Você já ouviu falar na expressão QUIC? O QUIC é o mais protocolo de comunicação criado para permitir mais rapidez na transferência de dados, além de proporcionar maior segurança na proteção das informações que circulam na rede.
Desenvolvido pelo Google, o QUIC teve a sua adoção ratificada pela IETF (Internet Engineering Task Force), o órgão responsável pela coordenação e pela implantação desse tipo de protocolo.
Também conhecido como HTTP/3, o novo recurso promete ainda aplicar criptografia aos dados transmitidos, dificultando a interceptação.
®GIPHY
A web trabalha com diferentes protocolos de comunicação. Dois deles são o TCP e o UDP, cada um com suas particularidades, vantagens e desvantagens.
TCP: o TCP é escolhido quando uma comunicação mais confiável é necessária, já que ele possui um sistema de controle de erros para garantir que os pacotes não se percam no meio do caminho.
Para isso, o pacote de dados é disparado da origem para o destino e precisa voltar. Se tudo estiver ok, o contato é estabelecido. Isso é muito bom em termos de confiança, mas não muito legal em termos de velocidade — já que passos adicionais são necessários. O caminho fica ainda mais longo quando uma camada de proteção (criptográfia) é adicionada.
UDP: o UDP é mais rápido porque ignora os passos extras de verificação de integridade de pacotes, ou seja, ele dispara e presume que tudo correu bem. Caso algo não tenha chegado, ele manda novamente. Por isso, é bem mais rápido que o TCP, mas está sujeito a mais problemas na transmissão.
E é aí que entra a nova solução da Google, o QUIC: a sigla vem de Quick UDP Internet Connections. O novo protocolo tem a intenção de combinar os recursos do HTTP/2, TCP, UDP e TLS (criptografia), entre outras.
A ideia é basicamente unir os benefícios do TCP com a velocidade do UDP, já que o QUIC pode negociar os parâmetros de comunicação (inclusive de segurança) mais rapidamente.
Embora tenha sido oficializada apenas um outubro deste ano como parte das especificações do HTTP/3, o QUIC já é utilizado em diversas regiões do mundo. Números divulgados pelo W3Techs indicam que 1,2% dos 10 milhões de sites mais populares do mundo – aproximadamente 120 mil sites – já utilizam essa tecnologia.
A versão mais comum em uso na internet atualmente é a HTTP/2, composta pelo conjunto UDP + TCP. Estima-se que 31,2% desses sites adotem essa tecnologia atualmente – o que equivalem a aproximadamente 3,1 milhões de páginas populares. Vale lembrar que na base do HTTP/2 está a tecnologia SPDY, também criada pelo Google.
De acordo com Mark Nottingham, membro do conselho tanto do grupo de trabalho de HTTP quanto do grupo de trabalho de QUIC da IETF, foi aceita ainda uma proposta para mudar o nome HTTP-over-QUIC para HTTP/3, de forma que esse é o termo que indicará a partir de agora esse protocolo de conexão.
Mais velocidade e segurança para todos os sites nos próximos anos. Legal, não é?
Fonte(s): ZDNet