Se você acompanha sites de tecnologia e publicações científicas, certamente já deve ter lido por aí sobre a tal da “internet quântica”. Mas você sabe o que é internet quântica ou qual é a proposta por trás dessa ideia?
Entender o funcionamento dessa tecnologia em detalhes não é uma tarefa simples. Porém, de forma acessível, vamos explicar os mecanismos por trás dessa ideia que é apontada por muitos especialistas como o futuro da internet. Todavia, apesar de os avanços científicos serem constantes, ainda estamos um pouco distantes do dia em que a internet quântica será uma realidade para a maioria das pessoas.
Podemos traduzir a internet quântica como uma tecnologia na qual várias partes – os quantum – enviam informações umas para as outras por meio de sinais quânticos. Os primeiros testes começaram há cerca de um ano, quando o primeiro satélite quântico foi lançado. Desde então os experimentos vêm sendo conduzidos por uma equipe de físicos chineses.
A forma de transmissão das informações é o grande diferencial. Ao invés das tradicionais ondas de rádio, o sistema criado por chineses utiliza fótons delicados de luz infravermelha para enviar e receber informações. Essa forma de transmissão pode ser considerada muito mais segura se comparada a qualquer tipo de sistema já criado até então.
Por suas características, ela está menos vulnerável a ataques de hackers, e muitos consideram até mesmo que a internet quântica, uma vez que atinja escala comercial global, poderá ser uma reinvenção da internet. Os resultados dos primeiros testes foram publicados na renomada revista Science and Nature.
Vamos pegar como exemplo a internet atual que utilizamos. Nela, os dados são transformados em bits (ou seja, são sempre iguais a 0 ou 1). Isso coloca um determinado limite na quantidade de informações que pode ser transportada. No caso da internet quântica, esses mesmos bits podem ser superpostos, ou seja, podem ser valores que são parcialmente 0 e 1 ao mesmo tempo. A isso se dá o nome de nome qubits.
Assim, com maiores possibilidades de transmissão, em tese passa a ser possível fazer cálculos mais poderosos graças à amarração de qubits. Eles são tratados como unidades matemáticas únicas e, sendo únicos, não podem ser copiados. É justamente aí que reside uma das maiores expectativas por parte dos especialistas.
Isso significa que se alguém tentar copiar os dados, imediatamente a base central poderia detectar, uma vez que cópias não são permitidas. Assim, a segurança, ao menos frente aos meios que conhecemos hoje, seria total.
Apesar disso, é preciso ter cautela. Mesmo o artigo deixa claro que os estudos relacionados a essa tecnologia ainda estão em fase embrionária de pesquisa e, por essa razão, o real potencial ainda é incerto.
Contudo, teorias não faltam especulando as suas possibilidades. Segundo os estudos iniciais, será possível melhorar as redes de telescópios, aprimorar sensores e até mesmo desfrutar do poder de um processador quântico através da computação na nuvem.
Poucos países iniciaram pesquisas dessa tecnologia: China, Holanda, Austrália e Estados Unidos são alguns deles. Para se testar a internet quântica são necessários investimentos altos e, por essa razão, o campo de estudos ainda é restrito a poucas universidades.
Com a divulgação dos primeiros resultados, os pesquisadores esperam chamar a atenção do potencial da internet quântica e, com isso, atrair mais investimentos para seguir os estudos.
Para que testes mais eficientes sejam realizados, comprovando algumas ideias que até o presente momento estão apenas no campo teórico, ainda deve levar mais alguns anos. Até lá, a expectativa é que mais países possam encampar essa ideia, ajudando assim a acelerar o processo de pesquisa e desenvolvimento daquele que pode ser o futuro da internet.