Imagine se você pudesse ter a oportunidade de entrar em um avião às 9h em São Paulo e por volta de 12h desembarcar em Tóquio, no Japão. Pode parecer uma ideia saída da ficção científica, mas segundo a Boeing ela pode sim se tornar realidade. Pesquisadores da empresa estudam a fabricação de um caça da Boeing que iria do Brasil ao Japão em apenas 3 horas.
O novo hipersônico seria capaz de alcançar a impressionante velocidade de 6.120 km/h, o equivalente a cinco vezes a velocidade do som. Porém, até que a ideia saia do papel e se torne realidade teremos que esperar um bom tempo: a empresa prevê um prazo entre 10 e 20 anos para que o caça hipersônico se torne viável.
A fabricante norte-americana afirma que, em teoria, o trajeto entre Brasil e Japão poderia ser feto em 3 horas. Na prática, no entanto, pode não ser assim. Isso porque embora ele pudesse atingir picos de velocidade supersônica como a que mencionamos acima, ele não seria capaz de manter esse ritmo de forma constante.
De qualquer forma, o avanço é tão significativo a ponto de ser considerado o maior da história da aviação, caso o projeto se torne realidade. Para se ter uma ideia, hoje uma viagem entre Brasil e Japão, com paradas, é concluída em cerca de 23 horas, com aviões voando a uma velocidade média de 800 km/h.
Embora a possibilidade de fazer uma viagem como essa seja muito tentadora, deve demorar ainda mais para que passageiros comuns, como eu e você, possam utilizar um hipersônico. Isso porque o projeto, que foi apresentado no fórum do Instituto Americano de Aeronáutica e Astronáutica, deve ser primeiramente usado em missões militares.
A primeira versão operacional, segundo a empresa, servirá para fins de inteligência, vigilância, reconhecimento e missões de ataque. Enquanto esse dia não chega, o foco do projeto da empresa recai sobre as melhorias possíveis nos motores e no redesenho aerodinâmico, necessário para alcançar velocidades como essas.
“As asas e as caudas terão bordas de ataque que avançarão em direção ao trecho traseiro do veículo em ângulos relativamente grandes”, revelou a Boeing em comunicado oficial. Os motores também precisarão de adaptações: um novo sistema de funcionamento, chamado ciclo combinado baseado em turbina (TBCC) está em estudo.
Embora o projeto apresentado pela Boeing seja bastante completo e, aparentemente viável, o desenvolvimento do hipersônico ainda não tem data para começar. O motivo é simples: a empresa não tem dinheiro para viabilizar o projeto e algumas das tecnologias necessárias para o seu funcionamento ainda estão em desenvolvimento.
A empresa afirma que busca parceiros interessados em tornar realidade essa iniciativa e admite que não há previsão de quando isso pode acontecer. Por conta disso, a Boeing também não fixa no horizonte uma data de quando isso poderá acontecer, indicando que seria preciso pelo menos 10 a 20 anos para que o projeto se tornasse realidade.
O valor do desenvolvimento de um projeto como esse também não foi revelado pela empresa. O último projeto similar desenvolvido pela companhia foi o do X-51 Waverider, que atingiu a marca de 5,1 vezes a velocidade do som (exatos 6.242 km/h), mas seu voo de exibição durou apenas 3,5 minutos e o avião não-tripulado caiu no mar por falta de combustível.
Fonte(s): Todos a Bordo