Quem acompanha o noticiário relacionado à tecnologia já deve ter percebido que nos últimos meses muito tem se falado sobre novidades de rede chegando ao Brasil. Estamos em processo de estudo e licitação para a implantação do 5G, o que deve ocorrer até 2022.
Porém, ao conferir o noticiário você irá se deparar com alguns termos técnicos com os quais ainda não está familiarizado. É o caso dos modelos de transmissão, que são classificados por frequências de operação (ou bandas). As mais conhecidas são Ka, Ku e C.
O que exatamente isso quer dizer e quais frequências operacionais essas bandas representam? Quais são as diferenças entre elas, as características, as vantagens e desvantagens? Essas e outras dúvidas é o que pretendemos esclarecer neste artigo.
Os equipamentos usados para comunicação sem fio transmitem informações e dados por meio de uma frequência específica. Essa frequência também é conhecida como banda. Quando falamos da comunicação via satélite, há pelo menos três bandas distintas: Ka, Ku e C.
A Banda Ku é uma frequência utilizada para transmissão de internet via satélite, mais precisamente na transferência de dados entre o satélite e antena. Em termos de frequência, essa faixa opera entre 10.7 GHz e 18 GHz.
Por terem baixo custo de operação, são mais frágeis e estão mais sujeitas a interferências climáticas. Emissoras de TV, radares e a polícia estão entre os mais usam esses recursos.
Já a Banda Ka tem um espectro maior de banda operacional, entre 27 GHz e 40 GHz. Por suas características, essa faixa também está suscetível à degradação de sinal pela própria atmosfera e, por essa razão, ela não é a preferida das empresas de telecomunicação.
Por outro lado, a Banda Ka vem sendo empregada com sucesso no objetivo de levar o sinal de internet a regiões mais distantes. Como a Banda Ku por vezes se mostra congestionada, dado o número maior de usuários, essa passou a ser uma alternativa e está em constante evolução. Os modelos atuais já oferecem qualidade e desempenho muito melhores.
Tanto os dados analógicos quanto os digitais trafegam pela Banda C, cujo espectro de frequência fica entre 3.7 GHz e 6.425 GHz. Sua principal característica é a estabilidade de sinal, o que faz com que mesmo em condições climáticas adversas o sinal de internet não oscile.
Considerada o extremo oposto da Banda Ku, a Banda C tem elevado custo de implantação em razão do alto preço dos equipamentos. Em contrapartida, a operacionalização é mais acessível. Na prática, é preciso um alto investimento para criação dessas bandas, mas em médio prazo o investimento acaba valendo a pena.
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Antenas que recebem o sinal da Banda Ku são menores e mais simples e, portanto, mais baratas. Em contrapartida, pelo fato de o material não ter a melhor qualidade possível o resultado é uma maior incidência de interferências. Porém, aqueles que buscam receptores via satélite que operem nessa faixa podem encontrar várias opções nas lojas brasileiras.
O panorama não deve se modificar muito nos próximos anos. Mesmo com a chegada do 5G, os altos custos de investimento devem fazer com que o Governo Federal e as operadoras optem pelos modelos mais econômicos, ainda que eles não sejam os mais eficientes.