Famosos por provavelmente terem acabado com os dinossauros e “vilões” de diversas obras de ficção sobre o fim do mundo, os cometas geram fascínio naqueles que estudam o universo. Nesse sentido, um brasileiro entrou para a história ao descobrir o maior que se tem conhecimento.
Formado em astronomia pela USP, Pedro Bernadinelli, juntamente com o seu orientador de doutorado, Gary Bernstein, identificaram o corpo celeste em 2014. Com o nome oficial de C/2014 UN271, o cometa recebeu os sobrenomes dos seus descobridores como apelido, sendo conhecido como Bernardinelli-Bernstein.
Para se ter uma ideia, o cometa possui um diâmetro de aproximadamente 128 quilômetros, superando em mais de 30 quilômetros o C/2002 VQ94, que detinha o posto de maior cometa já identificado até então.
Por incrível que pareça, Pedro e seu orientador não usaram um telescópio para identificar o comenta. Ao invés disso, ele foi descoberto ao serem analisados arquivos do Dark Energy Survey – mapeamento que estuda a energia escura. Parece um termo de ficção ou quadrinhos, mas energia escura é o nome dado para definir uma forma hipotética de energia predominante no universo, responsável pela sua expansão.
Porém somente após sete anos foi possível confirmar que o Bernardinelli-Bernstein era realmente um cometa, graças ao Hubble. Esse tempo foi necessário porque a distância e a poeira em volta do cometa dificultavam a sua identificação.
Graças a Man-To Hui, da Universidade de Macau, foi possível identificar o corpo celeste. Ele precisou desenvolver um modelo de computador capaz de detectar a crina do cometa, colocando as imagens em um telescópio. Com isso, seu brilho foi subtraído, ficando em evidência apenas o seu núcleo.
O cometa é tão grande que os astrônomos chegaram a cogitar que ele seria na verdade um planeta anão. Nesse sentido, dá para dizer que de pequeno ele não tem nada. Seu núcleo é cerca de 50 vezes maior do que o visto na maioria desses corpos celestes, tendo uma massa de aproximadamente 500 trilhões de toneladas.
Pedro comenta que ficou surpreso com o prestígio dado pela comunidade científica quando sua descoberta foi finalmente comprovada, conforme destacado pelo National Geographic Brasil. Sem dúvidas, o feito do pesquisador é motivo de orgulho não somente para a astronomia brasileira, mas para o país como um todo. Fazendo jus ao famoso ditado, dá para dizer que o maior cometa do universo “é nosso”.
O Bernardinelli-Bernstein está se aproximando cada vez mais do nosso sistema celular, com os astrônomos acreditando que ele alcançará a distância mais próxima do Sol em janeiro de 2031.
Menor distância entre aspas, é preciso ressaltar. Projeções apontam que o cometa ficará a “apenas” 1,6 bilhão de quilômetros da estrela que ilumina o nosso planeta – distância semelhante à que Saturno possui do Sol. Após isso, ele começará seu retorno aos limites externos do nosso sistema solar – pode ficar tranquilo, não há risco de colisão com o nosso planeta.
Pelo contrário, o fato do Bernardinelli-Bernstein estar se aproximando do planeta terra é algo bom, pois será possível obter mais informações sobre ele, e com isso, saber como corpos espaciais tão grandes se comportam. Estima-se que ele ficará visível pelo menos até a década de 2040.
Vale destacar que os cometas são cobertos de gelo. A depender da quantidade de gás emitido à medida que os raios do Sol evaporarem esse gelo, o Bernardinelli-Bernstein poderá ficar tão brilhante para nós quanto Titã, a maior lua de Saturno. Caso isso ocorra, será possível observar o cometa através de um telescópio comum em 2031.
Portanto, você tem alguns anos ainda para investir em um bom equipamento caso seja um fascinado por astronomia e pelos mistérios do espaço. Enquanto o Bernardinelli-Bernstein não aparece por aqui, que tal acompanhar os demais conteúdos do nosso blog? Temos diversas matérias incríveis sobre tudo o que está acontecendo no mundo planeta e no nosso universo. Clique aqui e descubra!
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