativos indesejados, patches, firewalls e configurações dos navegadores.
Usuário
Os usuários com acesso aos dados corporativos devem ser continuamente monitorados. Por meio da prática da segurança da rede, fica mais fácil implementar medidas para preservar os dados e aplicar a criptografia. Assim, os dados sigilosos não são perdidos nem roubados.
Serviços
Essa é outra parte importante da estratégia multicamadas. Os serviços servem para assegurar o bom funcionamento de todos os outros níveis. Dessa maneira, é possível manter a produtividade em alta e cumprir os requisitos de proteção.
Como você pôde perceber, a adoção de práticas que visem à segurança da rede corporativa é essencial para impedir acessos indevidos e prejudiciais. Com o emprego das multicamadas, assim que um invasor tentar realizar um ataque malicioso, ele esbarrará em um bloqueio. Ou seja, há um nível de proteção muito maior.
Riscos com a falta da segurança de rede
A pesquisa Tendências Internacionais em Segurança Cibernética, da CompTIA e divulgada pelo TI Inside, aponta que a maior causa de risco à segurança corporativa são os erros humanos (58%). Em segundo lugar, vêm os problemas técnicos (42%).
Esse levantamento demonstra que é necessário tomar cuidado com diferentes aspectos. Por exemplo: uma política de senhas contribui para evitar que um usuário não autorizado acesse dados sigilosos e, por consequência, divulgue-os e coloque em risco a proteção das informações corporativas.
Já uma integração dos dados que atualmente estão separados em data silos auxilia as tomadas de decisão estratégicas. Além disso, evita incompatibilidades tecnológicas e aproxima a gestão de TI à governança corporativa.
Nesse cenário, quais são os riscos derivados da falta de segurança da rede? Os principais são os que listamos a seguir. Confira!
Vazamento de dados confidenciais
As informações são os principais ativos de uma organização. Por isso, devem ser protegidas para evitar seu vazamento. Estão incluídos aqui diferentes tipos de dados, como: listas de clientes, propriedade intelectual, contratos sigilosos, estratégias e planos de negócios, modelos diferenciados de processos e mais.
Todas essas informações podem ser utilizadas para denegrir a reputação e a imagem da organização. Com isso, comprometem o futuro do negócio. Um exemplo simples é a divulgação de uma lista de mailing. Dificilmente seus clientes continuarão confiando na sua empresa.
Perda da confiança
Esse problema é diretamente derivado do anterior, já que o vazamento de informações causa uma sensação de desconfiança. Os clientes esperam que suas informações confidenciais sejam protegidas. A quebra desse comprometimento leva a prejuízos financeiros e a problemas significativos de reputação.
Processos judiciais
Os dados de clientes, fornecedores e colaboradores precisam ser preservados e nunca devem ser divulgados, especialmente quando se referem a números do cartão de crédito e de documentos pessoais. Em caso de vazamento dessas informações, sua empresa pode ser processada e ter que pagar indenizações.
Perdas financeiras
Os prejuízos financeiros para as organizações podem ser bastante significativos quando a segurança da rede está comprometida. Essa perda está relacionada a diferentes aspectos, como clientes que deixam de comprar na sua empresa e optam pela concorrência, pagamento de indenizações devido a processos judiciais e má reputação na gestão de dados, que comprometem o valor de mercado do seu negócio.
Sequestro de dados
O ransomware é um dos malwares mais problemáticos e mais temidos pelas empresas. Ele pode invadir a rede empresarial, além de dispositivos móveis e outros equipamentos que estejam conectados. Os dados são sequestrados e é preciso pagar um resgate para ter acesso a eles novamente. Entretanto, mesmo após a quitação do valor, isso pode não ser feito.
Essa invasão é bastante preocupante devido a suas consequências. Em 2017, o Brasil sofreu 55% dos ataques desse tipo que ocorrem na América Latina, conforme dados divulgados pelo site Convergência Digital. Já a Trend Micro, um estudo publicado no Adrenaline, informa que a previsão para 2018 é de alta nesse índice.
Com a consideração de todos esses riscos, chega o momento de questionar: “o que fazer para manter a segurança da rede da minha empresa?”. Existem algumas recomendações que contribuem para um resultado positivo. Quer ver quais são? Continue a leitura!
Dicas para manter a segurança da sua empresa
As empresas de diferentes portes e segmentos de atuação precisam atentar à segurança digital. Apesar de serem realizados muitos investimentos na área, empreendimentos de pequeno ou médio portes podem utilizar diferentes estratégias. O importante é que elas ofereçam bom custo-benefício e um retorno de curto a longo prazo.
Nesse momento, a pergunta é: quais são as melhores ações para proteger a rede da sua empresa? Confira as principais!
Bloqueio de conteúdo
Uma das origens de infecção da rede e/ou de dispositivos a ela conectados são conteúdos ou sites maliciosos. Essas páginas são criadas com a finalidade de distribuir malwares e roubar informações, que podem ser utilizadas para diferentes propósitos.
Para evitar essa situação, o ideal é instalar softwares de bloqueio de conteúdo, que impedem o acesso a essas páginas. Outra medida de proteção extra é a instalação de um programa de escaneamento de downloads. Dessa forma, assim que um programa ou arquivo executável é baixado, ele é verificado e, se houver vírus, ele é automaticamente inutilizado.
O firewall é outro recurso importante. Ele restringe o que pode entrar ou sair da rede e, com isso, protege o tráfego para evitar riscos. Sua utilização pode ocorrer ao nível da aplicação — para bloquear ou permitir a transação de dados — e da rede.
Os últimos são utilizados em âmbito corporativo e têm como função:
- filtragem para limitar o que cada usuário pode fazer;
- restrição de acesso para aumentar a produtividade dos colaboradores e impedir a conexão a sites pouco seguros;
- qualidade do serviço (QoS), que é um conjunto de mecanismo que prioriza ações em detrimento de outras;
- balanceamento dos links pelo load balance, ou seja, cada nova conexão realizada é utilizada o link de internet com a melhor qualidade;
- sistema de prevenção e detecção de intrusos (IDPS), que monitora o tráfego e identifica atividades maliciosas.
Níveis de acesso
Essa é outra estratégia para manter a segurança da rede. A ideia é impor níveis de autorização diferentes para cada usuário. Assim, cada um deles só poderá acessar aquilo que for realmente importante para sua função.
Para contribuir com esse aspecto, é possível organizar as informações em pastas e subpastas, com a respectiva delegação de acesso em cada uma delas. É o caso, por exemplo, de bloquear a visualização dos vendedores aos contatos de fornecedores no ERP utilizado.
Wi-fi com senha
A rede wi-fi deve ser protegida com senha para evitar que usuários estranhos façam sua conexão. O ideal é contar com uma proteção forte e utilizar a encriptação dos dados. As configurações padrão do roteador também devem ser alteradas.
Uma alternativa adicional é ativar os filtros por endereço Media Access Control (MAC). Nesse local, você consegue informar a lista dos endereços dos dispositivos autorizados a se conectar. Dessa forma, os outros equipamentos — ausentes do rol — estão automaticamente impedidos a usar a rede.
Lembre-se ainda de que a senha de acesso interno é um dos recursos necessários para rastrear as entradas dos arquivos e até descobrir roubos de informações no ambiente corporativo. Portanto, é uma boa alternativa contar com mais essa possibilidade para o gerenciamento de dados.
Backup periódico
A realização de cópias de segurança é uma das estratégias mais eficientes de TI. Os backups são ideais para diminuir o risco de apagar arquivos acidentalmente e de haver roubo de dados em diferentes tipos de ataques, inclusive o ransomware.
O recomendado é contar com um plano de backup específico, que responda ao três questionamentos abaixo.
- Quais dados o negócio coleta?
- Qual é a frequência de mudança das informações?
- Quão seguro é o sistema utilizado para o armazenamento?
Com essas respostas, você pode elaborar uma estratégia acertada, que vise à automação, ao planejamento e ao isolamento. O sugerido é contar com a computação em nuvem, tecnologia que isola o sistema de backup dos outros arquivos presentes nas máquinas e aumenta o nível de segurança dos dados.
Além disso, você pode estabelecer backups diários para informações mais relevantes, como dados de clientes, financeiros ou de produtos e serviços. As demais informações podem ter sua cópia realizada semanalmente.
Atualização de sistemas
A atualização e as licenças de software são alternativas interessantes para evitar ataques maliciosos. Os programas sofrem updates continuamente porque, nesse processo, são resolvidas algumas vulnerabilidades, que servem de porta de entrada para as invasões.
Ao manter as versões mais recentes das soluções utilizadas, você evita a permanência dessas brechas, que podem se transformar em grandes problemas. Nesse cenário, os navegadores e o sistema operacional devem ter uma atenção extra.
Por sua vez, vale a pena reforçar a praticidade dos Softwares as a Service (SaaS), que estão disponíveis de forma online e são atualizados automaticamente. Outra dica válida é apostar nos hackers do bem, isto é, profissionais que analisam os sistemas da sua empresa com o propósito de identificar vulnerabilidades.
A partir do diagnóstico oferecido, você pode corrigir os problemas para evitar que um invasor malicioso aproveite alguma brecha. Essa é uma tendência para pequenas e médias empresas, mas que já é bastante adotada em grandes companhias. Porém, existem muitas outras ações que podem ser praticadas em um futuro próximo.
Tendências para os próximos anos
A segurança da rede é um dos quesitos que mais requerem atenção dos gestores de TI — você já deve ter percebido isso ao longo deste post. Com investimentos crescentes e a criação de novos malwares continuamente, como já demonstramos com os dados anteriores, é preciso cuidar desses aspectos a fim de garantir o máximo potencial e os melhores resultados para o seu negócio.
Devido a esse contexto, é indispensável conhecer as tendências de segurança da informação para os próximos anos. Quer saber quais são elas? Apresentamos as principais. Acompanhe!
Internet das Coisas (IoT)
Essa tecnologia é uma promessa em vários setores, inclusive para a segurança. O objetivo é usar dispositivos comuns no âmbito corporativo para aumentar a comodidade e a mobilidade dos usuários. Alguns exemplos no mundo empresarial são os equipamentos industriais com recursos de conectividade agregados, que trazem agilidade e produtividade.
Apesar dos benefícios, é preciso ter um cuidado extra com a segurança da informação, porque mais ameaças virtuais podem surgir nesse cenário. Além disso, o excesso de pontos de conectividade pode trazer brechas de segurança, que elevam o risco de falhas.
Uma situação que mostrou com clareza o potencial de invasão em dispositivos IoT foi a do botnet Mirai, criado por estudantes universitários a partir de imagens de câmeras de circuito fechado. O objetivo era lançar ataques DDoS — de negação de serviço — contra hosts de servidores rivais do jogo Minecraft. No entanto, a consequência foi muito maior.
Atualmente, os aparelhos IoT executam sistemas operacionais de difícil gerenciamento. No entanto, existem vários que rodam Windows, Linux, Android e iOS. Por isso, muitos fornecedores de gestão de endpoints passaram a desenvolver agentes compatíveis.
Ransomware das Coisas (RoT)
Esse ataque virtual é um dos mais perigosos e utilizados, conforme destacamos. Com a popularização da IoT, a RoT também surgiu, com uma estratégia semelhante às invasões tradicionais. A diferença é que a falha de segurança explorada está em dispositivos, especialmente veículos.
Esses ataques são potencialmente perigosos, porque nem sempre a vítima tem controle sobre as configurações do dispositivo utilizado como porta de entrada. No caso de um automóvel, por exemplo, o usuário precisa entrar em contato com a fabricante e cobrar um sistema mais atualizado e seguro.
Segurança da informação na nuvem
O cloud computing aumentou a oferta de serviços para empresas e usuários, mas traz a necessidade de um cuidado maior com a segurança. Afinal, os fabricantes de equipamentos e desenvolvedores de aplicativos nem sempre têm o conhecimento necessário para evitar vulnerabilidades e impedir ataques.
Para não ter prejuízo, é preciso estar atento às tendências do setor e criar políticas de acesso. Com o BYOD, por exemplo, é necessário controlar o uso dos dispositivos pessoais, inserir senhas e criar medidas para impedir o acesso de pessoas não autorizadas a informações sigilosas.
Perceba que, na computação em nuvem, os serviços baseados nessa tecnologia ou em SaaS tornam o gerenciamento da segurança do endpoint um serviço. Por isso, é fundamental ter um cuidado maior ao escolher o fornecedor.
Segurança integrada
A ideia, aqui, é que as soluções de segurança utilizadas sejam integradas e se comuniquem. Dessa forma, as ações podem ser automáticas assim que uma ameaça é identificada. Por exemplo: ao verificar um possível ataque, o firewall pode ativar todos os antivírus da rede e, assim, o acesso dos computadores à internet é automaticamente bloqueado. As chaves de criptografia, nesse caso, também são alteradas com o propósito de impedir uma quebra de sigilo.
É importante contar com a inteligência artificial e o machine learning nesse processo. Com a rotina de segurança automatizada, o aprendizado de máquina consegue aprender os comportamentos comuns e os pouco usuais. Por isso, muitas empresas, como a Microsoft, já oferecem esse recurso em seus lançamentos.
A expectativa também é a de que o machine learning e a inteligência artificial sejam capazes de revolucionar a segurança da informação. Os bots podem reconhecer padrões e identificar comandos feitos por usuários mal-intencionados. Dessa forma, bloqueiam o acesso automaticamente para evitar prejuízos.
Backups em RAID
Esse conceito já é utilizado, mas ultimamente ganhou uma nova forma de uso: a segurança da informação. Antigamente, o RAID era aplicado nos servidores empresariais. Hoje, as soluções são empregadas no backup em disco, que oferece mais solidez, confiabilidade e agilidade, especialmente em caso de restauração rápida dos dados.
Tenha em mente que o RAID é o conjunto redundante de discos independentes. Esse instrumento foi criado para melhorar a performance dos discos rígidos. Com essa funcionalidade naquilo que é relativo à segurança da informação, é possível suportar o volume de dados, aumentar a confiabilidade do armazenamento e garantir a recuperação segura e rápida.
Gestão e controle do uso da internet
O mundo online é uma porta de entrada significativa para incidentes e falhas de segurança. As ferramentas de controle de navegação ajudam a gerenciar o acesso e detectar os riscos que porventura acontecerem. Vale a pena ainda criar políticas de uso da internet e de senhas seguras, que complementam as tecnologias atuais e aprimoram o acesso, tornando-o mais protegido.
Como você pôde perceber, a segurança de rede é um assunto complexo e que envolve vários fatores, exigindo atenção às demandas atuais para evitar vulnerabilidades. Conseguir colocar essa proteção em prática depende de esforços da gestão e da equipe. Assim, todos trabalham em prol do mesmo objetivo — e essa medida traz resultados muito mais significativos.
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