Cientistas da Universidade de Alberta, no Canadá, apresentaram no final do mês de julho uma memória mil vezes maior do que os HDs. A novidade vem sendo considerada revolucionária pela indústria especializada, mas até que elas cheguem às mãos dos consumidores ainda existe um longo caminho.
As novas memórias são atômicas e em estado sólido e o resultado delas é a possibilidade de se ter mais memória em um espaço físico menor. Para isso os pesquisadores dedicaram anos de estudo aos avanços do setor de nanotecnologia em escala atômica.
Segundo as informações divulgadas pelos pesquisadores, a nova memória poderia armazenar até 45 milhões de músicas em um espaço cuja superfície é do tamanho de uma moeda de um centavo. Átomos de hidrogênio seriam ainda utilizados para gravar e regravar dados no computador.
A criação de uma memória como essa não foi um trabalho simples. Primeiramente, uma pequena peça de silício foi colocada em um microscópio de tunelamento e, em seguida, recoberta com hidrogênio. Ao final do processo, átomos individuais foram removidos, criando uma memória pequena, estável e densa o suficiente para armazenar grandes quantidades de arquivos.
Os pesquisadores destacaram ainda outro aspecto importante: estudos como esse não são inéditos e já haviam sido tentados anteriormente. Contudo, até então os estudiosos só haviam conseguido fazê-los funcionar em temperaturas frias, o que não ocorre nesse caso.
Roschan Achal, um estudante de doutorado do Departamento de Física da Universidade de Alberta, e um dos principais nomes no projeto, confirmou que os novos chips são mais estáveis e, por essa razão, resistem em temperatura ambiente ou mesmo em condições em que há mais calor.
Embora a tecnologia desenvolvida no Canadá já esteja pronta para ser utilizada, na prática ainda deve levar um bom tempo até que ela ganhe escala industrial e chegue às mãos dos consumidores. Isso porque, segundo Achal, a equipe busca agora tornar essas memórias mais rápidas, aumentando as velocidades de leitura e gravação.
Isso permitiria que essas memórias fossem usadas em situações mais flexíveis. Para isso, os estudos devem continuar e ela não deve estar pronta para ser fabricada industrialmente por pelo menos cinco anos. A expectativa do autor do estudo é que em dez anos, caso haja interesse da indústria e financiamento, os consumidores possam receber as primeiras memórias desse tipo.
Os detalhes técnicos do estudo podem ser lidos na íntegra (em inglês) diretamente no site da Revista Nature.
Fonte(s): Tech Tudo, University Of Alberta e Nature Communications