Se você fosse fazer um exercício de futurologia, conseguira apontar quais são as novas tecnologias que ajudarão a moldar o futuro? Especialistas em tendências, pesquisadores e cientistas se debruçaram sobre esse tema e chegaram a algumas conclusões.
O resultado foi publicado pelo Fórum Econômico Mundial, e aponta algumas tendências que prometem ser disruptivas nos próximos cinco anos. Todas elas já estão em um estágio relativamente avançado de desenvolvimento, embora as suas aplicações e possibilidades ainda estejam em aberto.
Contudo, são áreas nas quais as grandes indústrias têm investido pesado para obter melhorias.
Não é segredo para ninguém que a realidade aumentada é tratada por muitas indústrias como a “bola da vez”. Entretanto, enquanto os fabricantes tentam popularizar a ideia, tornando a realidade aumentada algo mais acessível nos smartphones, há desenvolvedores buscando aplicações para ela que vão muito além do simples entretenimento, como vemos em games do estilo Pokémon Go.
A expectativa agora é que por meio da realidade aumentada seja possível visualizar os tecidos abaixo da pele de um paciente, por exemplo. Isso daria aos médicos uma precisão maior em cirurgias ou mesmo em procedimentos de análise. Outra possibilidade é a utilização da tecnologia para viagens holográficas guiadas em grandes museus.
E se fosse possível produzir carne sem a necessidade de sacrificar animais? Há pelo menos quatro startups que atraíram muitos investimentos para pesquisas que visam desenvolver a chamada “carne de laboratório”. Os testes, no entanto, esbarram ainda na falta de sabor de comparado aos originais.
Carne bovina, frango e pato fazem parte das primeiras experiências. Até o momento, já foi possível obter “carnes” com os mesmos elementos nutricionais, texturas e aspectos similares. No entanto, na hora de saborear a comida, o nosso paladar ainda sente as diferenças, mas especialistas garantem que é questão de tempo até que esse problema seja resolvido.
Imagine a possibilidade de ter uma central de dispensação de medicamentos implantada em seu corpo. Essa é uma das ideias que vem sendo debatidas pela indústria farmacêutica e que pode mudar a maneira como são tratados os pacientes que necessitam de remédios de uso continuo.
A ideia é a seguinte: em vez de ter que lembrar a hora de tomar um remédio, uma espécie de dispensador se encarregaria de liberá-lo na corrente sanguínea na hora certa.
Para isso, é preciso fazer um implante desse dispensador no organismo. No passado, esse “corpo estranho” era visto pelo organismo como algo a ser repelido, mas hoje já há tecnologia para que ele funcione sem ser rejeitado pelo sistema imunológico. Diabetes, câncer e tuberculose são algumas das doenças que podem ser melhor combatidas utilizando-se essa metodologia.
Esse é um dos temas que mais geram debates entre os especialistas, em razão das múltiplas questões éticas envolvidas. Entretanto, já existe a possibilidade de modificar genes, permitindo a inserção de material genético em pontos específicos dos cromossomos. A expectativa é que com isso seja possível combater doenças e eliminar pragas.
O grande problema é que essa possibilidade pode ser aplicada não apenas ao material genético de insetos, mas também de seres humanos. A maioria dos países proíbe pesquisas como essas, mas legislações mais permissivas podem abrir precedentes perigosos. Quando se trata o DNA como uma espécie de software, então abre-se a possibilidade de que ele seja “reprogramado”.
E se nem mesmo os medicamentos fossem necessários para o tratamento de doenças? Há pesquisadores que defendem ser possível obter bons resultados por meio de um tratamento à base de impulsos elétricos. Segundo eles, intervenções no nervo vago, o sistema que envia sinais do cérebro para grande parte dos órgãos, tem potencial para regular o sistema imunológico.
Doenças como epilepsia, depressão, enxaqueca, obesidade e artrite reumatoide estão entre aquelas que podem ser combatidas. Os primeiros testes, especialmente com as duas primeiras doenças, se mostraram muito promissores e a expectativa agora é de ampliar as possibilidades e solidificar as informações para que seja possível oferecer esse tipo de tratamento em médio prazo.