O governo brasileiro está estudando uma forma de classificação etária no YouTube e outras plataformas de vídeo online. A informação foi publicada pelo jornal O Globo no final do mês de abril e, se houver um consenso, a proposta seria similar ao que já acontece nos conteúdos para televisão, cinema, serviços de streaming como Netflix e jogos de vídeo game.
O assunto veio à tona em um encontro que reuniu representantes do Ministério da Justiça, do Ministério Público, membros da sociedade civil e especialistas do setor. A ideia, segundo a apuração do jornal, é proteger as crianças da exposição a conteúdos nocivos a determinadas faixas etárias, dando um indicativo para os pais e responsáveis sobre a adequação ou não das exibições dos vídeos para as crianças.
Nesse caso, a maior preocupação recai sobre o conteúdo produzido pelos youtubers que, em sua maioria, é consumido por crianças e adolescentes. Contudo, detalhes com relação a como essa classificação etária poderia funcionar ainda são incertos, pois ainda não foi encontrada uma forma ideal de se fazer isso.
O grande empecilho para se adotar uma classificação etária nos vídeos do YouTube é a forma de avaliação. Hoje, os conteúdos que estão submetidos a essa regra passam por uma avaliação da Secretaria Nacional de Justiça. Essa avaliação é realizada por uma equipe multidisciplinar, composta por advogados, professores, psicólogos e especialistas de outras áreas.
Já no caso do YouTube, onde a prerrogativa de publicação do conteúdo cabe aos próprios usuários, seria praticamente impossível adotar o mesmo formato, dado o volume de conteúdo publicado e a necessidade de velocidade nas postagens.
Um novo encontro para o debate desse assunto está em vias de ser agendado. Ele deve ocorrer na Universidade de Brasília, mas não há previsão de quando ele poderá ocorrer. “A ideia é reunir os subsídios para fortalecer a política de Classificação Indicativa no Brasil”, explica Luiz Pontel de Souza, Secretário Nacional de Justiça.
“Quem cria conteúdo para crianças e adolescentes tem uma responsabilidade social”, defende Regina de Assis, doutora em Educação pela Universidade de Harvard. “Os pais precisam ganhar consciência de que ver conteúdo audiovisual na internet não é igual a ver na TV. Não se pode deixar os filhos soltos na rede, nem proibir”, acrescenta o psicanalista Pedro de Santi, também ouvido pela reportagem de O Globo.
Alguns canais adotam políticas como essa, mas não há nenhum tipo de obrigatoriedade ou regra padronizada. Em uma parceria entre o YouTube e a Vevo com gravadoras como Warner, Universal e Sony, os videoclipes musicais produzidos por essas empresas contam com um selo de classificação etária. O acordo foi firmado no Reino Unido em 2014.
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Fonte(s): Info Money