homem usando óculos de realidade virtual tocando em algo que pode ser visto no Metaverso

Metaverso: entenda o fracasso do mundo virtual

Há dois anos, a Meta (antigo Facebook Inc.) mudou seu nome para refletir seu foco no Metaverso, um mundo virtual 3D onde os usuários poderiam realizar atividades cotidianas através de avatares. Apesar do entusiasmo inicial e dos investimentos significativos em realidade virtual e venda de terrenos virtuais, o Metaverso enfrenta uma queda acentuada.

Mark Zuckerberg ao lado do logo da Meta

A chegada da tecnologia GPT, um ano após o lançamento oficial do “Metaverso” idealizado por Mark Zuckerberg, contribuiu para essa queda, pois oferecia uma tecnologia mais acessível e sem a necessidade de investimentos pesados. Grandes corporações, incluindo Microsoft e Disney, fecharam suas divisões dedicadas e a Meta teve que redirecionar seus investimentos para áreas com retorno financeiro mais rápido.

Apesar dos bilhões de dólares gastos e dos cortes de pessoal, o Metaverso ainda não morreu completamente. Especialistas acreditam que ele pode ser o futuro da internet, mas isso está mais distante agora. 

Entretanto, os desafios são inúmeros, incluindo fraudes financeiras, vazamento de dados, exposição da identidade, riscos comportamentais e desinformação.

Vamos conhecer, a seguir, os motivos que explicam a derrocada até o momento:

1. Alto custo de infraestrutura

O desenvolvimento do Metaverso exige investimentos significativos em tecnologia de realidade virtual, incluindo hardware como headsets e software avançado. Esses custos elevados limitaram a acessibilidade e a adoção generalizada do Metaverso.

E isso vale tanto para as fabricantes quanto para os consumidores, que precisam gastar uma média de 300 dólares para obter os produtos de entrada.

2. Desinteresse do público

Apesar do entusiasmo inicial, o público em geral não se engajou com o Metaverso como esperado. Isso pode ser atribuído a vários fatores, como a complexidade da tecnologia, a necessidade de equipamentos específicos e a falta de aplicações práticas ou envolventes no dia a dia.

Stanley, da série The Office, revirando os olhos de tédio

3. Isolamento social e desconforto físico

Muitos usuários relataram sentir-se isolados ao experimentar óculos headsets de realidade virtual, além de experimentarem desconforto físico, como enjoos. O compartilhamento desta experiência negativa nas redes sociais afastou potenciais usuários.

4. Concorrência com tecnologias emergentes

O surgimento e a rápida adoção de novas tecnologias, como a inteligência artificial generativa, e outras formas de inteligência artificial, desviaram a atenção e os recursos do metaverso. Essas tecnologias ofereceram alternativas mais acessíveis e práticas para os usuários e empresas.

5. Redução de investimentos por empresas

Grandes corporações e marcas, como Disney e Microsoft, retiraram seus investimentos no Metaverso devido ao retorno insatisfatório. Isso refletiu uma perda de confiança no potencial do metaverso como um empreendimento lucrativo. Inclusive, a Microsoft é um dos grandes players no mercado de IA e está investindo pesado nisso.

6. Falta de cases

O Metaverso lutou para encontrar aplicações práticas e atraentes que justificassem seu uso além do entretenimento. A falta de casos de sucesso e aplicações claras e convincentes limitou sua adoção por empresas e consumidores.

Mark Zuckerberg cumprimentando seu avatar no Metaverso

7. Expectativas irrealistas

O hype inicial em torno do Metaverso criou expectativas irrealistas que não puderam ser atendidas. Quando as promessas extravagantes não se materializaram, tanto os investidores quanto os usuários perderam o interesse.

8. Problemas de segurança e privacidade 

Por fim, preocupações com a segurança dos dados e a privacidade dos usuários no metaverso também contribuíram para a hesitação em adotar essa tecnologia, especialmente em um ambiente onde as interações sociais são um componente chave.

Expectativas do que vem a seguir para o Metaverso

Apesar dos desafios e do aparente fracasso inicial, o Metaverso ainda possui um potencial significativo. A seguir, listamos algumas expectativas sobre o que pode vir a seguir para esta tecnologia:

  • Reformulação e redefinição: o Metaverso provavelmente passará por uma fase de reformulação, onde os desenvolvedores e empresas redefinirão seus objetivos e estratégias. Isso pode incluir focar em aplicações mais práticas e acessíveis, que se alinhem melhor com as necessidades e desejos dos usuários.
  • Integração com IA e outras tecnologias: a integração do Metaverso com tecnologias emergentes como a inteligência artificial pode abrir novas possibilidades. Por exemplo, incluir experiências de usuário mais personalizadas, ambientes virtuais mais inteligentes e interativos, e novas formas de interação social e profissional.
  • Desenvolvimento de hardware mais acessível: para uma adoção mais ampla, é essencial o desenvolvimento de dispositivo de realidade virtual mais barato, confortável e fácil de usar. Isso poderia ajudar a superar uma das principais barreiras à entrada no Metaverso. Principalmente em relação aos desconfortos de uso devido às náuseas e desorientação.
  • Foco em aplicações específicas: em vez de tentar ser uma solução universal, o metaverso pode encontrar mais sucesso ao se concentrar em nichos específicos, como educação, treinamento profissional, saúde, ou entretenimento imersivo.
avatares em uma casa no Metaverso olhando em volta
  • Colaborações e parcerias estratégicas: podemos esperar ver mais colaborações entre empresas de tecnologia, desenvolvedores de conteúdo e outras indústrias para criar experiências no metaverso que sejam atraentes e valiosas para os usuários.
  • Adoção gradual e crescimento sustentável: ao invés de uma explosão de popularidade, o metaverso pode experimentar um crescimento mais gradual e sustentável, à medida que os usuários se familiarizam com a tecnologia e suas aplicações práticas.
  • Evolução do conteúdo e da interatividade: o conteúdo dentro do metaverso provavelmente se tornará mais rico e interativo, com experiências que são simultaneamente mais imersivas e socialmente conectadas.

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