Pinguin, mascote do Linux, com circuitos tecnológicos presos em sua barriguinha.

Tudo o que você precisa saber sobre o sistema operacional Linux

O Linux é um termo usado para classificar um kernel utilizado em diversos sistemas operacionais. Porém, ao lado do Windows e do Android, ele também é classificado como um dos sistemas operacionais mais utilizados no mundo.

Pinguins andando em grupo com as asas abertas.

Conhecido por ser adotado amplamente em servidores, ele também pode ser utilizado por usuários finais em seus computadores pessoais, como muitos notebooks Positivo.

Por isso, a seguir vamos falar mais sobre o que é o Linux, como ele funciona, suas versões, benefícios, desvantagens e como instalar o SO.

O que é Linux?

O Linux, assim como o Windows e o Android, é um sistema operacional baseado em Unix criado para desktops, servidores, smartphones, tablets e outros dispositivos. Ao contrário de seus concorrentes mais famosos, o Linux não foi desenvolvido para fins comerciais em um primeiro momento. Ele é um software de código aberto, o que significa que qualquer pessoa pode criar, modificar e distribuir aplicativos para ele.

A parte fundamental do SO é o seu kernel: um software que faz a comunicação de outros programas com o hardware do computador. Para funcionar, o kernel Linux precisa de aplicativos e bibliotecas específicas. Essa arquitetura permite ao usuário escolher entre diversos aplicativos para realizar a mesma função, como editores de texto, interfaces gráficas ou prompts de comando.

Uma breve história do Linux

O Linux foi criado em 1991 pelo programador finlandês Linus Torvalds. Na época, ele era um estudante de Ciência da Computação que buscava criar um sistema operacional mais completo que o Minix, um outro sistema baseado em Unix. 

O projeto GNU, iniciado por Richard Stallman em 1984, já havia desenvolvido a maior parte dos programas essenciais para um sistema operacional, mas faltava um kernel livre. A junção do kernel Linux com as ferramentas GNU resultou no sistema operacional GNU/Linux.

Linus Torvalds, criador do Linux, sentado em uma cadeira em frente a um computador.
Linus Torvalds, criador do Linux.

Distribuições Linux

Uma distribuição Linux é um sistema operacional completo que inclui o kernel Linux, ferramentas GNU, software adicional, documentações, uma interface gráfica, um sistema de janelas e um gerenciador de desktop. Existem centenas de distribuições, cada uma voltada para diferentes tipos de usuários e propósitos.

Distribuições mais populares:

  • Ubuntu: voltada para iniciantes e usuários domésticos. Possui uma interface amigável e fácil de usar.
  • Fedora: conhecida por incorporar as últimas tecnologias e ser utilizada por desenvolvedores.
  • Debian: uma das distribuições mais antigas, conhecida por sua estabilidade e grande comunidade de desenvolvedores.
  • OpenSUSE: focada em oferecer um sistema robusto e flexível, é popular entre administradores de sistemas.
  • Red Hat Enterprise Linux (RHEL): utilizada em ambientes corporativos e servidores, conhecida por seu suporte e estabilidade.

Cada distribuição tem suas próprias características e é mantida por comunidades de usuários ou empresas que fornecem atualizações de software e correções de problemas.

Quanto custa o Linux?

As distribuições sistema operacional geralmente são gratuitas e podem ser baixadas diretamente dos sites das mantenedoras. Elas são disponibilizadas em arquivos ISO, que podem ser gravados em DVDs ou pendrives para instalação. Cada distribuição possui um sistema de atualização diferente, que deve ser utilizado para garantir que o sistema esteja sempre com as versões mais recentes dos softwares.

🐧 Veja também: Como fazer um dual boot com Windows e Linux

Diferenciais e recursos do Linux

O Linux se destaca por várias razões:

Código aberto e gratuito: ele é gratuito para download e uso, e seu código-fonte está disponível para que qualquer pessoa possa modificar e redistribuir. Isso promove inovação e colaboração global.

Personalização: o Linux permite uma personalização extrema, desde a escolha da interface gráfica até a seleção de softwares e configurações específicas para atender às necessidades do usuário.

Comunidade ativa: a comunidade Linux é vasta e ativa, oferecendo suporte e compartilhando conhecimento através de fóruns, tutoriais e eventos. Isso facilita a resolução de problemas e o aprendizado contínuo.

Estabilidade e desempenho: o Linux é conhecido por sua estabilidade e capacidade de operar por longos períodos sem a necessidade de reinicializações. É eficiente em termos de recursos, tornando-se uma escolha ideal para servidores e ambientes de alta performance.

Compatibilidade com software livre: o Linux é altamente compatível com uma vasta gama de softwares livres, oferecendo alternativas poderosas e gratuitas a muitos programas proprietários.

O que são os desktops Linux?

No contexto do Linux, “desktops” referem-se às interfaces gráficas de usuário (GUIs) que permitem aos usuários interagir com o sistema operacional de forma visual, utilizando janelas, ícones, menus e outras ferramentas gráficas, em vez de linhas de comando. 

Isso torna o sistema operacional mais acessível para usuários que não têm conhecimento técnico avançado. Abaixo, listamos algumas das interfaces gráficas mais populares no SO:

  • Gnome: focado em simplicidade e facilidade de uso, o Gnome oferece uma experiência de usuário limpa e intuitiva. Ele é conhecido por seu design moderno e minimalista, tornando-o uma escolha popular para novos usuários de Linux.
  • KDE (K Desktop Environment): oferece uma interface altamente personalizável com várias opções de configuração. Ideal para usuários que gostam de personalizar cada aspecto do seu ambiente de trabalho. A versão mais recente, KDE Plasma, é leve e eficiente.
  • Cinnamon: desenvolvido originalmente para o Linux Mint, o Cinnamon é conhecido por sua interface tradicional que lembra o Windows. É uma ótima escolha para usuários que estão migrando do Windows para o Linux e preferem um ambiente familiar.
  • Xfce: projetado para ser leve e rápido, Xfce é uma excelente opção para computadores com hardware mais antigo ou limitado. Oferece uma interface simples e fácil de usar, sem consumir muitos recursos do sistema.
  • Mate: uma continuação do Gnome 2, o Mate oferece uma experiência clássica e estável, sendo uma boa escolha para usuários que preferem um ambiente de trabalho tradicional.

Sistema de Arquivos

O sistema de arquivos no Linux organiza e armazena dados em discos rígidos, SSDs e outros dispositivos de armazenamento. Diferente do Windows, que utiliza sistemas de arquivos como NTFS e FAT32, o Linux suporta uma variedade de sistemas de arquivos, cada um com suas próprias características e benefícios.

  • Ext4 (Fourth Extended Filesystem): é o sistema de arquivos mais comum em distribuições Linux modernas. Ele oferece alta performance, grande capacidade de armazenamento e recursos avançados como suporte a volumes grandes e journaling, que ajuda a prevenir corrupção de dados.
  • Btrfs (B-tree Filesystem): conhecido por sua capacidade de snapshots e subvolumes, o Btrfs é ideal para sistemas que precisam de backup e restauração frequentes. Ele também oferece suporte a RAID e compressão de dados.
  • XFS: este sistema de arquivos é conhecido por sua alta performance em sistemas que lidam com grandes volumes de dados. É frequentemente usado em servidores e ambientes de armazenamento de alta capacidade.
  • ZFS (Zettabyte File System): originalmente desenvolvido pela Sun Microsystems, o ZFS oferece recursos avançados como snapshots, verificação de integridade de dados e suporte a grandes quantidades de armazenamento. É ideal para servidores e sistemas de backup.

Gerenciamento de Pacotes

Neste sistema operacional, o gerenciamento de pacotes é um aspecto crucial que facilita a instalação, atualização e remoção de software. As distribuições Linux usam sistemas de gerenciamento de pacotes específicos para gerenciar software de forma eficiente.

  • APT (Advanced Package Tool): utilizado principalmente pelo Debian e suas derivadas como Ubuntu. O APT facilita a instalação, atualização e remoção de pacotes através de comandos simples como apt-get e apt-cache.
  • Yum (Yellowdog Updater, Modified) e DNF (Dandified Yum): usados pelo Fedora, CentOS e Red Hat Enterprise Linux. O DNF é a versão mais moderna, substituindo o Yum com melhorias em performance e recursos.
  • Pacman: gerenciador de pacotes utilizado pelo Arch Linux. É conhecido por sua simplicidade e velocidade, utilizando comandos como pacman -S para instalar pacotes e pacman -R para removê-los.
  • Zypper: utilizado pelo openSUSE, o Zypper oferece uma interface de linha de comando robusta para gerenciamento de pacotes, incluindo instalação, atualização e resolução de dependências.

Gerenciamento de Contas e Permissões

O gerenciamento de contas e permissões no Linux é fundamental para manter a segurança e a organização do sistema. Cada usuário no Linux possui uma conta com um conjunto específico de permissões que determinam o que ele pode ou não fazer.

  • Usuários e Grupos: todo usuário pertence a um ou mais grupos. As permissões de arquivo no Linux são definidas para o proprietário do arquivo, o grupo e outros usuários. Comandos como useradd, usermod e groupadd são utilizados para gerenciar usuários e grupos.
  • Permissões de Arquivos: o sistema de permissões no Linux é baseado em leitura (r), escrita (w) e execução (x). As permissões podem ser visualizadas e modificadas utilizando comandos como chmod, chown e chgrp.
  • Sudo: o comando sudo permite que usuários executem comandos com permissões elevadas, geralmente de administrador. Isso é crucial para tarefas que requerem acesso root sem a necessidade de logar diretamente como root.

Configuração e Serviços de Rede

A configuração de rede no Linux envolve a gestão de interfaces de rede, configurações de IP e serviços de rede para assegurar que o sistema possa comunicar-se eficientemente com outros dispositivos e redes.

  • Interfaces de Rede: as interfaces de rede podem ser configuradas manualmente ou através de ferramentas de rede como ifconfig, ip e nmcli (NetworkManager Command Line Interface).
  • Configuração de IP: endereços IP podem ser configurados estaticamente ou dinamicamente usando DHCP. Arquivos de configuração, como /etc/network/interfaces no Debian ou /etc/sysconfig/network-scripts/ no Red Hat, são usados para definir essas configurações.
  • Serviços de Rede: serviços como SSH, FTP, HTTP e DNS são comuns em servidores Linux. Estes serviços são gerenciados através de arquivos de configuração e podem ser controlados utilizando comandos como systemctl para iniciar, parar e reiniciar serviços.
  • Firewall: ferramentas como iptables e firewalld são usadas para configurar regras de firewall, controlando o tráfego de rede para e do sistema Linux.

Quatro benefícios de usar o Linux

1. Segurança

Um dos grandes benefícios do Linux é a segurança. A maioria dos vírus e malwares são desenvolvidos para Windows, tornando o Linux uma opção mais segura. Além disso, a comunidade Linux é rápida em corrigir falhas de segurança, como demonstrado com a vulnerabilidade Shellshock em 2014.

2. Custo

O Linux é gratuito, o que elimina a necessidade de adquirir licenças de uso, como é o caso do Windows e do macOS. Isso é especialmente vantajoso para empresas e usuários que precisam reduzir custos.

3. Flexibilidade e personalização

O Linux permite uma grande flexibilidade e customização. Os usuários podem escolher entre diversas interfaces gráficas e aplicativos, ajustando o sistema conforme suas necessidades. Isso é particularmente útil para usuários avançados e programadores.

4. Desempenho

O Linux pode ser executado em uma ampla variedade de hardware, desde máquinas antigas até supercomputadores. Isso permite que usuários aproveitem ao máximo o desempenho de seus dispositivos, mesmo em equipamentos mais modestos.

🧐 Vale a pena conferir: Linux ou Windows: compare os recursos dos sistemas para PC

Mas então quais são as desvantagens do Linux?

Compatibilidade de software

Uma das formas de classificar como desvantagem para alguns usuários é a compatibilidade de software. Muitos programas populares no Windows, como a suíte Adobe e alguns jogos, não possuem versões nativas para Linux. No entanto, existem alternativas e métodos para contornar essas limitações, como o uso do Wine ou máquinas virtuais.

Curva de aprendizado

Embora distribuições como o Ubuntu facilitem o uso do Linux para iniciantes, ainda pode haver uma curva de aprendizado, especialmente para aqueles que não estão familiarizados com a linha de comando.

Como instalar o Linux

Instalar o Linux é um processo relativamente simples. Primeiro, é necessário baixar o arquivo ISO da distribuição desejada e gravá-lo em um DVD ou pendrive. Em seguida, o computador deve ser inicializado a partir desse dispositivo para iniciar a instalação. 

A maioria das distribuições, como o Ubuntu, permite que o Linux seja testado sem instalação, o que é uma ótima maneira de experimentar o sistema antes de fazer a mudança definitiva.

Dual Boot

Para aqueles que desejam manter o Windows e o Linux no mesmo computador, é possível configurar um sistema de dual boot. Isso permite escolher qual sistema operacional iniciar durante a inicialização do computador. Para isso, é necessário particionar o disco rígido e instalar cada sistema em uma partição separada.

Especificações de hardware

Uma das grandes vantagens do Linux é sua capacidade de rodar em uma ampla variedade de hardware. Isso inclui:

  • Computadores antigos: o Linux pode ser instalado em computadores mais antigos que não são capazes de rodar as versões mais recentes do Windows ou macOS. Existem distribuições leves, como Lubuntu e Xfce, que são ideais para hardware com recursos limitados.
  • Supercomputadores: muitos dos supercomputadores mais poderosos do mundo rodam Linux devido à sua flexibilidade, desempenho e capacidade de personalização.
  • Dispositivos embarcados: o Linux é amplamente utilizado em dispositivos embarcados, como roteadores, televisores e sistemas de automação industrial.
  • Servidores: devido à sua estabilidade e segurança, o Linux é a escolha preferida para servidores, incluindo aqueles que alimentam a maioria dos sites e serviços da internet.

Conclusão

O Linux é um sistema operacional poderoso e flexível que oferece uma alternativa viável aos sistemas proprietários. Com suas inúmeras distribuições, o Linux pode ser adaptado para uma ampla variedade de usos, desde servidores e dispositivos embarcados até computadores pessoais. 

Embora tenha algumas desvantagens, como a compatibilidade de software e a curva de aprendizado, seus benefícios em termos de segurança, custo e desempenho fazem dele uma opção atraente para muitos usuários.

Se você está considerando migrar para o Linux, experimente uma das distribuições populares e descubra tudo o que este sistema operacional tem a oferecer. Para mais artigos completos sobre tecnologia, sistema operacional, software e mundo digital, acompanhe o blog Positivo Do Seu Jeito.

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