As últimas três décadas marcaram revoluções muito profundas nos processos de produção. Desde a popularização da internet a partir de 1988, as tecnologias avançaram em uma jornada ao ponto de as máquinas trocarem dados e tomarem decisões de forma autônoma. Essas são apenas algumas das tendências tecnológicas que merecem nossa atenção.
Acompanhar as inovações que surgem na indústria e nas corporações é fundamental para ganhar vantagem competitiva no mercado e garantir a sustentabilidade dos negócios.
Pensando nisso, reunimos neste artigo as 10 principais tendências que impactarão os processos das empresas nos próximos anos. Continue a leitura e fique por dentro!
1. Malha de dados, ou Data Fabric
Vivemos em uma era em que os dados se tornaram ativos muito valiosos para as corporações. Esses registros estão alocados em diversos ambientes, desde sistemas de gestão informatizados até aplicativos. Um grande desafio desse fenômeno é a dificuldade de aproveitar esses dados por completo.
Nesse contexto, entra em cena uma das principais tendências tecnológicas que vão fazer muita diferença no futuro: a malha de dados, também conhecida como Data Fabric.
Esse conceito se refere a tecnologias com recursos capazes de reunir e integrar os dados de diferentes fontes e usuários em uma única plataforma. Dessa forma, esses registros ficam facilmente acessíveis a quem precisa.
A Data Fabric utiliza algoritmos desenvolvidos para ler metadados, fazer a análise desse conteúdo e recomendar o que deve ser alterado ou recomendado para os usuários. O objetivo é que o tempo e os recursos humanos necessários para gerenciar esses dados sejam reduzidos e boa parte desse controle seja automatizado pela malha de dados.
2. Plataformas nativas de computação em nuvem
O ambiente corporativo já está habituado à nuvem há muitos anos. Com o passar do tempo, porém, esse modelo de computação já evoluiu bastante e hoje representa bem mais do que uma unidade de armazenamento. Tornaram-se também locais onde os sistemas podem operar.
A tecnologia das plataformas nativas de Cloud-Native surgiu da necessidade técnica de desenvolvedores construírem e manterem aplicativos em sua própria infraestrutura de nuvem.
O intuito é que essas soluções fiquem disponíveis a empresas que precisam ter a autonomia de controlar seus próprios sistemas a partir de qualquer lugar, de forma segura e rápida.
O que tem destacado o Cloud-Native como uma das mais importantes tendências tecnológicas é o potencial que o recurso tem de trazer agilidade e vantagem competitiva para o negócio. Assim, especialmente empresas que oferecem seus produtos e serviços essencialmente em um ambiente digital podem ser beneficiadas.
3. Inteligência de decisão
O processo decisório nas organizações consiste em uma série de ações e estratégias implementadas com o objetivo de definir o melhor rumo para a empresa. A tendência é que essas escolhas sejam embasadas em dados adequadamente tratados para agilizar o processo e garantir maior exatidão nas decisões tomadas.
Nesse contexto, a tendência é que a inteligência artificial seja utilizada para reunir e refinar dados para auxiliar no processo decisório. Modelos analíticos podem ser projetados para avaliar diferentes cenários.
As plataformas de Decisão Intelligence (DI) visam estruturar toda a tomada de decisão, integrando diferentes tipos de dados filtrados por sua relevância. Além disso, o sistema pode gerar métricas e apresentar relatórios que facilitam a avaliação das informações.
Segundo dados levantados pela Gartner Group, mais de 33% das organizações praticarão a inteligência de decisão em 2023. Mas qual o motivo por trás do crescimento dessas tecnologias e um cenário em que a Inteligência Artificial e o aprendizado de máquina aumentam a capacidade de as organizações analisarem dados?
Embora seja verdade que o volume de dados é cada vez maior, nem sempre é fácil determinar quais deles são realmente relevantes para o processo decisório. A vantagem da inteligência de decisão é seu foco em selecionar as opções, transformando os dados em informações e insights úteis para o processo decisório. Essas plataformas são capazes de simular modelos de decisão, identificando diferentes opções em potencial.
4. Hiper automação
A história da automação não é recente. Ela começou a tomar forma ainda na segunda metade do século 18, com dispositivos simples com componentes semiautomáticos. No entanto, foi somente no século 21 que o recurso passou a fazer parte do dia a dia não somente das empresas, mas também do público em geral.
Com a evolução das tecnologias, chegamos a um novo patamar conhecido como hiper automação. Essa tecnologia se refere a uma integração de diferentes tecnologias, como Inteligência Artificial, Machine Learning, RPA (Robotic Process Automation) e conexão de alta velocidade em redes 5G.
A ideia básica nessa tendência é automatizar qualquer tipo de operação repetida de baixo valor, eliminando ao máximo a intervenção humana. Assim, partimos de uma automação simples, com algumas tarefas e processos de RPA previamente configurados, para um modelo inteligente em que algoritmos avançados de machine learning e inteligência artificial são utilizados para dar maior autonomia aos processos.
5. Empresas distribuídas
As empresas distribuídas são uma forte tendência que cresceu com a pandemia da covid-19. As restrições impostas para combater o avanço do vírus motivaram várias organizações a implementarem o modelo de home office, ou trabalho remoto, para suas equipes.
Com a flexibilização e o retorno às atividades presenciais, vivemos hoje um movimento que tende a um formato de trabalho híbrido. Parte da equipe, especialmente profissionais que lidam com conhecimento — engenharias e tecnologia da informação, por exemplo — consegue fazer entregas remotamente.
Nesse cenário, as empresas deixam de ter suas operações centralizadas em suas dependências físicas e passam a distribuir seus processos em diferentes locais. Isso levanta diversos desafios para as organizações.
Para dar suporte a esse tipo de formato, gerenciando equipes em home office, é importante pensar nas necessidades das estações de trabalho distribuídas com sistemas rodando na nuvem e soluções de segurança robustas, equiparadas às ferramentas instaladas nas sedes.
Negócios de menor porte não ficam de fora dessa tendência. Em muitos casos, os notebooks em pequenas empresas são a principal ferramenta de trabalho, suficientes para gerenciar a maior parte das operações. Esses equipamentos, porém, precisam contar com a capacidade de processamento e as ferramentas de proteção adequadas.
6. 5G e conectividade aprimorada
A tecnologia 5G representa um incremento excepcional na velocidade de conexão, além de reduzir consideravelmente a latência, ou tempo de resposta. Assim, os dados podem ser compartilhados com muito mais agilidade, evitando perdas e atrasos no processamento.
O objetivo é usar um espectro de rádio que permite um número maior de dispositivos se conectem à internet. Esse volume pode chegar a 1 milhão de aparelhos por metro quadrado.
Para ter uma noção dessa capacidade, as redes móveis 4G conseguem chegar a uma média de 45 Mbps de velocidade. A expectativa é que o 5G ultrapasse a marca do 1 Gb/s.
Uma vez que o 4G cumpre muito bem sua função de fornecer conectividade móvel à população, é no setor empresarial e industrial que o 5G vai fazer toda a diferença. Ela dará uma boa base para um crescimento exponencial da Internet das Coisas (IoT).
Embora essa tecnologia esteja em fase de implementação, é uma grande aposta para a construção de empresas, fábricas e até cidades cada vez mais conectadas e inteligentes.
7. Internet via satélite
O setor de TI voltou sua atenção nos últimos anos para discussões sobre a popularização de serviços de acesso à internet via satélite. A promessa é que a tecnologia possa garantir a inclusão digital de pessoas que residem em áreas onde as operadoras convencionais não fornecem conectividade.
Segundo dados divulgados pela Forrester, a previsão é que 85% dos usuários de internet via satélite estarão na zona rural. Mas trabalhadores remotos e outros tipos de instalações menos acessíveis também serão beneficiados por esse tipo de conectividade.
A internet via satélite tem gerado uma grande competitividade frente ao 5G na preferência pelo tipo de conectividade. Isso porque os provedores dessa evolução da conexão 4G e os fabricantes na área de telecomunicações enfrentam o gargalo de construir uma infraestrutura maciça para dar conta das operações.
A conectividade via satélite encontra no Brasil um terreno bastante fértil para investimentos, dado o tamanho continental do nosso país. O desafio da rede, no entanto, é garantir a coordenação técnica dessa megaconstelação de satélites (que pode chegar a contar com 4,8 mil unidades) para atender o extenso território brasileiro.
8. Computação aliada à privacidade
Essa é uma das tendências de TI que se fortaleceu com as novas leis sobre proteção de dados dos usuários. A segurança é um requisito que tem sido uma preocupação crescente entre os gestores.
Com as diretrizes definidas pela nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), em 2020, as organizações estão mais atentas à forma como coletam, armazenam e tratam os dados de seus usuários. Para acolher essa necessidade, as tecnologias direcionadas à gestão de dados ganham destaque no cenário corporativo.
É verdade que sempre existiu a necessidade de resguardar os dados pessoais, mas a nova legislação é rigorosa, trazendo sérias consequências para empresas responsáveis por vazamentos, como multas.
Nesse mesmo sentido, a tecnologia também tem oferecido recursos para garantir maior transparência aos processos de gestão de dados e controle aos dados dos clientes, parceiros e colaboradores.
9. Aplicativos combináveis
Como o nome sugere, os aplicativos combináveis, ou composable apps, têm a capacidade de se integrar (ou combinar) a outros softwares adicionando recursos e aprimorando a gestão dos negócios.
Para esses objetivos, os aplicativos combináveis utilizam códigos empacotados em forma de módulos para que se integrem facilmente a softwares já utilizados pelas empresas. Dessa forma, os desenvolvedores ganham tempo na criação da aplicação e torna o negócio mais competitivo, escalável e flexível.
Esse tipo de tendência ficou muito popular primeiramente na indústria automotiva, em que um modelo de chassi poderia servir de base para a fabricação de diversos modelos. A ideia é a mesma: usar códigos modulares que possam ser reutilizados ou servir de base para o desenvolvimento de diversas soluções.
Dentro da arquitetura, o centro dessa construção modular é a API, capaz de fazer com que diferentes sistemas troquem informações com base em uma interface padronizada.
Um exemplo clássico é a loja online. Para que elas sejam criadas levando em conta as especificidades de cada empresa, diversas soluções são integradas para montar um serviço de venda pela internet. Esses recursos incluem carrinho de compra, customização da interface, checkout, frete e controle de estoque.
10. Engenharia de Inteligência Artificial
A inteligência artificial (IA) não é um assunto recente, mas tem ganhado um espaço cada vez maior na produção de soluções que melhoram a vida das pessoas e aumentam a produtividade em TI e em todo ambiente corporativo.
Um dos grandes ganhos da IA é sua capacidade de aprender com o texto em que está inserida e seu potencial de entender padrões de comportamento e gerar respostas automáticas para cada situação.
Neste cenário, a engenharia de inteligência artificial se responsabiliza por desenvolver e implementar modelos de IA, além de converter modelos de ML (Machine Learning) em APIs que possam ser facilmente integradas a outras aplicações.
Dentro dos processos empresariais, existe uma grande variedade de aplicações da inteligência artificial que geram valor ao negócio. Alguns desses exemplos incluem:
- assistentes pessoais — ajudam a direcionar usuários (clientes, prestadores de serviço e funcionários) no desenvolvimento de diversas atividades, direcionando as ações;
- chatbots — são robôs que utilizam linguagem natural para conversar com pessoas por meio de mensagens de texto. Eles funcionam integrados a bancos de dados para fornecer informações úteis a clientes, agilizando o atendimento ao cliente e otimizando o trabalho da sua força de trabalho;
- mecanismos de segurança — são sistemas de prevenção de fraudes em operações financeiras. Um serviço de inteligência artificial pode, por exemplo, detectar tentativas de ataque muito mais rapidamente que um funcionário e, com isso, automaticamente neutralizar as ameaças.
Como você pôde perceber, essas diferentes tecnologias normalmente atuam de modo combinado para fornecer às empresas soluções completas que agilizam processos e trazem maior inteligência na tomada de decisões.
Acompanhar essas tendências tecnológicas é fundamental para que o negócio se mantenha competitivo, além de aproveitar as grandes vantagens que estas soluções trazem para o processo produtivo nas empresas.
Gostou de saber mais sobre as inovações que estão na vanguarda das maiores organizações? Então, aproveite para conferir nosso conteúdo sobre chatbots e o futuro dos robôs no trabalho!