A governança de TI tirou as tecnologias e os profissionais de informática dos bastidores da cena empresarial para colocá-los na vitrine da estratégia corporativa.
Se considerarmos que ficar na linha de frente da estratégia organizacional não é uma tarefa para amadores, veremos que, agora — mais do que em outras épocas —, aprender coisas novas na área de Tecnologia da Informação não é uma opção, mas uma obrigação cotidiana.
Quer aprender boas lições de governança de TI? Então, mantenha os seus olhos focados neste post.
O que é governança de TI?
A governança de TI é um conjunto de práticas necessárias para alinhar os recursos de TI — hardware, software e equipe técnica — à estratégia do negócio, visando a aumentar a sua competitividade a partir da melhoria dos processos e da qualidade das informações geradas.
Hoje em dia, todos os processos empresariais são permeados pelas ferramentas tecnológicas de TI para a sua operacionalização e a medição de seus resultados. Por isso, a governança de TI é indispensável para gerenciar, controlar e garantir a qualidade dos processos de geração de produtos e serviços.
Quais são os pilares da governança de TI?
A governança de TI tem cinco pilares essenciais:
- alinhamento estratégico — a TI tem que contribuir para o alcance dos objetivos estratégicos da empresa;
- geração de valor — os recursos de TI precisam facilitar a geração de valor pelos processos de negócios e a entrega ao cliente;
- gestão de riscos — a infraestrutura de TI deve bloquear os riscos de perdas de dados e informações e assegurar a continuidade do negócio frente a eventos adversos;
- gestão de recursos — devem existir programas de manutenção, renovação e melhoria contínua dos recursos de TI;
- medição de resultados — os dados que fluem nos hardwares e softwares empresariais devem ser mensurados para gerar informações de suporte para o processo decisório.
Qual é o impacto da governança de TI quando bem implementada?
Ao analisar os pilares da governança de TI, já dá para se ter uma boa ideia dos ganhos que você pode receber de retorno. Mas como eles influenciam o sucesso de um negócio?
O foco em otimização, inteligência e eficiência é a chave para a lista de vantagens que podemos apresentar. Confira.
Automação de processos
A governança de TI permite uma gestão mais inteligente de ativos e recursos tecnológicos dentro de um contexto que liga diretamente tarefas a soluções.
Uma empresa que investe nessa relação consegue redesenhar seu workflow para automatizar ao máximo sua rotina produtiva. A simplificação de processos, afinal, não é apenas um caminho para reduzir a carga de trabalho dos colaboradores. Ela é, em si, uma estratégia para melhorar a entrega de um produto/serviço ou o atendimento ao cliente.
O chatbot é um exemplo de como a governança de TI vai muito além da manutenção de um sistema. A ferramenta de contato automatizado é simples de ser implementada, não exige muita operação e tem um retorno enorme na agilidade do relacionamento com o consumidor.
Se essa é uma necessidade para o negócio, a governança identifica e aponta quando e como automatizar uma área-chave para o sucesso. É um bom exemplo de que mesmo pequenos atos de gestão inteligente podem trazer grandes resultados.
Redução de custos
Se o foco da governança é buscar eficiência e qualidade em sua forma mais otimizada possível, não dá para subestimar sua capacidade em reduzir custos.
O papel de profissionais atuando nessa nova TI é encontrar soluções que tragam mais retorno e abracem o máximo das demandas necessárias da empresa.
Isso é importante na contratação de serviços para melhorar a produtividade, no investimento em hardware e no treinamento de profissionais para que usem esses ativos da melhor forma possível.
A governança de TI dá a seus gestores uma noção completa de demandas e a busca por ofertas que atendam o negócio da melhor maneira possível.
Nesse sentido, as soluções como serviço, tanto de software quanto de hardware, podem ser grandes aliadas da aproximação entre a TI e outras diretorias.
Segurança da informação
Hoje, a segurança está no centro das estratégias de TI de qualquer negócio, não importa o seu tamanho. Dados têm valor demais para ser relegados.
A falta de controle sobre eles leva a desperdício de oportunidades de quem não os utiliza e a criminosos virtuais que buscam lucrar com a falta de atenção de TIs despreparadas.
Uma governança de TI bem implementada diminui muito esses riscos exatamente por dar essa visão mais completa sobre o sistema: como dados estão estruturados e armazenados, como são utilizados, quem tem acesso a eles.
Não há empresa invulnerável, mas existem infraestruturas bem dimensionadas, monitoradas e alinhadas aos objetivos do negócio, que conseguem evitar a maioria dos ataques e identificar rapidamente aqueles que são inevitáveis.
Flexibilidade de atuação
A governança de TI deve ser enxergada, também, como uma forma de preparar a empresa para agir rápido e se adaptar a novas demandas no futuro.
Ela tem que funcionar a favor do negócio, para que ele tenha a agilidade necessária e conquiste seu espaço perante novas oportunidades sem deixar de fazer o monitoramento.
Esse equilíbrio entre velocidade e controle é fundamental — principalmente com relação à segurança e à qualidade da entrega do produto criado.
Soluções mais estratégicas
O resultado natural da proximidade da TI com o resto do negócio é um foco em busca de soluções. A governança mapeia desafios e oportunidades a fim de resolver esses eventos, além de propor os caminhos mais eficientes e de maior retorno para evoluir o empreendimento como um todo.
Assim, o departamento tecnológico passa a ter um novo papel: com foco maior em estratégia, mas sem perder de vista a operação. Metodologias cada vez mais famosas, como o DevOps, demonstram como essa transformação dá muito certo nas empresas que a implementam.
Mais competitividade
Veja tudo o que listamos até aqui: mais eficiência; automação, para liberar os colaboradores de tarefas repetitivas e mecânicas; segurança da informação; redução de custo; implementação de soluções estratégicas.
É impossível olhar para tudo isso e não pensar que o grande impacto da governança de TI ocorre na competitividade do negócio perante seus concorrentes.
Quem investe nessa relação próxima entre objetivos de mercado e tecnologia tem uma empresa que trabalha com mais velocidade e menos recursos, para uma entrega de mais qualidade. É uma característica imbatível para o sucesso.
Como implementar governança de TI da maneira certa na empresa?
Para implementar e manter um plano de controle focado na governança de TI na prática do dia a dia, siga estas 6 lições!
1. Defina os SLAs de forma racional
O SLA (Service Level Agreement, ou acordo de nível de serviço) é um importante instrumento de governança de TI que estabelece prazos para solução de bugs em softwares, paradas em hardware e em serviços de TI — tais como internet e acesso remoto — ou outras ocorrências que comprometam o funcionamento da infraestrutura de informática.
O acordo de nível de serviço deve ser estabelecido de forma racional, para que não gere atropelos nos atendimentos de TI. Ele pode ser incrementado periodicamente, a partir das melhorias processuais que forem implementadas com a governança de TI.
2. Pense na satisfação de todos os stakeholders
Os stakeholders de um negócio são todas as partes interessadas em seus resultados — sócios ou acionistas, clientes, colaboradores, fornecedores, governo etc.
Os recursos de informática devem promover o atendimento às necessidades de cada um desses grupos, conforme diretrizes de governança de TI.
3. Alinhe a TI com a estratégia empresarial
Geralmente, as estratégias do negócio são estabelecidas pelo CEO (Chief Executive Officer, ou diretor executivo) em conjunto com outros stakeholders, respeitando a cultura da corporação.
Para que a TI gere bons resultados, as práticas de governança devem promover o seu alinhamento a essas estratégias e a sua valorização na cultura organizacional.
4. Escolha uma framework de governança de TI
Uma framework de governança de TI é uma estrutura de controles que estabelece as melhores práticas para garantir que a TI vá gerar resultados alinhados à estratégia organizacional. Dentre as principais frameworks aplicadas, destacamos, abaixo, algumas das mais importantes.
Cobit (Control Objectives for Information and Related Technology)
Essa é uma das frameworks mais adotadas no mercado quando o assunto é governança de TI. Ela estabelece diretrizes para o planejamento e a organização de recursos de TI, de modo que:
- haja eficácia nos investimentos em equipamentos e aplicativos;
- sejam otimizados os níveis de qualidade e segurança da informação;
- exista eficiência e efetividade nos processos de entrega e suporte de serviços de informática, que passam a ser monitorados e controlados sistematicamente, seguindo métricas confiáveis.
ITIL (Information Technology Infrastructure Library)
Essa framework facilita o alinhamento dos serviços de TI com os objetivos do negócio, implementando boas práticas de gestão, que resultam em:
- melhorias na determinação da estratégia de ação de TI;
- maior controle na condução de mudanças;
- escolhas mais acertadas de soluções tecnológicas;
- aumento da eficácia da entrega de serviços, impactando diretamente a satisfação dos clientes internos e externos da organização.
PMBOK (Project Management Body of Knowledge)
Essa framework auxilia os profissionais de TI na melhoria do gerenciamento de projetos da área, para que possam ser cumpridos os marcos e prazos definidos e o seu custo-benefício seja favorável à organização. Aplicar as boas práticas do PMBOK resulta em:
- melhoria da qualidade dos projetos de TI;
- redução de custos;
- efetiva gestão de risco;
- eficiência na gestão do capital humano da área de TI;
- fluxo de comunicação eficaz.
Escolha a framework mais adequada para o seu negócio e atinja excelentes resultados.
5. Defina métricas de desempenho
As métricas de desempenho são fundamentais para saber se a estratégia do negócio está apropriada ao contexto empresarial. Com a governança de TI, estrutura-se a metodologia de medição de indicadores-chave de desempenho — os famosos KPIs (Key Performance Indicators).
A partir da definição dos KPIs, a equipe de TI deverá viabilizar soluções tecnológicas para apuração dos indicadores em tempo real, de modo a facilitar o processo decisório na organização.
Dentre esses indicadores, devem existir métricas específicas de desempenho dos equipamentos, sistemas/aplicativos e serviços de TI, para que seja possível atuar na sua evolução contínua.
6. Alcance a conformidade legal
As soluções tecnológicas de TI devem facilitar o cumprimento de todos os requisitos legais aplicáveis à organização — e de forma transparente para o usuário dos sistemas e aplicativos.
A legislação brasileira passa por mudanças e atualizações constantemente e, cada vez mais, converge para processos automatizados, que precisam estar em perfeita sincronia no ambiente tecnológico das organizações para evitar autuações e multas pelos órgãos fiscalizadores.
A governança de TI proporciona o planejamento e o controle da conformidade legal da empresa, trazendo tranquilidade para os gestores do negócio.
Quais são os maiores desafios para sua implementação?
Implementar governança de TI é um processo que envolve muita visão de negócio, pesquisa de mercado e planejamento. Porém, essas são áreas em que todo bom profissional de TI sabe atuar.
Por isso, queremos terminar apontando dois desafios que você deve enfrentar e que não têm a ver com contratar a melhor solução ou implementar uma nova tecnologia. É hora de pensar, também, em como transformar as pessoas.
Mudança cultural
Modificar a cultura da empresa não é um esforço direto, como instalar um novo software ou reestruturar uma TI, mas você pode usar as mesmas estratégias da governança para começar.
A resistência a alterações na rotina é enfrentada com treinamentos e capacitação, diálogo aberto entre todos os níveis de atuação e o alinhamento de processos com ajuda da tecnologia.
A integração é uma palavra muito importante. Quando profissionais conseguem enxergar toda a extensão da produção na empresa e seu papel nesse fluxo, estão mais propensos a aprimorar seu trabalho.
Assim, é preciso educar e quebrar barreiras, atuando como líderes atuam de verdade. Para isso, deve-se motivar pessoa por pessoa. Se esse processo é feito em conjunto com a consolidação da governança, a transição para modelos modernos de produtividade é muito mais suave.
Capacidade de inovação
Um erro bastante comum nessa implementação é não levar em conta o quão rapidamente a tecnologia evolui. Governança de TI não é um processo com início, meio e fim, mas uma busca que nunca termina.
Além de soluções tecnológicas e treinamento de pessoal, você passa a ser responsável por continuidade e inovação no negócio.
Mas como esse controle pode se adaptar a tendências, como IoT e trabalho totalmente remoto? Como a governança de dados permite definir caminhos inovadores? Qual é o próximo passo do mercado e como dá-lo antes dos concorrentes?
Quem busca por respostas a essas perguntas tem visão sobre produtividade hoje, mas com os olhos mirando lá na frente. É isso que a governança de TI traz. Uma postura diferente de liderança tecnológica, que assume o poder que ela tem de transformar não só processos, mas estratégias como um todo.
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